Para a justiça mexicana indigna mais o glitter lilás que uma mulher estuprada

Foto: @PinkieMonn

Por Ana Rosa Moreno, Cidade do México, para Desacato.info.

Tradução: Raul Fitipaldi, para Desacato.info.

Em certa ocasião ia trabalhar de ônibus e numa parada subiram vários policiais. Pela minha mente passaram-se muitas coisas e uma delas foi não me sentir segura de ir rodeada de elementos policiais. E é esse o sentimento que experimenta cada mexicano ou mexicana. A polícia não nos oferece segurança, ao contrário nos extorque, nos desparece, assassina e estupra, sem esquecer que a polícia mexicana destaca-se por ser corrupta e ineficaz. Exemplos temos demais.

Dias atrás, era 5 de agosto deste ano, conhecemos o caso de uma menor que foi estuprada por quatro policiais pertencentes à vila de San Sebastián, prefeitura de Azcapotzalco, Cidade do México. Ela saiu de uma festa e um amigo a levou de carro até sua casa (um táxi chamado por app). Era por volta das 2:00 da madrugada e ela tinha que caminhar apenas duas ruas. Nesse pequeno trajeto uma viatura com quatro elementos que estava por perto se aproximou da jovem para lhe perguntar onde morava. Ela, nervosa, falou que na casa dos seus tios, mais adiante a poucos passos, para afugentá-los. Mas, os policiais insistiram em levá-la, e ela se negou. Subiram-na ao carro da patrulha onde lhe falaram para tirar a roupa. Foi aí que um dos policiais tirou sua blusa e ela começou a gritar e tentou escapar, mas o medo que sentiu era tão grande que não conseguiu gritar forte nem abrir a porta da viatura. Abusaram dela e foi humilhada por quatro policiais da preventiva, os mesmos policias que juraram cuidar de nós e nos dar segurança.

A jovem fez um boletim de ocorrência e iniciaram-se as indagações. Abriu-se uma pasta com o prontuário CI-FDS/FDS-4/UI-FDS-4-01/00487/08-2019. Solicitaram os vídeos das três câmeras da polícia e outras três câmeras privadas. A vítima elaborou retratos falados dos seus agressores. A Procuradoria de Delitos Sexuais proporcionou imagens dos agentes que patrulharam nessa hora na área da agressão, com o que o departamento espera que a menor os reconheça plenamente.

Apesar de que já foram localizados os agressores, a procuradora Ernestina Godoy declarou que os policiais que supostamente cometeram o delito de violação poderiam ficar livres.

Apesar das testemunhas, dos vídeos, das provas médicas e psicológicas às que foi submetida a menor depois do abuso do qual se presume foi vítima, Godoy considera que há falta de provas que constatem a culpabilidade dos policiais:

“Com certeza se não tem uma acusação direta e não temos a possibilidade de integrar o prontuário com o que temos para poder fazer uma acusação, vão ter que retornar ao seu serviço. Não vamos fabricar culpados… Se não podemos integrar ao prontuário e não tem acusação, não tem razão para que os separem dos seus cargos. Por isso estamos vendo o que é que temos nós no arquivo para poder fazer a acusação. Vamos respeitar seus tempos, seu processo”, sentenciou a procuradora.

Dada a nula resposta das autoridades para atender um caso de estupro por parte dos seus elementos, convocou-se nas redes sociais, com os hashtags #NoMeCuidanMeViolan e #LaPolicíaViola, uma manifestação para denunciar as agressões a mulheres por parte da polícia.

Centenas de manifestantes marcharam da Secretaria da Segurança Cidadã (SSC) até a Procuradoria Geral de Justiça da Cidade do México para exigir justiça nos casos em que policiais supostamente estupraram duas jovens.

Fala-se também de um caso onde um elemento da segurança do Museu do Arquivo da Fotografia, na cidade do México, abusou de uma menor no banheiro público  das instalações do local.

