Para Paulo Pimenta, decisão de Temer de manter Alexandre de Moraes é ‘teatro’

Por Eduardo Maretti.

A decisão do presidente Michel Temer de manter o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, no cargo, nesta terça-feira (27), faz parte de um “teatro”, segundo o deputado federal Paulo Pimenta (PT-SP). “O Temer tem feito esse teatro. O ministro do Trabalho defende jornada de 12 horas, Temer se manifesta dizendo que não concorda. O Geddel (Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo) diz que é a favor do caixa 2, o Temer diz que não concorda. Isso é uma estratégia”, diz Pimenta.

Na semana passada, Geddel defendeu a ideia de que o caixa 2 não é crime. Para Pimenta, a estratégia “é um processo permanente de teste com a capacidade de reação da sociedade”. “Se a sociedade não reage, a ideia fica; se reage, o Temer recua e aparece como a figura política que faz a mediação.”

O parlamentar afirma ainda que o problema envolvendo as declarações de Alexandre de Moraes em Ribeirão Preto “é muito grave”. “Não foi uma bobagem o que ele disse, ele cometeu um crime. Vazou uma informação sigilosa de uma operação da Polícia Federal. Se utilizou de uma informação de uma operação que envolve outros poderes como o Judiciário, o Ministério Público, de maneira privilegiada, para buscar dividendos eleitorais e políticos com isso. A permanência dele no ministério é insustentável.”

Ontem, Pimenta e o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) protocolaram na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara requerimento pedindo a convocação do ministro da Justiça para explicar as declarações que deu em Ribeirão Preto, durante comício de campanha, no domingo (25).

No evento, Moraes antecipou a 35ª fase da Operação Lava Jato, que prendeu o ex-ministro Antonio Palocci nesta segunda-feira. “Esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim”, disse Moraes no evento.

Para Pimenta, um dos primeiros exemplos da estratégia de Temer de testar a capacidade de reação da sociedade foi dado logo no início do governo Temer, com o anúncio da extinção do Ministério da Cultura. Na opinião do deputado, como as declarações de Ribeirão Preto são graves, Moraes tinha que ter sido “exonerado na hora”.

Fonte: Rede Brasil Atual

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