Por pressão do Exército, Braga Netto atua como presidente no lugar de Bolsonaro, segundo jornalista argentino

Walter Souza Braga Netto | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Circula desde ontem na mídia internacional que militares brasileiros deixaram Bolsonaro de lado e colocaram o general Braga Neto como “presidente operacional”.

As matérias se baseiam em publicação do site Defesanet. O jornalista argentino Horacio Verbitsky também teve informação sobre o assunto. Leia a matéria publicada na Revista Fórum, por Lucas Rocha:

Os desmandos do presidente Jair Bolsonaro diante do surto do novo coronavírus no Brasil irritaram o alto comando das Forças Armadas, que parece ter “eleito” o ministro chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, como o novo “presidente operacional” do país.

Segundo o jornalista investigativo argentino Horacio Verbitsky, um alto oficial do exército brasileiro comunicou um correlato argentino que o presidente Jair Bolsonaro não está sendo ouvido pelas autoridades na hora de tomarem decisões.

“Houve uma comunicação por telefone de um alto chefe do exército brasileiro com um da Argentina, em que o brasileiro informou que eles haviam tomado a decisão de contornar o presidente Bolsonaro em todas as decisões importantes”, disse o comunicador no programa “Habrá Consecuencias”, da Radio El Destape.

Verbitsky afirma que Bolsonaro atua como “monarca sem poder efetivo” e quem agora comanda o país é o general Walter Braga Netto, da Casa Civil.

Nos últimos dias, a postura de Braga Netto em coletivas de imprensa chamou a atenção da mídia. O general tenta controlar as respostas dos demais presentes e chega a atropelar outros ministros.

Braga Netto, que foi o comandante da intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018, foi designado como coordenador o comitê do coronavírus do Governo Federal. Segundo o portal DefesaNet, na realidade, ele hoje atua como “Chefe do Estado-Maior do Planalto”, corroborando com a tese do jornalista argentino.

Segundo o site, Braga Netto chegou ao posto após uma grande costura. “A nova ‘missão informal’ foi produto de um “acordo por cima”, envolvendo ministros e comandantes militares e o próprio presidente da República”, diz trecho de reportagem.

“Sua ‘missão’ busca reduzir a exposição do presidente, deixando-o ‘democraticamente’ (Apud Paulo Guedes) se comportar como se não pertencesse ao seu próprio governo. O general passa a enfeixar as ações do Executivo na crise. Pode, inclusive, contrariar as declarações de Bolsonaro”, aponta a publicação, colocando Bolsonaro na mesma posição de “monarca sem poder efetivo”.

 

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