Prisão perpétua para último presidente da ditadura argentina

bignoneNo processo, foram ainda condenados a prisão perpétua os ex-militares  Omar Riveros, Luis Sadi, Eduardo Oscar Corrado e Carlos Tomás Macedra. De acordo com fontes judiciais citadas pela agência noticiosa EFE, o  tribunal pronunciou-se sobre as violações de direitos humanos que ocorreram  sob a jurisdição da guarnição militar de Campo de Mayo, entre 1976 e 1983.

Em Campo de Mayo funcionou um dos maiores centros clandestinos de detenção  do regime e ainda uma maternidade ilegal por onde passaram várias mulheres  sequestradas, e atualmente desaparecidas.

O principal acusado deste processo foi o general Bignone, que já tinha  sido condenado a pesadas penas em anteriores julgamentos, por delitos de  lesa humanidade.

Na terça-feira, o ex-ditador começou também a ser julgado com outros  24 ex-militares pela sua suposta participação no “Plano Condór” de coordenação  das ditaduras sul-americanas para reprimir e eliminar opositores. Para quarta-feira está prevista a leitura das sentenças para os ex-militares  Santiago Omar Riveros, Eugenio Guaraabens Perelló, Luis Sadí Pepa, Julio  San Román, Hugo Castagno Monge e Carlos Eduardo Somoza.

Esta audiência foi a sexta relacionada com crimes cometidos nas instalações  do Campo de Mayo. Neste caso, foram julgados crimes contra 23 vítimas, incluindo sete  mulheres que tiveram os seus filhos quando estavam detidas na guarnição  militar e que permanecem desaparecidas.

Bignone, o último ditador argentino (1982-1983) negociou a transição  para a democracia após aprovar uma Lei de Amnistia, de imediato anulada,  e ordenar a destruição de toda a documentação sobre detenções, torturas  e assassinatos de desaparecidos.

O ex-militar, com 84 anos, já tinha sido condenado em 2010 e 2011 a  25 anos de prisão por delitos cometidos no Campo de Mayo. Calcula-se que pelo menos 30.000 civis foram mortos ou permanecem desaparecidos  durante os sete anos em que vigorou a ditadura militar, após o golpe de  Estado liderado pelo general Jorge Videla.

Em julho de 2012, Bignone recebeu outra condenação de 15 anos de prisão  pelo roubo sistemático de bebés durante a ditadura, num julgamento histórico  no qual Videla foi condenado a 50 anos de prisão.

Fonte: Sicnoticias

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