O preto e o branco de Sebastião Salgado

Por Madalena Giostri, para Le sel de la terreDesacato.info.

Sebastião Salgado documentou suas intensas aventuras pelo mundo através de lentes, as quais de maneira impressionante; conseguiu capturar a beleza profunda da expressão humana. O preto e o branco, seu estilo clássico, intensificam suas obras expressando seu olhar em meio ao caos desumano da guerra, seja ela política, econômica ou social.

Dirigido por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, a bibliografia de Sebastião Salgado, Sal da Terra brilhou nos cinemas exibindo as trajetórias do fotógrafo mineiro nascido no Brasil e refugiado na França durante a ditadura militar onde acabou vivendo por dez anos. Foi na França que o economista experimentou pela primeira vez a fotografia e dela fez arte, a arte de fazer um segundo de tempo congelar na eternidade.

Muitos continentes foram percorridos ao longo de quarenta anos de profissão presenciando alguns dos eventos mais importantes da história mundial, como a seca no Norte da África, que inspirou sua grande obra Êxodos mostrando o trânsito de pessoas que ao longo da história tornaram-se migrantes, refugiados ou exilados, buscando uma vida melhor, fugiram da pobreza, da repressão e da guerra que o mundo vive ao longo de décadas.

O fenômeno global de desalojamento em massa é desenhado com luz pelo fotógrafo Sebastião Salgado provocando reflexões sobre questões políticas, sociais e econômicas. “Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são semelhantes”, afirma o fotógrafo em uma de suas exposições pelo mundo.

Cansado de situações degradantes e chocantes, marcadas pela violência e miséria social Sebastião Salgado buscou um novo desafio como fotógrafo: documentar belas paisagens ressaltando a fauna e a flora. Com caráter ambientalista, seu mais novo projeto, Gênesis registra a essência da natureza animal com um olhar mais positivo em relação ao mundo. Talvez a sua mais gloriosa obra foi deixar fluir o amor, o sal da Terra, transformando as terras inférteis da família em uma floresta cheia de vida, o Instituto Terra.

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