Owen Jones: Um jornalista sem papas na língua

Transcrição do vídeo abaixo.

Charles: Você acha que Israel tinha razão de bombardear Gaza após meses de lançamentos de foguetes a civis israelenses?

Owen Jones: Estou desapontado por essa intervenção, sinceramente, Charles, e… sejamos totalmente claros sobre o que aconteceu.

Primeiro, essa ideia generalizada de que Hamás violou o cessar-fogo não é verdadeira. Na verdade, ele foi violado em outubro quando os israelenses já tinham matado quinze combatentes palestinos, além de um portador de deficiência mental, mataram um adolescente de 13 anos em uma incursão. E quando houve tentativas de conseguir um verdadeiro cessar-fogo, quando as negociações estavam acontecendo, eles assassinaram Ahmad Jaabari, e acabaram com elas.

Habitualmente se fala, e Obama também perguntou: Que país suportaria que lançassem foguetes a sua população?

Eu pergunto: Que povo no mundo suportaria um bloqueio que impede a entrada de produtos de primeira necessidade, uma ocupação brutal de 45 anos, assentamentos ilegais na Cisjordânia, o que constitui uma violação total ao direito internacional?

E o que temos visto no decorrer desta agressão, da morte de 158 palestinos, dos quais 30 são crianças. E não quero só atirar estatísticas; vou lhes dar um exemplo de uma criança, Omar Misharawi, tinha onze meses e era um bebê filho de um jornalista da BBC. Morreu em um chamado “ataque seletivo”.

Todos queremos uma paz segura e duradoura, mas quando temos ministros israelenses, como o Ministro do Interior, que faz um chamamento para que Gaza seja enviada para a Idade Média, quando na última ofensiva houve um chamado a perpetrar um holocausto sobre Gaza, quando o filho de Ariel Sharon escreveu no Jerusalem Post que Hiroshima e Nagasaki eram soluções possíveis; enquanto tivermos esse tipo de gente, não teremos uma paz sólida, mas o jeito de tê-la, tanto para árabes como para judeus é: acabar com a ocupação, acabar com o bloqueio a Gaza, desmantelar os assentamentos ilegais para, finalmente, ter uma solução justa para os palestinos, garantindo a paz para árabes e judeus e para a região toda.

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