Durante a manifestação se realizaram pichações e se quebraram as vidraças da Secretaria de Segurança Cidadã e da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ). Atos que para as autoridades pareceram radicais, realmente são resultado do cansaço e irritação das mulheres pela falta de atenção, a impunidade e o abuso por parte da Justiça mexicana.

No entanto, o ato que indignou mais foi o fato de que uma mulher deu um banho de glitter lilás no secretário da Segurança Cidadã, Jesús Orta, quando foi dar uma coletiva aos veículos de comunicação, o que ocasionou que o funcionário voltasse ao seu escritório e se falasse que as manifestantes eram provocadoras.

“Sobre a provocação de momentos atrás nas instalações da @PGJDF_CDMX, devemos dizer que não vamos cair na mesma e que se abriram diversas pastas de investigação para pesquisar os fatos”, escreveu Ernestina Godoy.

A chefa de Governo da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, declarou em sua conta do twitter, que os distúrbios não foram protestos, mas, atos de provocação nos que “por nenhum motivo vamos cair”. “Isso é uma provocação, queriam que o Governo utilizasse métodos violentos igual aos que eles utilizaram, e nós, por nenhum motivo vamos cair em provocações”, salientou.

Além disso, reiterou que no caso da jovem supostamente estuprada por quatro agentes na prefeitura de Azcapotzalco “não haverá impunidade nem fabricação de culpados” e lembrou que “a vítima ainda não reconheceu seus agressores”.

Já estão investigando para ver quem foram as destruidoras da mobília e portas dos prédios que sofreram danos e de quem era a mãozinha que lançou o glitter ao chefe da polícia, porque é mais importante saber quem anda jogando glitter e quebrando portas em lugar de investigar e punir quem cometeu delitos de estupro e abuso sexual contra menores. Em fim, é o México.


Para la justicia mexicana indigna mas la brillantina morada que una mujer violada

 Por Ana Rosa Moreno, Cidade do México, para Desacato.info.

Una vez iba en el autobús rumbo al trabajo y en una parada subieron bastantes policías al transporte. En mi mente pasaron muchas cosas y una de ellas fue el no sentirme segura de ir rodeada de elementos policiales. Y es ese sentimiento que experimenta cada mexicano o mexicana, ya que la policía no nos brinda seguridad. Al contrario, nos extorsiona, desaparece, asesina y viola. Sin olvidar que la policía mexicana se destaca por ser corrupta e ineficaz. Ejemplos tenemos bastantes.

Hace unos días, el 5 de agosto de este año, conocimos el caso de una menor que fue violada por cuatro policías locales de la colonia San Sebastián, alcaldía de Azcapotzalco, Ciudad de México. Ella salió de una fiesta y un amigo la acercó a su casa en auto (iban en un servicio de taxi por app). Eran alrededor de las 2:00 de la mañana y ella tenía que caminar solo dos calles. En ese pequeño trayecto una patrulla con cuatro elementos que estaba ahí cerca se acercó a la joven para preguntarle dónde vivía y ella nerviosa le contestó que la casa de sus tíos estaba ahí enfrente a unos pasos para ahuyentarlos, pero los policías insistieron en llevarla pero ella se negó y la subieron a la patrulla donde le dijeron que se quitara la ropa. Entonces uno de los policías le jaló el suéter y ella empezó a gritar e intentar escapar, pero el miedo que sintió era tan grade que no pudo gritar fuerte ni abrir la puerta de la patrulla. Fue abusada y humillada por cuatro policías preventivos. Esos mismos policías que juraron cuidarnos y darnos seguridad.

La joven levantó una denuncia y se iniciaron las indagatorias, se abrió una carpeta de investigación con el expediente CI-FDS/FDS-4/UI-FDS-4-01/00487/08-2019, también se solicitó los videos de tres cámara de video y de la policía y otras tres cámaras privadas. La victima elaboro retratos hablados de sus agresores, la Fiscalía de Delitos Sexuales le proporcionó imágenes de los agentes que patrullaron a esa hora en la zona de la agresión, con lo que la dependencia espera que la menor los reconozca plenamente.

