O QI médio da população mundial, vem caindo! Por Ricardo Paiva.

Por Ricardo Paiva, via redes sociais.

“O QI médio da população mundial, que sempre aumentou desde o pós-guerra até o final dos anos 90, diminuiu nos últimos vinte anos…

É a inversão do efeito Flynn.

Parece que o nível de inteligência medido pelos testes diminui nos países mais desenvolvidos. Pode haver muitas causas para esse fenômeno.

Um deles pode ser o empobrecimento da linguagem.Na verdade, vários estudos mostram a diminuição do conhecimento lexical e o empobrecimento da linguagem: não é apenas a redução do vocabulário utilizado, mas também as sutilezas linguísticas que permitem elaborar e formular pensamentos complexos.

O desaparecimento gradual dos tempos (subjuntivo, imperfeito, formas compostas do futuro, particípio passado) dá origem a um pensamento quase sempre no presente, limitado ao momento: incapaz de projeções no tempo.

A simplificação dos tutoriais, o desaparecimento das letras maiúsculas e da pontuação são exemplos de “golpes mortais” na precisão e variedade de expressão.

Apenas um exemplo: eliminar a palavra “signorina” (agora obsoleta) não significa apenas abrir mão da estética de uma palavra, mas também promover involuntariamente a ideia de que entre uma menina e uma mulher não existem fases intermediárias.

Menos palavras e menos verbos conjugados significam menos capacidade de expressar emoções e menos capacidade de processar um pensamento.

Estudos têm mostrado que parte da violência nas esferas pública e privada decorre diretamente da incapacidade de descrever as emoções em palavras.

Sem palavras para construir um argumento, o pensamento complexo torna-se impossível. Quanto mais pobre a linguagem, mais o pensamento desaparece.

A história está cheia de exemplos e muitos livros (Georges Orwell – “1984”; Ray Bradbury – “Fahrenheit 451”) contam como todos os regimes totalitários sempre atrapalharam o pensamento, reduzindo o número e o significado das palavras.

Se não houver pensamentos, não há pensamentos críticos. E não há pensamento sem palavras.

Como construir um pensamento hipotético-dedutivo sem o condicional?

Como pensar o futuro sem uma conjugação com o futuro?

Como é possível captar uma temporalidade, uma sucessão de elementos no tempo, passado ou futuro, e sua duração relativa, sem uma linguagem que distinga entre o que poderia ter sido, o que foi, o que é, o que poderia ser, e o que será depois do que pode ter acontecido, realmente aconteceu?

Caros pais e professores: Façamos com que nossos filhos, nossos alunos falem, leiam e escrevam. Ensinar e praticar o idioma em suas mais diversas formas. Mesmo que pareça complicado. Principalmente se for complicado.

Porque nesse esforço existe liberdade.

Aqueles que afirmam a necessidade de simplificar a grafia, descartar a linguagem de seus “defeitos”, abolir gêneros, tempos, nuances, tudo que cria complexidade, são os verdadeiros arquitetos do empobrecimento da mente humana.

Não há liberdade sem necessidade.

Não há beleza sem o pensamento da beleza.

 

A opinião do/a autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

 

1 COMENTÁRIO

  1. Artigo elucidativo da realidade contemporânea mundial e, em particular, brasileira. Uma vasta quantidade de leitores de livros mal consegue se expressar por escrito sobre o que leu. Mesmo assim, comete erros gramaticais elementares.
    São pessoas com baixa instrução e capacidade raquítica de pensamento crítico os maiores eleitores e apoiadores de Bolsonaro e seus filhos .Assim como daqueles eleitos na esteira do movimento que alçou a importantes cargos públicos candidatos identificados com a violência contra a mulher, homossexuais, professores e cientistas em geral. A base deles é o culto à nulidade. Sem linguajar crítico, não se consegue formular pensamento crítico e fica-se preso a chavões e gritos de guerra tribais.
    Por outro lado, enquanto essa massa ignara chafurda no lodo da estupidez, os que continuam e aceleram a busca pelo Conhecimento, se educam e instruem nas raízes sólidas plantadas por mestres sérios, vão ocupando os melhores postos privados e ganhando os maiores salários. A distância entre os que pastam e os que alçam voos aumenta dia a dia. A alavanca é o Saber e as engrenagens a Linguagem.
    Ao autor do artigo, congratulações e um pedido: corrigir o tempo verbal da frase a seguir e iniciá-la com minúscula após os dois pontos. “Caros pais e professores: Fazemos (façamos) com que nossos filhos, nossos alunos falem, leiam e escrevam.

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