Professores continuam mobilizados contra reforma, mesmo com destaque que reduz idade

Para a deputada e representante dos professores Maria Izabel de Azevedo Noronha, a mudança é apenas um abrandamento: a PEC 6/2019 representa em seu conjunto um duro ataque à classe trabalhadora e também aos professores

Dia de luta por educação, emprego e aposentadoria. 12 de julho, 2019 Foto:Elenira Vilela

São Paulo – A Câmara aprovou destaque da reforma da Previdência, na tarde desta sexta-feira (12), que reduz a idade mínima de aposentadoria de professores na Proposta de Emenda à Constituição (PEC 6/19), aprovada em primeiro turno na quarta-feira (10).

Assim, a idade para se aposentar passa de 55 anos para 52 no caso da mulher, e de 58 anos para 55 no caso do homem, abrangendo profissionais de educação infantil, básico e médio que já estão no mercado de trabalho e têm regra de transição na reforma – que prevê pedágio de 100% sobre o tempo que faltar para se aposentar na data na data da promulgação da futura emenda constitucional.

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“O magistério conseguiu uma vitória importante na Câmara dos Deputados, com a aprovação do destaque que reduziu para 52 anos a idade mínima para as professoras que estão na ativa terem acesso às regras de transição e 55 anos para os professores”, disse à reportagem da RBA a deputada estadual Maria Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel, que também é presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

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Para ela, a mudança é apenas um abrandamento, pois a PEC 6/2019 representa em seu conjunto um duro ataque à classe trabalhadora e também aos professores. “A categoria continuará lutando para derrotá-la”, afirmou Bebel.

Para a deputada, “ainda há luta a ser feita”, já que o projeto da reforma da Previdência irá ainda para o Senado Federal. “Devemos ser mais ativos e incisivos na nossa campanha contra a aprovação deste crime contra os trabalhadores”. O Sindicato está nesta sexta em Brasília com quatro ônibus, entre professores, lideranças populares e estudantes para engrossar as manifestações contra a reforma”.

Segundo a deputada, os retrocessos contra trabalhadoras e trabalhadores não vão parar na esfera federal e a vitória pode abrir as portas para uma reforma também no Estado de São Paulo. “Não podemos permitir que isso aconteça. Nós contribuímos mensalmente para a nossa aposentadoria e o Estado é que não cumpre corretamente a sua parte, inclusive desviando recursos da Educação. Reforma da Previdência, aqui não”, rebateu Bebel.

Marcha em Brasília

Nesta sexta-feira, professoras e professores, lideranças populares e estudantes ligados à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e à Apeoesp estiveram em Brasília para engrossar o ‘Ato Nacional em defesa da aposentadoria, por uma educação pública de qualidade e por empregos’.

“A juventude brasileira hoje é linha de frente de todos os movimentos na construção da resistência contra Bolsonaro. Como líder sindical que sou – e já fui da juventude organizada –, fica claro que essa juventude, que é ou será trabalhadora e que estará compondo os postos de comando do movimento sindical brasileiro, virá preparada para continuar resistindo, para derrubar o capitalismo no Brasil e construir uma sociedade socialista que, de fato, interesse à classe trabalhadora”, discursou o presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas.

Segundo Freitas, as últimas ações realizadas, como as marchas dos dias 15 e 30 de maio, além da Greve Geral do dia 14 de junho, “aconteceram fundamentalmente pela força do movimento estudantil”. “Isso cheira à esperança; cheira à capacidade de renovação. Nós precisamos da esquerda brasileira com uma enorme renovação para que a gente efetivamente consiga trazer as a nossas pautas”, avaliou.

“Não mate o nosso futuro! Queremos educação, emprego e aposentadoria”, disse a presidente da UNE, Marianna Dias, lembrando que esse também é o lema da marcha realizada nesta sexta (12), como parte da programação do 57º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune). Segundo ela, “as atrocidades que o governo vem cometendo pelo Brasil não serão feitas sem que haja resistência do nosso povo”. “Estamos aqui para gritar por liberdade, por direitos, pelos nossos sonhos. Estamos aqui para lutar pela oportunidade de termos uma vida melhor. E é por isso que o movimento estudantil, as centrais sindicais, os movimentos sociais estão de mãos dadas.”

A marcha desta sexta-feira também foi parte da programação do Congresso da UNE, que é realizado em Brasília. O evento teve início na quarta-feira (10), encerra neste domingo (14).

Sob o tema “Na sala de aula é que se muda uma nação”, o Conune conta com uma programação diversificada que inclui debates, saraus e shows. No encontro, além da eleição da diretoria da UNE, o grupo debate pautas diversas, como a conjuntura política, educação e mobilizações do próprio movimento.

*Com informações da CUT

1 COMENTÁRIO

  1. CADA PUEBLO TIENE EL GOBIERNO QUE SE MERECE. TUVIERON MUY CERCA EL ESPEJO DE LOS ARGENTINOS EN LAS CALLES, MOVILIZADOS DURANTE TODO LO QUE VA DEL DESGOBIERNO DE MACRI, LOGRANDO ÚNICAMENTE EL ENDEUDAMIENTO DE AL MENOS LAS PRÓXIMAS 5 GENERACIONES, SUMADO A LOS TARIFAZOS EN LA ELECTRICIDAD, EL TRANSPORTE, EL AGUA, ETC. ASÍ MISMO MACRI DESTRUYÓ LAS JUBILACIONES, LOS SALARIOS Y LOS EMPLEOS. POR TANTO SI LOS BRASILEÑOS IGNORARON TODA ÉSTA PROBLEMÁTICA DEL PUEBLO ARGENTINO Y AUN ASÍ ELIGIERON A OTRO FASCISTA, ENTONCES ASÍ SE PASARÁN LOS PRÓXIMOS 4 O 5 AÑOS, EN LAS CALLES SIN LOGRAR NADA A CAMBIO.

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