Quantas pessoas já morreram no volante querendo ser Paul Walker?

fastPor Leonardo Sakamoto.

Parte da repercussão causada pela morte do ator Paul Walker, em um acidente de carro, neste sábado (30), deve-se à coincidência com o papel que desempenhava na franquia “Velozes e Furiosos”. O Porsche em que estava com um amigo bateu em uma árvore e em um poste, pegando fogo.

É claro que devemos lamentar a morte de qualquer ser humano em uma situação trágica como essa e esperar que a família, amigos e fãs encontrem consolo de alguma forma.

Mas fico imaginando quantos já se envolveram em acidentes, inspirados em corridas de rua como as exibidas pela série, nos Estados Unidos, em São Paulo, onde quer que seja. Quantos morreram querendo ser Paul Walker ou Vin Diesel? Ou quantos que simplesmente caminhavam no local errado e na hora errada perderam a vida por consequência de rachas inspirados nos valores passados por filmes de corridas de rua?

“Ah, japonês, então você quer dizer que não podemos passar Romeu e Julieta na TV sob o risco de casais apaixonados se matarem? Ou mostrar O Resgate do Soldado Ryan sob o risco de começar uma guerra?”

Não. Nos dois casos citados, pessoas com seus dramas, contradições e histórias, são os personagens principais. No caso de Velozes e Furiosos, os protagonistas são também os automóveis, elevados a um status de divindidade, embutidos de características como potência, sensualidade, velocidade, força, beleza. Características que você “adquire” automaticamente ao comprar um desses bólidos, não sendo necessário desenvolve-las ao longo de uma vida. Afinal de contas, somos o que temos, não? E você quer ser uma Maserati, um Fiat 147 ou andar a pé? Quer ser rápido e conhecido ou lento e anônimo?

Mas, ao contrário da TV e do vídeo-game as coisas não funcionam de forma mágica.

Enfim, espero que as imagens de como ficou o carro após o acidente circulem o máximo possível na rede. E que cada jovem que assistiu a qualquer um dos seis filmes também possa ser lembrado que, na vida real, as pessoas matam e morrem. De verdade. E sem dublê.

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