Polícia sul-africana reprime estudantes em nova onda de protestos por ensino superior gratuito

A polícia da África do Sul voltou a reprimir estudantes durante uma nova onda de manifestações nesta segunda-feira (17/10), que ocorreram na Cidade do Cabo e em Joanesburgo, e reivindicam educação superior gratuita no país.

Na Universidade da Cidade do Cabo, a polícia foi chamada pela instituição quando alguns alunos, em protesto, começaram a quebrar janelas e jogar excrementos nos edifícios do local.

Já em Joanesburgo, os alunos da Universidade de Witwatersrand (Wits) bloquearam estradas e atearam fogo a pneus. Na semana passada, os estudantes da instituição atearam fogo a um ônibus e atiraram pedras contra a equipe de segurança da universidade.

Em uma tentativa de dispersar os manifestantes, a polícia utilizou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Apenas no fim de semana, pelo menos nove pessoas foram presas somente em Joanesburgo durante confrontos com a polícia. Uma delas foi o ex-presidente do conselho estudantil da Wits e um dos líderes das manifestações, Mcebo Dlamini. A polícia ainda não divulgou quais são as acusações contra Dlamini, preso nesta madrugada, mas veículos locais falam em agressão a um policial.

Manifestações na África do Sul

As manifestações nas universidades sul-africanas tiveram início em 2015, quando foi anunciado que as mensalidades aumentariam de 10% a 12% em 2016.

Estudantes por todo o país realizaram diversos protestos nos campus e nas ruas de suas respectivas cidades em m movimento que chamaram de #FeesMustFall (as mensalidades precisam cair, em tradução livre). Diante desse cenário, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, anunciou o congelamento das mensalidades durante um ano.

As manifestações foram retomadas em setembro, quando o governo anunciou um aumento de 8% nas mensalidades. Desta vez, no entanto, os estudantes passaram a reivindicar a educação superior gratuita no país, afirmando que as mensalidades abusivas formam um novo apartheid, pois tornam o ensino superior inacessível para a população mais pobre, que é majoritariamente negra.

O governo prometeu que dará bolsas para estudantes provenientes de famílias mais pobres, mas afirmou que não pode arcar com educação gratuita para toda a população. O presidente Zuma disse que as manifestações já custaram cerca de US$ 44 milhões à administração central (aproximadamente R$ 140,8 milhões).

Além disso, numa tentativa de forçar os alunos a encerrarem os protestos, as autoridades mandaram as universidades retomarem as aulas nesta segunda-feira. A Universidade de Tecnologia da Península do Cabo, a Universidade Tshwane de Tecnologia em Pretoria e a Universidade do Estado Livre, presente em diversas cidades, retomaram as aulas.

Esta última, porém, voltou a cancelar as aulas em seu campus em Bloemfontein. A reitoria anunciou que a universidade permanecerá fechada até o dia 28 deste mês, em razão da nova onda de protestos desta segunda.

Fonte: Opera Mundi

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