Presidente interino da Câmara anula impeachment contra Dilma

    Jornal GGN – O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), assinou decisão nesta segunda (09) anulando a tramitação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso. “Tenham cautela porque vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas”, alertou a presidente.
    De acordo com a Folha de S. Paulo, o motivo analisado pelo parlamentar foi a interpretação de que a votação dos deputados ultrapassou os limites da denúncia oferecida contra Dilma por crime de responsabilidade, abordando além dos decretos suplementares e das pedaladas fiscais, como também questões da Operação Lava Jato.
    No momento em que o Planalto soube da notícia, Dilma participava de cerimônia de anúncio de criação de novas universidades. O anúncio integra a série de medidas de impacto positivo que Dilma anuncia nos dias que antecederiam a votação do impeachment pelo Senado.
    “A gente tem de saber que nós temos pela frente uma disputa dura, uma disputa cheia de dificuldades. Peço encarecidamente aos senhores parlamentares e demais uma certa tranquilidade para lidar com isso. As coisas não se resolvem assim, vai ter muita luta, muita disputa”, lembrou Dilma.
    “Esse golpe, e quem sabe nós estamos derrotando, não é so contra a presidente Dilma, é contra a democracia, é contra a educação. Vai ter luta, não vai ter golpe”, exclamou o ministro Aloizio Mercadante, enquanto a plateia entoava palavras de ordem e de apoio à presidente.
    Maranhão anulou as sessões realizadas nos dias 15, 16 e 17 de abril e determinou que uma nova sessão será realizada para discutir sobre o caso, em 5 sessões desde que o processo seja devolvido pelo Senado. No dia 17, um domingo, foi realizada a última votação da Câmara sobre o processo. Renan Calheiros (PMDB-AL), foi avisado sobre a decisão e deve encaminhar a denúncia o quanto antes para a Câmara.
    “Um recurso foi aceito e, portanto, o processo está suspenso. Eu não tenho essa informação oficial. Não é oficial, não sei as consequências. Por favor, tenham cautela porque vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas”, disse a presidente Dilma.
    Nesta sexta-feira (06), Waldir Maranhão (PP-MA) também se comprometeu a dar seguimento ao pedido de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer, de acordo com informações do deputado Silvio Costa (PTdoB-PE).
    “Todos nós aqui sabemos que está em curso um golpe de Estado. Os alemães dividem os golpes em golpes quentes e frios. Quente é armado. Frio é quando se usa de argumentos aparentemente legais para depor uma presidente legitimamente eleita”, continuou a presidente, em sua defesa.

    “Estão me acusando de seis decretos e transferências para o Plano Safra. Não estão me acusando de enriquecimento ilícito, porque eu não roubei, não estão me acusando de contas no exterior, porque eu não tenho, não estão me acusando de usar o dinheiro público de forma a me beneficiar, porque eu não fiz isso”, disse.
    “Quantos decretos um dos presidentes que me antecedeu, Fernando Henrique Cardoso fez? 101. Do meu tipo quantos [decretos] ele fez? 30. Na época dele não era crime. Na minha época passou a ser crime”, afirmou.
    “Um deles são recursos pro Tribunal Superior Eleitoral. Outro é para o próprio MEC, para Hospitais Federais. Outro para o Ministério da Justiça, que pediu para que a gente usasse as taxas de polícia para pagar as escoltas. Não é para ilícitos, é para questões corriqueiras”, seguiu Dilma, em sua defesa.

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