A pesar de que ya están ubicados los agresores, la procuradora de justicia Ernestina Godoy declaró que los policías que se presume cometieron el delito de violación podrían quedar libres.

A pesar del testimonio, los videos, las pruebas médicas y psicológicas a las que se sometió la menor tras el abuso del que se presume fue víctima, Godoy considera que hay falta de pruebas que constaten la culpabilidad de los policías:

“Seguramente si no hay una imputación directa y no tenemos la posibilidad de integrar la carpeta con lo que tenemos para poder hacer una imputación, van a tener que regresar a su trabajo. No vamos a fabricar culpables “, sentenció la procuradora.

“Si no podemos integrar a la carpeta y no hay imputación, no hay razón para que los separen de su cargo. Por eso estamos viendo qué es lo que tenemos nosotros en la carpeta para poder hacer la imputación. Vamos a respetar sus tiempo, su proceso”, afirmó Ernestina Godoy.

Dada la nula respuesta de las autoridades para atender un caso de violación por parte de sus elementos, se convocó redes sociales con los los hashtags #NoMeCuidanMeViolan y #LaPolicíaViola a una marcha para denunciar las agresiones por parte de la policía a mujeres.

Cientos de manifestantes marcharon de la Secretaría de Seguridad Ciudadana (SSC) a la Procuraduría General de Justicia de la Ciudad de México para exigir justicia en los casos en que policías presuntamente violaron a dos jóvenes.

Se habla también de un caso donde un elemento de seguridad del Museo de Archivo de la Fotografía en la ciudad de México abuso de una menor en el baño publico de las instalaciones de dicho lugar.

Durante la manifestación se realizaron pintas y se rompieron los vidrios de la Secretaría de Seguridad Ciudadana (SSC) y la Procuraduría General de Justicia (PGJ). Actos que para las autoridades parecieron radicales realmente son el resultado del hartazgo de las mujeres por la falta de atención, la impunidad y el abuso por parte de la justicia mexicana.

Sin embargo, el acto que indignó más fue el hecho de que una mujer bañó de brillantina morada al secretario de Seguridad Ciudadana, Jesús Orta cuando salió a dar declaraciones a los medios de comunicación, lo que ocasionó que el funcionario regresara a su oficina y se le tacharan de provocadoras a las manifestantes.

 “Sobre la provocación de hace unos momentos en las instalaciones de la @PGJDF_CDMX, señalar que no vamos a caer en la misma y que se han aperturado diversas carpetas de investigación para investigar los hechos”, escribió Ernestina Godoy.

La jefa de Gobierno de la ciudad de México, Claudia Sheinbaum, declaró en twitter que los disturbios no fueron protestas, si no actos de provocación en los que “por ningún motivo vamos a caer”. “Esto es una provocación, querían que el Gobierno utilizara métodos violentos igual que los que ellos utilizaron y nosotros por ningún motivo vamos a caer en provocaciones”, recalcó.

Además, reiteró que en el caso de la joven presuntamente violada por cuatro agentes en la alcaldía Azcapotzalco “no habrá impunidad ni fabricación de culpables y recordó que la víctima aún no ha reconocido a sus agresores”.

Y se abrieron carpetas de investigación para investigar quienes fueron las destructoras del inmobiliario y puertas de los edificios dañados y de quién fue la manita que lanzo la brillantina al jefe de la policía, porque es más importante saber quien anda lanzando brillantina y rompiendo puertas en lugar en lugar e investigar y castigar a quienes cometieron delito de violación y abuso sexual contra menores, en fin, es México.

Ana Rosa Moreno é licenciada em Relações Internacionais e mora em Puebla, México.

A opinião do/a autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

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