Quinta edição da Flamboiã – Feira de publicações de artista será online em novembro

Festival vai reunir editoras e artistas de países latino-americanos durante um mês

Imagem: Leonardo Vieira.

Misto de feira e festival dedicado a publicações das mais variadas linguagens e formatos, a quinta edição anual da Flamboiã – feira de publicações de artista será virtual durante todo o mês de novembro. Este ano a feira se expande em uma programação que inclui lançamentos de publicações, conversas formativas, música, editoras e artistas independentes de diversos estados do Brasil e do México, Peru, Chile, Argentina e Uruguai.

A Flamboiã é uma realização de Gabi Bresola e Marcos Walickosky, com recursos do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura 2019 – categoria Artes Visuais e apoio cultural da Novapanty e Gráfica Rocha.

Em cinco anos de continuidade de um projeto independente de arte, além das quatro edições anuais – sediadas no Museu Histórico de Santa Catarina/Palácio Cruz e Souza durante dois anos, depois em cinco espaços nas ruas centrais de Florianópolis e por último na Casa Cowork -, a Flamboiã já realizou outras 12 edições móveis, chamadas de frete. Ao todo, foram mais de 180 artistas e editoras, mais de 1.300 publicações em exposição e circulação, 15 oficinas e conversas formativas, 10 apresentações musicais, 20 instalações de artistas e um grande e assíduo público.

Em 2020, na impossibilidade de realizar um evento público e de folhear as publicações, as mesas das editoras estarão online no site www.feiraflamboia.com.br, com detalhes das publicações e todas as formas de compra. As atividades da programação acontecem em lives no Instagram @feiraflamboia, sempre às 20 ou 21 horas.

Participam desta edição as editoras/artistas: A margem ; press (Bahia), Alias editorial (México), AUA coletivo (Distrito Federal), Casa27 (Rio de Janeiro), É selo de língua (SP), Editora Gris (Bahia) Folhagem coletiva (Rio Grande do Sul/São Paulo), Garupa edições (Rio de Janeiro), Maikel da Maia (Paraná), Marco sem S (Minas Gerais), Membrana ediciones (Peru), Microutopías (Uruguai), Munganga edições (Rio Grande do Norte), Naranja publicaciones (Chile), Padê editorial (Distrito Federal/São Paulo), Par(ent)esis (Santa Catarina), Pipoca Press (Rio de Janeiro), PS_São Paulo (SP), Riacho (Rio Grande do Sul) e Stêvz (São Paulo).

A Flamboiã abre dia 1º de novembro e encerra dia 30. No dia 1º, a live é com o cantor e instrumentista de Salvador Giovani Cidreira; no dia 06 com a cantora indígena Kaê Guajajara, que lança seu novo EP, Wiramiri. Ela é também autora do livro “Descomplicando com Kaê Guajajara – O que você precisa saber sobre os povos originários e como ajudar na luta antirracista. Dia 13 o show é de Josyara, cantora e compositora de Salvador; dia 20 com o DJ Felipe Martins e dia 27 com o rapper paulista Rico Dalasam.

Estão marcadas quatro conversas formativas, a primeira delas Poesia y(in) silêncio, com a brasiliense Tatiana Nascimento, dia 02. Cantora, compositora, escritora e tradutora, publica livros artesanais de autoras negras e/ou LBTQIs pela Padê Editorial. Realiza a formação “Privilégio branco é racismo”. Idealizadora do Slam das Minas de Brasília/DF, da Semilla – feira de publicadoras e do portal www.literatura.lgbt

No 09, o tema é O que pode o livro ilustrado?, com Flávia Bomfim, sobre a potência e os limites do livro ilustrado. Baiana, é artista visual, psicóloga, ilustradora e curadora. Realiza em Salvador o Festival de Ilustração e Literatura Expandido – FILEXPANDIDO e as feiras de publicações Ladeira, Feita Tabuão e PPT.

No dia 16 a escritora, artista, editora e gestora cultural argentina Magdalena Testoni fala sobre Una mirada íntima y una conversa colectiva sobre el proceso de publicar. Ela coordena a Feria Paraguay de Arte Impreso e é curadora da Feira Tijuana de Arte Impressa.

