Professora palestina recebe ‘Nobel da Educação’ por trabalho com crianças na Cisjordânia

A professora palestina Hanan al-Hroub recebeu o Global Teacher Prize — considerado o Prêmio Nobel da Educação — no valor de US$ 1 milhão neste domingo (13/03) por seu trabalho com crianças na Cisjordânia.

“Eu tenho orgulho de ser uma mulher palestina e professora. Eu aceito esta vitória em nome de todos os professores em geral e dos professores palestinos em particular. Cada dia, o papel do professor é reforçado e sua importância é confirmada na medida em que o mundo questiona qual é o futuro que queremos para nossas crianças”, disse al-Hroub quando recebeu o prêmio na cerimônia realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

al-Hroub dá aulas para o crianças do ensino fundamental na cidade de al-Bireh e no campo de refugiados Dheisheh, na Cisjordânia. Ela foi premiada por ter desenvolvido um método pedagógico baseado em confiança e em não-violência para ensinar e incentivar o diálogo e o respeito a seus alunos, que vivem sob a ocupação israelense no território palestino.

“Os professores palestinos podem falar ao mundo agora. De mãos dadas podemos efetivar mudanças e educar para a paz”, declarou al-Hroub à agência de notícias AP.

A professora concorreu com 10 outros candidatos na etapa final do prêmio. No total, mais de 8.000 profissionais de diversos países se inscreveram no Global Teacher Prize, concedido anualmente pela Fundação Varkey, ligada à empresa multinacional do ramo da educação GEMS Education, “a um professor excepcional que tenha feito uma contribuição extraordinária para a profissão”.

O valor do prêmio, US$ 1 milhão, é fornecido pelo xeique Mohammed bin Rashid Al Maktoum, vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos e governador de Dubai.

professora hananaula

Greve de professores na Cisjordânia

A qualidade do trabalho de al-Hroub, no entanto, não é reconhecida na Cisjordânia. Segundo o site israelense +972, os professores da região estavam em greve desde janeiro reivindicando melhores salários, atualmente em aproximadamente R$ 1.500). Os docentes exigiam os benefícios de aposentadoria garantidos aos professores também para as professoras.

Como resultado, mais de 200 mil estudantes não tinham aula desde o dia 10 de fevereiro. A greve acabou somente neste domingo, mas não como resultado da premiação de al-Hroub — que foi elogiada pelo primeiro-ministro palestino, Rami Hamdallah, que, entretanto, se recusou a negociar o aumento salarial com os grevistas.

Fonte: Opera Mundi

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