Preços de alimentos e do gás sobem, combustíveis caem. Deflação mostra economia parada

IPCA-15 variou -0,01% em abril e soma 2,92% em 12 meses, de acordo com o IBGE

Foto: Pixabay

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), “prévia” da inflação oficial, variou -0,01% em abril, abaixo das projeções e indicando estagnação econômica. De acordo com o IBGE, que divulgou o resultado nesta terça-feira (28), foi o menor resultado para o mês desde o Plano Real. Agora, o IPCA-15 soma 0,94% no ano e 2,92% em 12 meses.

Enquanto os preços dos combustíveis puxaram o resultado para baixo, os alimentos tiveram forte alta no mês. O gás de botijão também teve aumento, segundo o IBGE.

Seis dos nove grupos tiveram deflação neste mês. Com -1,47% (após -0,80% em março), Transportes teve a contribuição mais intensa: -0,30 ponto percentual. Só a gasolina (-5,41%) representou -0,27 ponto. Somada ao etanol (-9,08%) e ao óleo diesel (-4,65%), o impacto foi de -0,35 ponto no índice geral.

Aplicativos

Ainda nesse grupo, o IBGE apurou queda no seguro de veículo (-2,74%), transporte por aplicativo (-3,11%) e aluguel de automóvel (-7,68%). Depois de três meses em queda, as passagens aéreas subiram 14,83%. O ônibus urbano registrou alta de 0,36%, com impacto do reajuste ocorrido em Salvador.

O grupo Alimentação e Bebidas passou de 0,35%, em março, para 2,46%, e representou 0,48 ponto percentual no IPCA-15. O item alimentação no domicílio subiu 3,14%, um provável efeito da maior presença das pessoas em suas casas. Entre os produtos em alta, o IBGE aponta cebola (35,79%), tomate (17,01%), batata inglesa (21,24%) e cenoura (31,67%). O preço da batata havia caído em março, enquanto a cenoura aumentou pelo quarto mês seguido e já acumula alta de 102,71% no ano. O preço das frutas aumentou 8,84% (0,07 ponto) e o das carnes caiu 0,27%.

Comer fora de casa ficou 0,94% mais caro em abril, por causa do lanche (3,23%). Já a refeição ficou perto da estabilidade (0,05%).

Gás de botijão

No grupo de maior peso, Habitação, a variação foi de 0,12%, com altas de 0,82% no gás de botijão e de 0,28% na taxa de água e esgoto.  A tarifa de energia elétrica teve variação média de -0,10%, mas com alta de 5,21% no Rio de Janeiro. E o gás encanado recuou 0,27%, com redução média de 0,85% em São Paulo.

Com retração de 3,19%, o grupo Artigos de Residência representou -0,12 ponto no resultado do mês. Depois de subir em março, os preços de eletrodomésticos e equipamentos e artigos de TV, som e informática tiveram quedas de 7,15% e 1,95%, respectivamente. Itens de mobiliário caíram 4% (-0,04 ponto), enquanto aumentaram itens como roupa de cama (0,69%) e de banho (0,82%).

Entre as 11 áreas pesquisadas, seis tiveram deflação. O índice variou de -0,52% (município de Goiânia) a 0,61% (região metropolitana do Rio). Na Grande São Paulo, a variação foi de -0,05%. No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 vai de 1,99% (Brasília) a 3,89% (Belém), somando 3,33% em São Paulo.

Devido à pandemia, o IBGE suspendeu a coleta presencial de preços em 18 de março. Desde então, a pesquisa é feita por meio de internet, telefone ou e-mail. O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 8 de maio.

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