O papel da mídia corporativa na nova tentativa de derrotar a Revolução Bolivariana

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Por Jair de Souza.

Estamos novamente num período de acirramento dos esforços imperialistas para tentar eliminar seu mais sério adversário desde o fim da Guerra Fria: A Revolução Bolivariana da Venezuela, liderada por Hugo Chávez.

A verdade é que o imperialismo foi surpreendido com o advento da Revolução Bolivariana num momento em que sua hegemonia no planeta era absoluta e já quase que aceita como a “ordem natural das coisas”. Havíamos chegado ao “fim da história”, como diria Fukuyama.

Já sabemos de muito do que foi feito com o intuito de “recolocar as coisas em seu devido lugar”. Mas, de novo, os senhores imperiais e seus serviçais locais foram surpreendidos com o poder da resistência popular da Revolução Bolivariana. Tentou-se de tudo, de golpe de Estado tradicional à disputa eleitoral, passando pelas etapas necessárias de sabotagem à indústria petroleira (principal fonte de recursos de Estado) e de desabastecimento planejado de gêneros de primeira necessidade como forma de gerar insatisfação contra o Governo Revolucionário entre os setores populares; ações essas associadas à utilização intensa e ininterrupta de seu poderio midiático para responsabilizar os revolucionários pelos problemas que o próprio imperialismo e seus aliados serviçais estavam gerando intencionalmente. Lamentavelmente (para o imperialismo e seus serviçais, claro), nem assim seus objetivos puderam ser alcançados.

Bem, se já foram tentadas quase todas as formas tradicionais para a deposição de um governo a partir de seu próprio país e isso não funcionou, o que resta fazer? A resposta é curta e clara: DERRUBÁ-LO COM O USO DE FORÇAS EXTERNAS! É este o momento que estamos vivendo. O imperialismo e seus serviçais de sempre estão empenhados em criar as condições necessárias para que uma intervenção militar de forças externas seja vista com bom olhos, ou pelo menos tolerada, pela maioria dos cidadãos de nossa América.

Nesta etapa, o imperialismo recorreu a um de seus mais leais servidores, o presidente narco-paramilitar da Colômbia, Álvaro Uribe (o narcotraficante nº 82 nos próprios relatórios dos órgãos de segurança dos EUA). Como é sabido, a Colômbia é o maior produtor mundial de drogas ilícitas, e os Estados Unidos são o maior consumidor. Mas o importante é passar a responsabilidade disto a um terceiro: a Venezuela Bolivariana, ou mais especificamente a seu presidente, Hugo Chávez.

Assim que, a poucos dias de deixar o cargo de presidente, Álvaro Uribe faz uma virulenta acusação de que o governo da Venezuela estaria apoiando o grupo insurgente colombiano (FARC), o qual há cerca de sessenta anos trava uma luta cruel contra as forças governamentais controladas pelas oligarquias neogranadinas. As provas contundentes apresentadas pelo representante do governo de Uribe na OEA são tão dignas de confiança como aquelas que Collin Powel, então Secretário de Estados dos EUA, apresentou na ONU para demonstrar “sem sombra de dúvidas” que Saddam Hussein possuía um enorme arsenal de destruição massiva. Em outras palavras, só havia besteiras e falsificações grosseiras.

Mas o que importa a verdade? O que vale mesmo é a versão da verdade que se consegue impor. E é aí que a mídia corporativa do mundo capitalista entra em ação. Para que uma intervenção externa na Venezuela possa parecer palatável, a mídia deverá se empenhar ao máximo para que tudo sempre pareça ter sido provocado pela Venezuela Bolivariana, ou melhor, por Hugo Chávez, que estaria cometendo uma agressão ao “democrático” e “correto” governo da Colômbia. Qualquer pessoa mais ou menos familiarizada com a teoria da Análise Crítica do Discurso (ACD), conforme exposta por Teun Van Djik, um de seus principais formuladores, sabe bem como se coloca em prática este processo de tergiversação. Em primeiro lugar, é preciso aplicar o tradicional “quadrado ideológico” ao divulgar as informações. Em que consiste? Nisto: a) Realçar e magnificar ao máximo tudo o que de positivo nós ou nossos aliados fizermos, assim como tudo de negativo que nosso inimigo ou seus aliados fizerem;  b) Ocultar ou minimizar ao máximo tudo de negativo que nós ou nossos aliados fizermos, assim como tudo de positivo que nosso inimigo ou seus aliados fizerem. Neste caso específico, não creio que haja dúvida para ninguém de que o aliado da mídia corporativa é Álvaro Uribe, e que seu principal inimigo é Hugo Chávez. A partir deste enfoque é que tudo o que ocorrer será contado aos incautos leitores, ouvintes ou telespectadores.

