O Oeste catarinense e a luta na greve geral

Por Claudia Weinman, para Desacato. info. 

Foi bom ocupar às ruas e dividir a experiência com bastante gente que fazia tempo, não víamos no espaço. Em Maravilha/SC, onde o coletivo da Cooperativa Desacato realizou a cobertura do ato, vimos mais de 1500 pessoas em marcha, fazendo gritos de ordem pela cidade, chamando o empresariado para ver a mobilização e liberar os trabalhadores e trabalhadoras que ficaram presos dentro do comércio. Também sentimos, que muitos desses trabalhadores e trabalhadoras queriam se juntar, mas ficavam à mercê da gerência, na linha divisória entre a empresa e a rua.

Em frente à empresa de Celso Maldaner, em Maravilha, cartazes e a expressão da arte do Estêncil formaram frases do tipo: “Maldaner Golpista, bandido e fascista”, “Maldaner Ladrão”, “Retira direitos da classe trabalhadora”. A gerência da empresa, formada por parte da família do Deputado Federal que votou à favor da terceirização e da reforma trabalhista, chamou a polícia para retirar os/as militantes do local. Funcionários da empresa defendiam o patrão e gritavam contra a macha. Policiais arrancaram os cartazes que foram anexados no chão, restando apenas a palavra “ladrão” pintada na parede da empresa, sabe lá por quem…

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O trevo de Maravilha foi fechado já passava do meio dia. Depois, por volta das 14h, o trânsito foi liberado para o retorno. Em outros municípios do Estado, as mobilizações seguiram durante a tarde. Atos aconteceram em dois locais na cidade de Chapecó, também em Dionísio Cerqueira, Itapiranga, Águas de Chapecó, Campo Erê, Quilombo, Abelardo Luz, Arvoredo, Faxinal, Curitibanos, Caçador.

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Desde os mais jovens até os mais experientes, falavam de forma certeira sobre os motivos de estar na rua. Rodrigo Ferreira, jovem da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e Pastoral da Juventude Rural (PJR), falou que não tem conformidade com as atrocidades do governo de Michel Temer. “A gente tá na rua para lutar pelos nossos direitos, o governo quer roubar nossa aposentaria, quer que trabalhe até os 65 anos, voltamos para escravização. Estamos aí na rua para isso, para lutar”.

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Vaine Plautz, do Sindicato dos Servidores Públicos municipais de São Miguel do Oeste, disse que tem mais luta pela frente. “Esse e outros atos vem para dizer para esse governo que o Brasil está acordado, se precisar voltamos quantas vezes necessário porque chega de retirar os direitos”.

Do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Joana Sebben lembrou das mulheres e homens que há bastante tempo ocuparam as ruas e garantiram direitos. Também Charles Reginatto do MPA, mencionou que o dia 28 foi um dos dias mais importantes para os/as trabalhadores/as do Brasil. “O Temer conseguiu fazer o que ele disse que iria fazer, que era unir o povo, mas acontece que ele uniu o povo contra ele. Nós precisamos acabar com esse governo, porque novas reformas estão por vir”, disse ele.

Alexandre Bergamin, da Fetraf, também mencionou sobre a importância do ato, falou sobre um 28 de abril histórico e disse que a luta deve continuar para que o golpe seja interrompido. Da coordenação Estadual do Sinte, Aldoir Kraemer também falou sobre a participação dos/as Educadores/as na mobilização de Maravilha e também em outros pontos de mobilização no Estado.

A luta foi bonita e importante para esse momento histórico mas sem dúvidas, vale mencionar o que uma companheira mencionava: É preciso lembrar o sentimento de coletividade e manter a unidade em todos os momentos porque o que está em jogo é a vida da classe trabalhadora e não de algumas categorias. Também é preciso intensificar a comunicação que nasce no berço dessas lutas porque é ela quem representa a classe trabalhadora. Enfim, foi bonito e precisamos avançar. Os bloqueios feitos pelos povos indígenas nas rodovias por exemplo, também mostrou que não importa o temperatura, a hora é de construir fogueiras, buscar força popular e enfrentar esse inimigo.

Fotos: Pedro Pinheiro.

 

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