Parlamento é dissolvido e Israel terá 4a. eleição em dois anos

Captura de tela

O Knesset (Parlamento israelense) foi dissolvido na noite desta terça-feira (22/12) após os deputados não terem chegado a um acordo para aprovar o orçamento do Estado, marcando o colapso da coalizão entre Benjamin Netanyahu e Benny Gantz após sete meses de governo.

Os parlamentares israelenses tinham até terça-feira às 23h59 no horário local (18h59 Brasília) para aprovar um orçamento e evitar novas eleições, a quarta em cerca de dois anos. Agora, o país deve voltar a ser palco de um novo pleito em março de 2021. Até lá, o primeiro-ministro Netanyahu seguirá no comando do país de forma interina.

A última eleição ocorreu em março deste ano. Segundo a lei, se o orçamento não fosse aprovado até a meia-noite de terça-feira, a Casa teria que ser dissolvida.

As divergências sobre o orçamento provocaram um duro golpe na frágil coalizão de governo formada em março entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu antigo rival Benny Gantz.

Após três pleitos que não resultaram em um vencedor claro entre Netanyahu e Gantz, os dois rivais decidiram formar em abril um governo de “unidade e urgência” para enfrentar a pandemia de covid-19, encerrando a crise política de maior duração da história do país.

O acordo incluía um rodízio no posto de primeiro-ministro e estipulava que o governo adotaria um único orçamento para dois anos (2020 e 2021), mas o partido Likud, de Netanyahu, propôs a votação de dois orçamentos diferentes, o que foi recusado pelo partido centrista Azul e Branco, de Gantz.

Este ponto virou o calcanhar de Aquiles da coalizão e também, segundo a imprensa israelense, o estopim das tensões entre Netanyahu e Gantz.

De acordo com analistas, a crise do orçamento foi a maneira que Netanyahu encontrou para provocar novas eleições e evitar ceder o poder a Gantz em novembro de 2021. Ou talvez fosse uma forma para conseguir margem de manobra e voltar a negociar o acordo de coalizão, de modo a obter mais poderes para seu partido.

Há uma lei segundo a qual a Knesset deve ser dissolvido na falta de um acordo orçamentário. A perspectiva de novas eleições acontece em plena crise de saúde e no momento em que Israel acaba de iniciar a campanha de vacinação contra a covid-19. O país tem balanço de 380.000 casos e mais de 3.100 mortes. Também coincide com a batalha judicial de Netanyahu, acusado de corrupção, fraude e abuso de confiança em três casos.

Além disso, Netanyahu deve enfrentar uma concorrência maior no próximo pleito. Gideon Saar, ex-ministro da Educação e do Interior, anunciou a criação de um partido Tikva Hadasha (Nova Esperança), também de direita, e que aparece na segunda posição nas pesquisas de intenção de voto.

O Likud lidera as pesquisas, mas a criação do novo partido e o avanço da legenda de extrema-direita Yamina, de outro ex-ministro, Naftali Bennett, retirariam votos de Netanyahu e poderiam complicar o jogo das alianças pós-eleitorais. Enquanto isso, o ex-comandante do Exército Benny Gantz viu a redução de seu apoio e a fragmentação de seu partido.

JPS/afp/rt/ots

 

Leia mais

Documento revela planos do pai do sionismo para criar um ‘Estado judeu’ no Marrocos

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.