Operação barra roubo de madeira em terra indígena que era vendida no exterior

A produção saía do Brasil pelos portos de Belém, Itajaí e Paranaguá para países americanos, europeus e asiáticos (Foto: Fábio Nascimento/Greenpeace)

Prejuízo ambiental é estimado em R$ 897 milhões.

Uma operação da Polícia Federal (PF) foi iniciada na última quarta-feira (4) com o objetivo de combater fraudes no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais do Estado do Pará (Sisflora-PA) e roubo de madeira na Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca. A medida cumpre 27 mandados expedidos pela Justiça Federal de Altamira, no Pará: 10 de condução coercitiva, 11 de sequestro de bens e valores e 6 de busca e apreensão.

Também foi determinada a suspensão das atividades empresariais realizadas pelos investigados. Laudo pericial aponta que o dano ambiental causado pelos infratores é estimado em R$ 897 milhões.

As investigações que resultaram na ação da PF foram subsidiadas pelos resultados de operação realizada pelo Ibama na TI Cachoeira Seca em outubro de 2015, que identificou esquema de exploração ilegal de madeira em áreas protegidas. Na ocasião, agentes do Instituto apreenderam cinco caminhões, três tratores e uma caminhonete. As máquinas usadas para infrações ambientais na TI pertenciam a duas madeireiras investigadas pela PF.

Além da extração ilegal de madeira, os infratores fraudavam o Sisflora-PA por meio de Planos de Manejo Florestal Sustentável de fachada. “De acordo com a PF, um grupo empresarial familiar controlava um esquema de fraude completo, que começava no roubo de madeira da TI, passava pela  “lavagem” do produto, até o escoamento para o mercado internacional”, conta o Greenpeace.

A produção saía do Brasil pelos portos de Belém, Itajaí e Paranaguá para países americanos (Estados Unidos, Panamá e Argentina), europeus (França, Reino Unido e Alemanha) e asiáticos (Emirados Árabes e Coreia do Sul).

Desde 2014 o Greenpeace vem denunciando estes tipos de fraude nos sistemas de licenciamento, controle e transporte de madeira na Amazônia, como pode ser visto no relatório “Crise Silenciosa na Amazônia: Licença para lavar garantida”, de 2015.

Com informações do Ibama e Greenpeace.

Fonte: Ciclo Vivo.

 

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