Por fim, dia 23/11, Darío Marroche apresenta a conversa Reflexiones en torno a la “Guía práctica para (exigir) lo imposible”, sobre ativismo gráfico que reflete sobre as possibilidades de novas formas criativas de ação e resistência em movimentos organizados. Darío é arquiteto e design gráfico, coordenador da Microutopías, estúdio uruguaio de publicação e produção gráfica, e também feira de arte impressa de Montevidéu, sob o mesmo nome.

Serão oito lançamentos de publicações, duas em cada data, uma äs 20 e outra às 21 horas: no dia 04, Dezenove, de autoria coletiva com edição da Tefopress, que reúne textos, desenhos, quadrinhos, colagens e  poemas sobre 2019, e Sábado, de Marcio Junqueira, da editora Riacho, sobre um poema e seu percurso, em formato de livro de capa dura em serigrafia e costurado à mão.

No dia 11, serão lançadas duas publicações sobre viagem, Todo lo que se mueve, publicação independente da mexicana Valeria Mata, que discute a potência crítica das viagens e a ideia de lugar, e Viagem, de Felipe Rezende, da editora A margem ; press, sobre as impressões do autor em sua primeira viagem internacional com destino ao México.

Também da editora Riacho, a publicação Potuwa pora kõ: o que se guarda no potuwa, de Hugo Prudente & saberes Zoé, é o lançamento do dia 18. Potuwa é um pequeno estojo trançado onde se guardam objetos do povo Zo’é, que vive no norte do estado do Pará, falantes de uma língua tupi-guarani e de contato recente. Os livros desta série têm o valor integralmente doado ao fundo de artesanato Zo’é – faz, cuja gestão é realizada pela FPEC/Funai com a participação de toda a comunidade Zo’é. Nesta mesma data, será lançado o livro O que exatamente você faz quando faz ou pensa estar fazendo edição? entrevista editada de Gabi Bresola pelo selo editora editora.

Por fim, no dia 25, as duas publicações que fecham a programação de lançamentos são O último pau de arara, do jornalista e escritor JB Medeiros, pela Grafatório Edições, de Londrina, sobre a saga da migração de sua família da Paraíba para o Paraná e a história da colonização do Norte do Paraná. A publicação tem acabamento artesanal e ilustrações impressas em xilogravura, e escrever-através de Marcos Walickosky, resultado de sua pesquisa sobre escrita e apropriação entre literatura e artes visuais.

Para receber a programação por Whatsapp basta acessar o link: https://chat.whatsapp.com/D9Rn4NB0CG57ctZNhkUwPT

Realização

Gabi Bresola

É artista, com graduação e mestrado em Artes Visuais pela Udesc, onde desenvolveu as pesquisas “Editora pessoa física pessoa jurídica” sobre as relações edição entre uma editora experimental e uma editora comercial através de trabalhos impressos, e a dissertação de mestrado “Editora editora” sobre a edição como linguagem e como uma prática artística. Membra do projeto “Sala de leitura | sala de escuta” e do grupo de pesquisa “Proposições artísticas contemporâneas e seus processos experimentais”, ambos coordenados por Raquel Stolf e Regina melim. É coordenadora editorial editora editora e da Plataforma Par(ent)esis; produtora cultural na Ombu Produção, com projetos de artes visuais e audiovisual; diretora de acervo da Cinemateca Catarinense/ABD-SC.

Marcos Walickosky

É bacharel e mestre em Artes Visuais, na linha de processos artísticos contemporâneos, pela Udesc. Na graduação, desenvolveu uma pesquisa que resultou no livro-objeto “Cubo branco”, onde explora o espaço impresso como espaço expositivo através de três eixos recorrentes nos seus trabalhos: a escrita, o encontro e a coleta. Em sua dissertação de mestrado “Escrever-através”, investigou a apropriação de textos nas artes visuais e na literatura. Também é membro do projeto “Sala de leitura | sala de escuta” e do grupo de pesquisa “Proposições artísticas contemporâneas e seus processos experimentais”. Desde 2010 participa como artista visual, curador ou produtor de exposições, feiras, publicações, residências e projetos de artes visuais.

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