Uma outra medida importante para lançar a opinião pública contra uma determinada posição é personificá-la de modo extremo. Quem simpatiza com algum movimento, ideologia ou força política na qual tudo depende de uma só pessoa? Quase ninguém, não é mesmo? Por isso, a mídia corporativa evita falar de medidas e decisões do Governo da Venezuela, do parlamento da Venezuela, do Poder Judiciário da Venezuela, das Forças Armadas da Venezuela, etc. Tudo deve ser de Hugo Chávez. Nos últimos dias, ao apresentar notícias referentes ao conflito entre o Governo da Colômbia e o da Venezuela, além de tergiversar o fato de que o atiçador do mesmo foi o presidente da Colômbia que está prestes a deixar o cargo, as manchetes empregadas pela maioria dos canais de televisão corporativos tinham o seguinte teor: “Chávez se mantém desafiante contra Colômbia”; “Agrava-se o conflito entre Chávez e a Colômbia”; “Chávez dá ultimato a Colômbia”; “Chávez desloca milhares de soldados para fronteira com Colômbia”; “Chávez ameaça tomar drásticas medidas contra Colômbia”; etc. (todas estas chamadas puderam ser vistas, entre outros meios, nos canais de notícias argentinos C5N e TN). Ou seja, tínhamos um homem arrogante e prepotente que se enfrentava a um país inteiro, a uma nação. Não se tratava de um conflito entre iguais, Álvaro Uribe contra Hugo Chávez, nem da Colômbia contra a Venezuela. Não, nada disso. Era um megalomaníaco que se enfrentava a um país inteiro por puro capricho seu. De que lado se posicionaria um leitor, ouvinte ou telespectador que não tivesse outra fonte de informação?

Estamos diante de uma articulação mafiosa de enormes proporções que busca justificar uma intervenção armada de forças comandadas pelos Estados Unidos com o pretexto de afastar do poder um “ditador enlouquecido”. Esta articulação envolve, além da mídia corporativa, quase todos os setores políticos imperialistas e pró-imperialistas das Américas e de todo o planeta. Não é mera coincidência que José Serra e seu vice levantem neste momento a questão da suposta vinculação do PT às FARC. Outro dos objetivos do imperialismo y das oligarquias a ele associadas é causar constrangimento a todas as agrupações que poderiam se opor à agressão planejada contra a Revolução Bolivariana. Também não é para surpreender-se com a decisão de um grupo de senadores pinochetistas chilenos de questionar a honorabilidade das autoridades eleitorais da Venezuela e de que pretendessem viajar à Venezuela para acompanhar as próximas eleições parlamentárias com o pretexto de impedir que se cometa um fraude. Todos estes processos, assim como vários outros não mencionados, são reproduzidos pela mídia corporativa de tal maneira que o leitor, ouvinte ou telespectador incauto acaba por deixar-se levar pelo velho lema: “Onde há fumaça, há fogo”. A mídia corporativa incorporou de vez o espírito goebbeliano e passou a pôr em prática o tradicional: “Uma mentira repetida mil vezes passa a ser uma verdade”.

Infelizmente para eles, está sendo quase que impossível manter nossos povos exclusivamente sob a influência de seus meios de (des)informação. Cabe a todo cidadão de bem, a todo aquele que não aceite que o imperialismo, seus serviçais e sua máfia midiática tenham êxito em sua funesta manobra, fazer chegar a um maior número de pessoas possível as opiniões e as fontes de informação alternativas. Ainda que estas tenham um alcance muitíssimo menor, ao trabalhar com a verdade e a justiça de seu lado, seu poder de convencimento é infinitamente superior ao da máfia midiática.

