Para Padilha, ação da PM no centro de São Paulo foi desastrosa e mostra despreparo

Candidato petista ao governo paulista critica repressão tucana, maquiagem de ações em segurança e lentidão de obras de metrô, e diz que Alckmin vive na ‘Disneylândia’ 

Falou com jornalistas na Vila Prudente, onde criticou lentidão do governo Alckmin.

PM

São Paulo – O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, disse que foi desastrosa a atuação da Polícia Militar para a reintegração de posse do antigo Hotel Aquarius, na avenida São João, centro da capital, na manhã de hoje (16). “Mais uma vez o governo age sem preparo prévio. Não sei se há pressa dele de fazer isso no meio da eleição”, disse. Para ele, a PM do governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, colocou a região em risco.

Segundo o ex-ministro da Saúde, o governo não executa metade dos recursos que tem disponível por lei para moradia. “A Polícia Militar sabe que temos vandalismos e movimentos outros que, às vezes, aproveitam situações como essa para danificar o patrimônio”, observou.

A PM atirou a esmo, independentemente de as pessoas alvejadas pelas balas de borracha ou bombas serem ou não de movimentos de moradia, segundo Padilha. “Isso mostrou mais uma vez o despreparo do governo de São Paulo em cuidar da segurança das pessoas e dos que trabalham.”

Alexandre Padilha
Alexandre Padilha

O petista classificou de vergonhosas as informações veiculadas pela Folha de S. Paulo de que o governador maquia ações que ainda não funcionam para seu programa no horário eleitoral na TV. Um exemplo é o Detecta, tecnologia citada por Alckmin como importante avanço no combate ao crime. Embora apresentado como nova ferramenta, o sistema, que integra bancos de dados de polícia, a partir da utilização de câmeras, ainda está em processo de implementação.

Na semana passada, questionado se o desenvolvimento tecnológico não seria acompanhado por uma evolução da própria polícia, conhecida pela violência nas periferias e contra movimentos sociais, Alckmin repetiu o que costuma dizer: “A polícia de São Paulo é firme e legalista”.

“É uma vergonha ele mostrar na TV algo que não existe”, disse Padilha. “O atual governador tem faltado com a verdade junto à população. O Detecta que ele mostrou não detecta em nenhum lugar, não detecta os crimes, o crescimento de roubos”, disse. O número de roubos em São Paulo, segundo a Secretaria de Segurança Pública, cresceu 20,25% em julho de 2014, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os índices têm crescido sistematicamente.

“É um governador que não é bom para as pessoas que precisam. Talvez ele seja bom para as pessoas que têm segurança privada, quem anda de guarda-costas, carro blindado, mas para o povo da periferia, que sofre com a questão da segurança, para as mulheres que sofrem com abuso sexual, comerciante que tem que manter seu negócio, é um governador nada bom.”

Transporte

Padilha falou a jornalistas em visita ao monotrilho do bairro da Vila Prudente, zona leste na capital, obra que Alckmin inaugurou no final de agosto. Mas o trecho da Linha 15-Prata, entre as estações Oratório e Vila Prudente, representa apenas 2,9 quilômetros dos 26,6 quilômetros previstos para o ramal, ou 11%. A própria inauguração deste trecho foi adiada várias vezes. A previsão inicial era para 2013. “Fazer uma inauguração-teste, inauguração-cobaia em duas estações na zona leste de algo prometido há tantos anos mostra o desprezo do governador para com a zona leste”, disse.

Para o candidato petista, o monotrilho de duas estações, sequer acabadas e com acesso interditado de sábado e domingo, mostra um governador “ilusionista”. “Ele vive no mundo da Disneylândia. A verdade aparece quando a eleição começa. O mundo real é muito diferente da Disneylandia do Alckmin.”

Dois anos atrás, Alckmin havia calculado a entrega de 24 quilômetros da Linha Prata. No Plano Plurianual 2012-2015, a previsão era de que a região metropolitana de São Paulo teria 136 quilômetros de metrô em 2015, mas, contando os 2,9 quilômetros do monotrilho, tem atualmente 78.

Foto: Ale Vianna / Brasil Photo Press

Fonte: Rede Brasil Atual

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