“Programa Escola sem Partido”: Censura e culto à ignorância

    chega

    O Homem Livre.

    Um projeto de lei que demonstra como vivemos uma onda fascista, no País, é o que institui o “Programa Escola sem Partido”, PL nº 867, de 2015, de autoria do deputado Izalci Ferreira (PSDB-DF).

    Entre os motivos que constam na justificativa da proposta está: “Esta proposição se espelha em anteprojeto de lei elaborado pelo movimento Escola sem Partido – uma iniciativa conjunta de estudantes e pais preocupados com o grau de contaminação político-ideológica das escolas brasileiras, em todos os níveis: do ensino básico ao superior”.

    “É fato notório que professores e autores de livros didáticos vêm-se utilizando de suas aulas e de suas obras para tentar obter a adesão dos estudantes a determinadas correntes políticas e ideológicas; e para fazer com que eles adotem padrões de julgamento e de conduta moral – especialmente moral sexual – incompatíveis com os que lhes são ensinados por seus pais ou responsáveis” justifica o projeto.

    O que fica demonstrado é a conotação abertamente fascista, a instituição de uma censura a professores, livros didáticos, universidades, provas de vestibulares e até mesmo de concursos.
    Projetos semelhantes estão sendo criados no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Paraíba.

    A organização não-governamental “Escola sem Partido” possui sede em Brasília e surgiu em 2004. O projeto é inspirado em iniciativa semelhante criada nos Estados Unidos. Na sua página na internet, a ONG dá sugestões de como os alunos devem denunciar seus professores, como era comum nos regimes fascistas: “Na dúvida, não se precipitem. Planejem a sua denúncia. Anotem os episódios, os conteúdos e as falas mais representativas da militância política e ideológica do seu professor. Anotem tudo o que possa ser considerado um abuso da liberdade de ensinar em detrimento da sua liberdade de aprender. Registrem o nome do professor, o dia, a hora e o contexto. Sejam objetivos e equilibrados. Acima de tudo, verazes. E esperem até que esse professor já não tenha poder sobre vocês. Esperem, se necessário, até sair da escola ou da faculdade. Não há pressa”.

    A ONG também elenca uma série de atitudes que permitiriam “flagrar o doutrinador” e diz: “Você pode estar sendo vítima de doutrinação ideológica quando seu professor: se desvia frequentemente da matéria objeto da disciplina para assuntos relacionados ao noticiário político ou internacional; adota ou indica livros, publicações e autores identificados com determinada corrente ideológica, etc”.

    Este projeto mostra que setores da classe média brasileira, que se inclinam cada vez mais para ideias fascistas, se insurgem contra a história brasileira e mundial. Querem que, como na ditadura militar, os professores falsifiquem a história para enganar nossos filhos.

    Vários livros, sem qualquer fundamentação teórica, surgiram nos últimos anos com o intuito de mostrar “o outro lado”, dizem que os regimes comunistas foram responsáveis por mil atrocidades, que foram piores que o nazismo, dentre outras aberrações . Entre os “pensadores” desta falsificação estão Leandro Narloch, Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo, Marco Antônio Villa, Rodrigo Constantino e Demétrio Magnoli.

    São esses os ilustres intelectuais que os apoiadores desse projeto querem que a juventude leia e aprenda. Nada de Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Paulo Freire ou Antônio Cândido.

    Inúmeras organizações de direita foram criadas, na última década, com este objetivo: combater qualquer ideia que seja identificada como “de esquerda”. O Instituto Millenium é um dos pilares de sustentação desses pretensos “intelectuais” de direita, financiado por grandes corporações, para defender o estado mínimo e o liberalismo.

    A esmagadora maioria dos intelectuais brasileiros são de esquerda e aí que reside o problema. Para o projeto da direita ser bem sucedido é preciso acabar com a inteligência nacional, doutrinar o ensino nas escolas, censurar os professores e os livros.

    O projeto é um culto à burrice e à ignorância, próprio de regimes fascistas.

    Na imagem, faixa exibida em uma das manifestações fascistas da direita brasileira este ano.

    Fonte: Facebook.

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