Parlamentares querem quebra de sigilos de empresas que estariam envolvidas com Cachoeira

Senador Álvaro Dias (PSDB – PR)

Por Anderson Vieira.

Integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira estão pressionando o presidente do colegiado para a aprovação de novos requerimentos de quebra de sigilo de empresas supostamente envolvidas no esquema do contraventor goiano. Para isso, deputados e senadores querem que seja marcada uma nova reunião administrativa na próxima semana quando esses pedidos deverão ser analisados.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) é um dos que estão reivindicando o acesso a dados bancários, telefônicos e fiscais de pessoas jurídicas que, segundo ele, receberam milhões por meio da construtora Delta.

– Nossa assessoria técnica revela que já há um repasse de mais de R$ 413 milhões da empreiteira Delta para essas empresas supostamente organizadas para o desvio de recursos, que são públicos, com origem nos cofres da União, de estados e municípios. Portanto, é essencial para o trabalho desta CPI que os sigilos bancário, fiscal e de dados destas pessoas jurídicas sejam quebrados – defendeu ele na última reunião da CPI realizada quarta-feira (22).

O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) alertou para a existência de 18 empresas consideradas fantasmas e apresentou um ranking das maiores beneficiadas pela Delta: a SP Terraplanagem Ltda recebeu R$ 45,4 milhões; a Power Engenharia, R$ 43,1 milhões; a JSMS Engenharia e Terraplanagem, R$ 39 milhões; a Soterra Terraplanagem, R$ 36 milhões; a SM Terraplanagem, R$ 35 milhões; e a MPB Serviços, R$ 30 milhões.

– É estarrecedor. São R$ 413 milhões repassados a empresas que receberam dinheiro, simulação de prestações de serviços e entregas de bens. O grupo continua articulado e o próximo desafio, tanto para a comissão quanto para o Ministério Público, será identificar o braço financeiro da organização a partir de possíveis fraudes em licitações – afirmou.

Pressão

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e os deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Rubens Bueno (PPS-PR) também defendem uma reunião administrativa na próxima semana para avaliar os pedidos. Diante da pressão, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), admitiu que conversará com o relator Odair Cunha (PT-MG) sobre a possibilidade de exame de parte dos requerimentos na próxima terça-feira (28), antes dos depoimentos. Estão convocados para esse dia o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Luiz Antônio Pagot, e o empresário Adir Assad, que devem falar a partir das 10h15.

Fonte: Agência Senado

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