Para o capital, vidas humanas não são importantes. Por Elaine Tavares.

Imagem: Via Elaine Tavares/Internet.

Por Elaine Tavares.

Algumas considerações:

1 – Para o capital, vidas humanas não são importantes, porque há vidas humanas demais no mundo. Então, dizer que morreram 1600 ou 2000 por dia não causa qualquer impacto aos gerentes do sistema. Não têm a menor importância.

2 – Os governantes – gerentes do sistema – seguem afirmando que a economia não pode parar, que a economia é mais importante que tudo, então, não há qualquer sinal de que essa gente vá se comover com a dor de quem perde seus familiares.

3 – Os governantes não querem o fechamento total dos serviços e estão pagando pra ver. Se morrer 20% da população ainda terão exército de reserva para seus negócios. Para eles o necessário é que lojas, indústrias e negócios sigam funcionando…

4 – A fala do Secretário de Saúde de Santa Catarina hoje na imprensa mostra isso muito bem. Não é negacionismo. É escolha. Eles decidiram escolher pela matança das pessoas, de maneira muito consciente.

5 – Matar as pessoas é da natureza do capitalismo. O sistema tal como é esgota os trabalhadores, adoece e mata, sistematicamente. O que acontece é que essa morte se dá de forma mais lenta. Agora, com a pandemia a lógica tem sido a mesma. Deixar morrer todo mundo que tiver de morrer, e ponto final. Os donos do mundo estão apostando que, mesmo com o número elevado de mortes agora, vai sobrar braços suficientes para gerar valor e lucros para seus negócios.

6 – Dito isso, fica mais do que claro que clamar à essa gente piedade, pedir compaixão ou pedir que eles cuidem das pessoas é completamente inútil. Isso não encontra eco em suas mentes. Vão seguir protegendo o sistema mesmo que morram suas mães ou filhos. A fala do presidente dizendo para o povo parar de chorar e tocar a vida é o exemplo acabado disso.

7 – Sendo assim, só resta a luta. Como sempre, aliás. Então, temos de nos organizar e enfrentar isso. Claro que tem de ser uma luta coletiva, organizada pelos nossos instrumentos próprios, sindicatos, partidos políticos, movimentos, etc… Portanto, temos uma grande batalha a travar, porque, primeiro, temos de ressuscitar esses espaços que estão mortos. Não tenho a resposta sobre como fazer isso, mas creio que juntos, podemos chegar lá.

O presidente tem razão numa coisa: é hora de parar de chorar. Portanto, há que partir para o ataque. É o mínimo que devemos para nossos mortos.

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Elaine Tavares é Jornalista, em Florianópolis.

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