O piso nacional do magistério foi estabelecido por lei em 2008, assim sendo, nenhum professor atuante na educação básica da rede pública de ensino que exerça a carga horária de 40 horas semanais poderá receber um salário inferior ao piso aprovado. No dia 24 de fevereiro de 2011 o Ministério da Educação (MEC) divulgou o novo valor do piso salarial para o magistério em todo o Brasil, o reajuste de 15,8% em relação a 2010 eleva o valor do piso de R$ 1.024 para R$ 1.187, para professores que cumprem a jornada semanal exigida.
O governador Raimundo Colombo (ex DEM agora PSD) um dos que recorreu à justiça por ser contra o piso nacional do magistério (isso mesmo, ele acha muito!) apresentou uma desastrosa proposta à classe, qual seja, o pagamento de R$ 1.187 de salário será pago, porém serão somados a esse valor os abonos já recebidos pelos trabalhadores, proposta é claro que não foi aceita pela categoria, pois conforme a lei o valor deve ser pago sem a inclusão de benefícios.
No dia 11 de maio o magistério catarinense realizou uma grande paralisação para lutar pelo cumprimento do piso nacional. Diante do descaso do governo catarinense com os professores e com a população do estado a categoria viu-se na necessidade de realizar aulas de 30 minutos do dia 12/05 a 17/05 com o propósito dos profissionais se reunirem para discutir e organizar as atividades referentes à greve, que foi deflagrada em toda rede estadual de ensino no dia 18 de maio, onde foram realizadas assembléias regionais com a finalidade de obter alguns encaminhamentos referentes à situação.
No dia 17 de maio, na audiência do Grupo Gestor do Governo do Estado com o SINTE – SC (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina) o governador (que está acompanhando a greve na Europa) não apresentou proposta aos professores e ainda reafirmou sua posição quanto a essa situação.
No dia 23 de maio haverá outra reunião com o Governo onde se espera que o mesmo apresente uma proposta concreta e decente para ser analisada pelo Comando de Greve e encaminhada as assembléias regionais que acontecerão no próximo dia 24. Assim como no dia 18 de maio, serão realizados durante o dia 24 do mesmo mês atos com o objetivo de esclarecer a população acerca da barbárie que está sendo cometida por Raimundo Colombo contra os professores e estudantes da rede estadual e certamente contra toda sociedade, que se torna refém dessa injustiça.
Os professores da regional de São José lançaram o seguinte calendário referente às atividades da greve:
19/05/11 – Reunião do comando de greve às 14 horas na EEB. Laércio C. de Andrade.
20/05/11 – Ato das Luzes (Regional de Florianópolis e São José) às 19 horas no Trapiche da Beira Mar Norte, com camiseta branca e vela.
23/05/11 – Vigília no Centro Administrativo às 10 horas, pois tem audiência do SINTE-SC com o Grupo Gestor.
24/05/11 – Assembleia Regional às 14 horas, local a definir.
Os que pagam pela irresponsabilidade desses governadores que são contra a educação pública, dentre eles Raimundo Colombo, são os professores que além de lutar contra a desvalorização histórica que sofrem, precisam ir às ruas passar pela humilhação de negociar um direito já conquistado, obviamente que por intermédio também da luta de classes. São afetados ainda os filhos da classe trabalhadora que dependem da educação pública para estudarem e que precisam de professores de qualidade e justamente remunerados para que no futuro possam ter suas necessidades sociais básicas supridas nessa sociedade seletiva e excludente.
Por fim, não há duvidas que toda nossa pátria amada é afetada por essa estupidez política. Esse é o momento propício para entendermos o que o grande mestre Paulo Freire escreveu “Se a Educação pudesse falar, ela diria: Tenho que compreender quão limitada me obrigam a ser, dados os limites políticos que não me permitem ultrapassar”.
Foto: Futura Press. Arte NOTA ZERO por Lidiane Ramos Leal
Saiu um lixo do Palácio SC., e entrou um pior………….
Merecemos.
A cultura neo-liberal é de privatizar tudo em todo o mundo.
Veja o que acontece no Chile.
Nossa educação anda precária, a administração política também, todos nós estamos preocupados com o presente descaso em todos os aspectos sociais.Seja na política, na mídia e até mesmo por pessoas próximas a nós. Só seremos mais críticos se nossa educação desfrutar de todos os investimentos e anseios de todos.
