Regina Duarte vai sair do governo humilhada e ofendida

"Regina Duarte começa a ser tratada a pão e água", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia. "A recondução de Mantovani à direção da Funarte também sinaliza que a cultura tem que ser submetida aos filtros ideológicos e religiosos impostos por Bolsonaro", complementa

(Brasília – DF, 22/01/2020) Encontro com Regina DuarterFoto: Carolina Antunes/PR/

Por Alex Solnik

Recebida com muita festa e pompa no “altar” do Palácio do Planalto, há dois meses, depois de um “noivado” prolongado, para enfim “casar” com Bolsonaro, Regina Duarte começa a ser tratada a pão e água, exatamente o mesmo tratamento dispensado a Sérgio Moro e a outros agora desafetos que não aceitaram alinhamento total e compulsório com o chefe supremo.

Para dar um chute em Moro, Bolsonaro exigiu que trocasse o chefe da Polícia Federal; para se livrar da atriz, mandou reconduzir ao posto, esta madrugada, o ex-diretor da Funarte, Dante Mantovani, um dos aloprados discípulos de Olavo de Carvalho, que tinha sido demitido por Regina logo ao assumir.

Mantovani é aquele que, em célebre frase, associou o rock a satanismo e ao aborto.

O teor do recado a Regina é o mesmo que recebeu Moro: quem manda em todos os ministérios e secretarias é o chefe supremo, que tem toda a liberdade de interferir aonde, como e quando quiser.

Ou ela engole o sapo ou cai fora.

A recondução de Mantovani à direção da Funarte também sinaliza que a cultura tem que ser submetida aos filtros ideológicos e religiosos impostos por Bolsonaro, os quais devem ser usados rigorosamente e sem vacilações, sejam quão obscurantistas forem.

O divórcio parece inevitável. Só não se sabe se será litigioso, como do Moro.

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