El papel de los medios corporativos en otro intento por derrocar a la Revolución Bolivariana

Por: Jair de Souza

Estamos de nuevo en un período de intensificación de los esfuerzos del imperialismo para tratar de eliminar su más serio enemigo desde el final de la Guerra Fría: La Revolución Bolivariana en Venezuela, encabezada por Hugo Chávez.
La verdad es que el imperialismo se sorprendió con la llegada de la Revolución Bolivariana en un momento en que su hegemonía en el planeta era absoluta y ya casi se la aceptaba como el “orden natural de las cosas.” Habíamos llegado al “fin de la historia”, como diría Fukuyama.
Ya sabemos mucho de lo que se hizo con el objetivo de “poner las cosas en su lugar.” Pero, de nuevo, los amos imperiales y sus agentes locales se sorprendieron con el poder de la resistencia popular de la Revolución Bolivariana. Se intentó de todo, desde un golpe de Estado tradicional a la participación en los procesos electorales, pasando por las acciones necesarias de saboteo a la industria petrolera (la principal fuente de recursos del Estado) y la generación de una escasez planeada de alimentos básicos como una forma de crear descontento contra el Gobierno Revolucionario entre los sectores populares; todo asociado al uso intenso y continuo de su poderío mediático para culpar a los revolucionarios por los problemas que el propio imperialismo y sus aliados estaban intencionalmente fomentando. Por desgracia (para el imperialismo y sus agentes, por supuesto), aun así sus objetivos no pudieron alcanzarse.
Bueno, si ya se han intentado casi todas las formas tradicionales para el derrocamiento de un gobierno a partir de su propio país, ¿qué otra cosa habrá que hacer? La respuesta es corta y clara: ¡DERROCARLO CON EL USO DE FUERZAS EXTERNAS! Es este el momento que estamos vivenciando. El imperialismo y sus lacayos de siempre están empeñados en crear las condiciones necesarias para que una intervención militar de fuerzas externas sea vista con buenos ojos, o al menos tolerada, por la mayoría de los ciudadanos de nuestra América.
En esta etapa, el imperialismo ha utilizado uno de sus más leales sirvientes, el presidente narco-paramilitar de Colombia, Álvaro Uribe (el narcotraficante N º 82 en los propios informes de los organismos de seguridad de los EE.UU.). Como es sabido, Colombia es el mayor productor mundial de drogas ilícitas, y los Estados Unidos es el mayor consumidor. Pero lo importante es pasar esta responsabilidad a un tercero: la Venezuela Bolivariana, o más específicamente a su presidente, Hugo Chávez.
Entonces, faltando pocos días para dejar el cargo de presidente, Álvaro Uribe hizo una virulenta acusación de que el gobierno venezolano estaría apoyando al grupo rebelde de Colombia (FARC), que desde hace unos sesenta años libra una lucha implacable contra las fuerzas del gobierno neogranadinas controladas por las oligarquías. Las pruebas contundentes presentadas por el representante del gobierno de Uribe en la OEA son tan confiables como las que Collin Powell, entonces Secretario de Estados Unidos de los EEUU, presentó en la ONU para demostrar “sin ninguna duda” que Saddam Hussein poseía un enorme arsenal de destrucción masiva. En otras palabras, tan solo tonterías y groseras falsificaciones.
Pero, ¿qué importa la verdad? Lo que realmente cuenta es la versión de la verdad que se impone. Y ahí es donde los medios corporativos en el mundo capitalista entran en acción. Para que una intervención extranjera en Venezuela puede parecer digerible, los medios de comunicación deben tratar de asegurarse de que todo siempre parezca haber sido causado por la Venezuela Bolivariana, o mejor dicho, por Hugo Chávez, quien estaría cometiendo una agresión contra el “democrático” y “correcto” gobierno colombiano. Todo el mundo más o menos familiarizado con la teoría del Análisis Crítico del Discurso (ACD), como lo ha expuesto Teun Van Djik, uno de sus principales formuladores, sabe cómo poner en práctica este proceso de tergiversación. En primer lugar, debe aplicarse el tradicional “cuadrado ideológico” al divulgarse información. ¿En qué consiste eso? En esto: a) Destacar y magnificar al máximo todo lo positivo que hagamos nosotros o nuestros aliados, así como todo lo negativo que hagan nuestros enemigos o sus aliados; b) Ocultar o minimizar al máximo todo lo negativo que hagamos nosotros o nuestros aliados, bien como todo lo positivo de nuestros enemigos o de sus aliados. En este caso particular no creo que nadie tenga dudas de que Álvaro Uribe es el aliado de los medios de comunicación corporativos, y de que su principal enemigo es Hugo Chávez. A partir de este enfoque es que todo lo que ocurre se contará a los incautos lectores, oyentes o televidentes.
Otra importante medida para lanzar la opinión pública en contra de una determinada posición es personificarla al extremo. ¿A quién le gusta un movimiento, ideología o fuerza política en la cual todo depende de una sola persona? Casi a nadie, ¿no es cierto? Por eso los medios corporativos evitan hablar de medidas o decisiones del Gobierno de Venezuela, del parlamento de Venezuela, del Poder Judicial de Venezuela, de Las Fuerzas Armadas de Venezuela, etc. Todo debe ser de Hugo Chávez. En los últimos días, al divulgar noticias acerca del conflicto entre el Gobierno de Colombia y el de Venezuela, además de falsear el hecho de que el promotor del mismo fue el saliente presidente de Colombia, los titulares empleados por la mayoría de los canales de televisión corporativos tenían el siguiente tenor: “Chávez se mantiene desafiante en contra de Colombia”; “Se agrava el conflicto entre Chávez y Colombia”, “Chávez le da ultimatum a Colombia”; “Chávez desplaza tropas a la frontera con Colombia”; “Chávez amenaza con tomar medidas drásticas en contra de Colombia”, etc. (todas estas llamadas pudieron ser vistas, entre otros medios, en los canales de noticias argentinos C5N y TN). O sea, teníamos a un hombre arrogante y prepotente que se enfrentaba a un país entero, a una nación. No se trataba de un conflicto entre iguales, entre Álvaro Uribe y Hugo Chávez, ni de Colombia contra Venezuela. ¡No, nada de eso! Era un megalomaníaco que se enfrentaba a un país entero por puro capricho de su parte. ¿De qué lado se posicionaría un lector, un oyente o un televidente que no tuviera otra fuente de información?