Acabo de assistir ao jornal local de Santa Catarina (RBS Notícias) e ficar novamente com um nó na garganta!
O que mais os professores, a educação em geral, precisam aguentar neste país? Mais precisamente neste estado?
Estão jogando a educação de nossas crianças e adolescentes no lixo! Estão esquecendo das pessoas que, depois dos pais, são as mais importantes na formação das crianças!
Às vezes, até mais importantes que alguns pais!
É inadmissível que os brasileiros assistam a tanta corrupção, gastos absurdos e desnecessários com futilidades, desvios entre tantas baixarias realizadas por alguns governantes, enquanto negam aos professores seus direitos conquistados e um salário digno, mínimo…. É ABSURDO!
Quem prepara vidas deveria receber muito bem por isso… deveriam, na verdade, ter um dos melhores salários da sociedade!
Certamente, a decisão do governador e deputados que aprovaram o projeto hoje terá repercussão extremamente negativa para toda a sociedade, inclusive para eles próprios, que estarão muito bem marcados para que nunca mais apareçam na frente nas eleições.
Os professores da rede estadual já precisam matar um leão por dia, fazer milagres para se manter…. agora vêm com mais essa!
O que esperam? Claro, esperam que os docentes fiquem ainda mais motivados para continuar fazendo um trabalho de excelência! Claro, porque professor tem que “trabalhar por amor”. Bom, será que amor enche barriga? Paga contas? hummm… Será?
E se nós propuséssemos retirar direitos dos governantes? Que tal apenas o auxílio alimentação, moradia, diárias, transporte…
Seria bacana! Transferir toda essa verba para a educação! Resolveríamos o problema de falta de grana!
Oi Claudia, realmente é revoltante, e para indignar ainda mais te passo a lista dos Deputados Estaduais que aprovaram a Lei Complementar 026/2011 que altera a tabela salarial dos professores de SC, reduzindo salários e excluindo gratificações, sucateando a Educação.
A votação
14 de julho de 2011
Votos do PLC 026.
Segue a transcrição da lista:
Aldo Schneider (PMDB) – Sim
Altair Guidi (PPS) – Abstenção
Ana Paula Lima (PT) – Não
Angela Albino (PCdoB) – Não
Antônio Aguiar (PMDB) – Sim
Carlos Chiodini (PMDB) – Sim
Ciro Roza (DEM/PSD) – Sim
Dado Cherem (PSDB) – Sim
Darci de Matos (DEM/PSD) – Sim
Dirce Heiderscheidt (PMDB) – Ausente
Dirceu Dresch (PT) – Não
Dóia Guglielmi (PSDB) – Sim
Edison Andrino (PMDB) – Sim
Elizeu Mattos (PMDB) – Sim
Gelson Merisio (DEM/PSD) – Sim
Gilmar Knaesel (PSDB) – Sim
Ismael dos Santos (DEM/PSD) – Ausente
Jailson Lima (PT)- Não
Jean Kuhlmann (DEM/PSD) – Sim
Joares Ponticelli (PP) – Sim
Jorge Teixeira (DEM/PSD) – Sim
José Milton Scheffer (PP) – Sim
José Nei Ascari (DEM/PSD)- Sim
Kennedy Nunes (PP/PSD) – Sim
Luciane Carminatti (PT) – Não
Manoel Mota (PMDB) – Sim
Marcos Vieira (PSDB) – Sim
Mauricio Eskudlark (PSDB/PSD) – Sim
Mauro de Nadal (PMDB) – Sim
Moacir Sopelsa (PMDB) – Sim
Narcizo Parisotto (PTB) – Sim
Neodi Saretta (PT)- Não
Nilson Gonçalves (PSDB) – Sim
Padre Pedro Baldissera (PT) – Não
Reno Caramori (PP) – Sim
Romildo Titon (PMDB) – Sim
Sargento Amauri Soares – Não
Silvio Dreveck (PP) – Sim
Valmir Comin (PP) – Sim
Volnei Morastoni (PT) – Ausente
Realmente assim fica difícil acreditar que essa oligarquia é capaz de fazer algo de bom para a sociedade.
Um abraço,
Lidiane Ramos Leal