Rede do governo federal é usada para qualificar como “terrorista” grupo a que Dilma pertenceu

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O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), rede do governo federal, alterou a definição do verbete “VAR-Palmares”, a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, na tarde desta terça-feira (5). O grupo que lutou contra a ditadura no final da década de 1960 e início dos anos 1970 contou com a participação da presidente afastada Dilma Rousseff e valia-se de táticas de guerrilha urbana. A nova definição diz que o movimento lançava mão de “práticas terroristas” visando a “implantação de uma ditadura comunista no Brasil”. A alteração foi identificada pelo Brasil Wikiedits, perfil que monitora as alterações operadas na conhecida enciclopédia virtual a partir da rede dos Três Poderes. Outros grupos que lutaram contra a ditadura, como MR8 e Colina, não foram alterados.

A frase original “Vanguarda Armada Revolucionária Palmares foi uma organização política brasileira de extrema esquerda, que atuou durante a ditadura militar brasileira (1964-1985) utilizando-se de tática de guerrilha urbana, visando a derrubada do regime” foi substituída por “Vanguarda Armada Revolucionária Palmares foi uma organização política brasileira de extrema esquerda, que atuou durante a ditadura militar brasileira (1964-1985) utilizando-se de práticas terroristas visando a derrubada do regime e implantação de uma ditadura comunista no Brasil“.

Na semana passada foi identificada uma alteração, também a partir do Serpro, do artigo sobre o educador Paulo Freire na Wikipedia. Foram acrescidas informações que atribuem a ele a origem da “doutrinação marxista” nas escolas e universidades. Em nota, o Serpro informou que a alteração não partiu de suas instalações, mas de um órgão público federal que não poderia ter o nome divulgado por questões contratuais.

A prática de alteração de artigos na Wikipedia conquistou notoriedade nacional em agosto de 2014, quando a rede de internet do Palácio do Planalto foi utilizada para alterar os perfis dos jornalistas Míriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, com o objetivo de criticá-los. A princípio, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República divulgou nota informando que, por questões técnicas, não havia possibilidade de identificar os responsáveis pelas modificações. No entanto, com a repercussão do caso, foi aberta uma sindicância e, após um mês de investigações, o servidor Luiz Alberto Marques Vieira Filho, ex-chefe da assessoria pardeplorar do Ministério do Planejamento, foi identificado como o responsável. Ele foi condenado a prestar serviços à comunidade no Hospital Regional da Asa Sul durante dez meses.

O Congresso em Foco entrou em contato com o Serpro e ainda aguarda a resposta. O posicionamento do órgão será registrado tão logo seja encaminhado ao site.

Fonte: Boa Informação.

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