Estamos siendo testigos de una articulación mafiosa de inmensas proporciones que busca justificar el empleo de una fuerza de intervención armada comandada por los Estados Unidos bajo el pretexto de sacar del poder a un “dictador ensandecido”. Esta articulación envuelve, además de los medios corporativos, a casi todos los sectores políticos imperialistas y pro-imperialistas de las Américas y del planeta. No es simple coincidencia que José Serra y su vice levanten ahora la cuestión de la supuesta vinculación entre el PT y las FARC. Uno de los objetivos del imperialismo y de las fuerzas oligárquicas a él asociadas es inhibir a todas las agrupaciones que pudieran oponerse a la planeada agresión en contra de la Revolución Bolivariana. Tampoco nos debería sorprender el hecho de que un grupo de senadores pinochetistas chilenos decidan cuestionar la honorabilidad de las autoridades electorales de Venezuela y que pretendieran viajar a Venezuela para acompañar las próximas elecciones parlamentarias bajo el pretexto de impedir que se cometa una fraude. Todas esas actitudes y otras no mencionadas se reproducen en los medios corporativos con tal intensidad que el lector, oyente o televidente más incauto acaba por dejarse llevar por el viejo mote: “Allí donde hay humo, hay fuego”. Los medios corporativos han definitivamente incorporado el espíritu goebelliano y han pasado a poner en práctica el tradicional: “Una mentira repetida mil veces pasa a ser una verdad”.

Desafortunadamente para ellos, es casi imposible mantener a nuestros pueblos bajo la influencia exclusiva de sus medios de (des)información. Nos corresponde a todos los ciudadanos de bien, a todo el que no acepte que ni el imperialismo, ni sus lacayos, ni la mafia mediática tengan éxito en su perversa maniobra, hacer llegar al mayor número posible de personas las opiniones y fuentes de información alternativas. Aunque estas tengan un alcance mucho menos amplio, por trabajar con la verdad y la justicia de su lado, su poder de convencimiento es infinitamente superior al de la mafia mediática.

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