Pyongyang diz que não retoma diálogos se Seul não ‘resolver questão’ de exercícios militares com EUA

'Até que a grave situação que levou à suspensão do diálogo de alto nível Norte-Sul não seja resolvida, não será fácil sentar novamente, cara a cara, com o atual regime sul-coreano', disse oficial do Norte

Foto: Reprodução

O chefe do Comitê para a Reunificação Pacífica da Coreia, o norte-coreano Ri Son-gwon, afirmou nesta quinta-feira (17/05) que Pyongyang não retomará os diálogos de paz com Seul até que os sul-coreanos “resolvam as questões” que levaram ao cancelamento da reunião entre os dois países que deveria ter acontecido nesta quarta (16/05) – no caso, os exercícios militares conjuntos entre o Sul e EUA.

“Até que a grave situação que levou à suspensão do diálogo de alto nível Norte-Sul não seja resolvida, não será fácil sentar novamente, cara a cara, com o atual regime sul-coreano”, afirmou Ri à agência oficial norte-coreana KCNA.

Os exercícios militares foram anunciados na última sexta (11/05). O governo sul-coreano afirmou que recebeu uma mensagem do Norte dizendo que as conversas estariam interrompidas “indefinidamente”.

As atividades militares ameaçam até o encontro previsto para 12 de junho em Cingapura entre Kim Jong-un e o norte-americano Donald Trump.

O governo sul-coreano, por sua vez, disse também nesta quinta que vai tentar agir como mediador para o encontro de Trump e Kim, caso este efetivamente ocorra. “Decidimos coordenar de perto, com ambos os lados, para que o futuro encontro seja realizado com respeito mútuo”, afirmou um oficial de Seul, de acordo com o jornal britânico The Independent.

Coreia do Sul e do Norte

Em abril, o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e Kim se reuniram na zona desmilitarizada de Panmunjom, no primeiro encontro entre os líderes dos dois países em mais de uma década. Os dois países estão, ainda, tecnicamente em guerra, já que somente um armistício havia sido assinado em 1953. Eles se comprometeram a assinar um acordo de paz definitivo.

“Durante este ano que marca o 65º aniversário do armistício, Coreias do Sul e do Norte concordaram em buscar ativamente reuniões trilaterais envolvendo as duas Coreias e os Estados Unidos, ou encontros quadrilaterais envolvendo as duas Coreias, os Estados Unidos e a China, com o objetivo de declarar o fim da guerra, transformando o armistício em um tratado de paz e estabelecendo um regime de paz sólido e permanente”, diz o documento assinado pelos dois.

“Estamos há muito tempo esperando e, agora, percebemos que somos uma nação, que somos próximos”, afirmou Kim, ao comentar a assinatura da declaração conjunta. “Estamos ligados pelo sangue e nossos compatriotas não podem viver separados”, acrescentou.

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