ONU critica governo Bolsonaro por retrocessos em direitos humanos e no meio ambiente

'Há, também, crescentes tomadas de terras de indígenas e afrodescendentes, e esforços para deslegitimar o trabalho da sociedade civil e de movimentos sociais', disse Michelle Bachelet.

Foto: José Cruz

A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, a chilena Michelle Bachelet, acusou nesta quinta-feira (27/02) o Brasil de “retrocessos significativos” em matéria de direitos humanos e em políticas “para proteger o meio ambiente e os direitos dos povos indígenas” no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido-RJ).

“No Brasil, ataques contra os defensores de direitos humanos, incluindo assassinatos – muitos deles direcionados contra líderes indígenas – estão acontecendo em um contexto de retrocessos significativos de políticas para proteger o meio ambiente e os direitos dos povos indígenas”, disse Bachelet durante uma sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra (Suíça).

“Há, também, crescentes tomadas de terras de indígenas e afrodescendentes, e esforços para deslegitimar o trabalho da sociedade civil e de movimentos sociais”, prosseguiu.

Em resposta, segundo o colunista do UOL Jamil Chade, a embaixadora brasileira na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, disse que o relato de Bachelet era “lamentável”, que “não houve recuo” em temas como meio ambiente e direitos indígenas e que há “amplo espaço cívico no Brasil”.

Bachelet também criticou as ações dos EUA na área ambiental e de direitos humanos.  “Os EUA estão […] revertendo as proteções ambientais, inclusive para cursos de água e pântanos. Poluentes não tratados agora podem ser despejados diretamente em milhões de quilômetros de córregos e rios, colocando em risco ecossistemas, água potável e saúde humana”, afirmou.

Para a alta comissária, que é ex-presidente do Chile, as medidas tomadas pelo governo de Donald Trump para enfraquecer os padrões de emissão de combustível e diminuir a regulamentação sobre as indústrias de petróleo e gás nos EUA “também podem prejudicar os direitos humanos”.

Ela também questionou os EUA sobre suas políticas de migração, dizendo que “levantam preocupações significativas sobre direitos humanos”. “Reduzir o número de pessoas que tentam entrar no país não deve ser desconsiderado as proteções de asilo e de migrantes. A situação das crianças detidas é uma preocupação particular”, complementou.

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