PM acaba com ensaio de grupo de maracatu e ofende integrante: “Vadia”

O Baque Mulher fazia um ensaio na Praia Brava, em Matinhos (PR), quando foi interrompido de forma agressiva por policiais militares; assista

 

Foto: Reprodução

Os ensaios do grupo de maracatu Baque Mulher acontecem todas as semanas perto da Praia Brava, em Matinhos (PR). Nesta quarta-feira (22), no entanto, as integrantes foram surpreendidas com uma ação desproporcional da Polícia Militar, que tentou apreender instrumentos com a alegação de que elas estavam incomodando moradores. Três delas foram detidas, mas já liberadas.

Vídeo publicado pela página de Facebook Boca no Trombone mostra a confusão criada pelos policiais militares, que não queriam o prosseguimento do ensaio. As imagens demonstram a forma agressiva que os oficiais abordaram as percussionistas, que disseram que só sairiam do local com a presença de um advogado. Uma delas, inclusive, foi chamada de “vadia”.

“O grupo parou de tocar e os policiais pediram 2 instrumentos para levar a delegacia, depois mudou de ideia e exigiu 3 instrumentos, mesmo assim as agressões continuaram (inclusive uma das meninas segundo soube a pouco vai passar por corpo delito). Três mulheres foram coagidas de forma violenta (coordenadoras do grupo) a entrar na viatura e irem para a delegacia. Um dos policiais chamou de vadia uma das coordenadoras que tentava conversar e pedir por seus direitos”, relata a publicação.

A abordagem desproporcional também está no número do contingente mobilizado para “conter” o grupo. Foram quatro viaturas e oito oficiais enviados para o local com o objetivo de encerrar a manifestação artística.?

Enquanto aguardavam as companheiras prestarem depoimento na Polícia Militar, as demais percussionistas puxaram músicas como forma de resistência na porta da Divisão Policial. “Hoje na praia de Caiobá não teve o grito das meninas guerreiras, não teve a poesia do empoderamento. […] Foi dia de censura, de violência contra as mulheres, cerceamento da expressão cultural, apreensão dos instrumentos … Enquanto esperam o depoimento das companheiras, elas fazem a resistência como sabem fazer melhor”, disse a pedagoga Cida Reis ao compartilhar vídeo das mulheres.

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