O encontro é em Bilbao

Cronopiando por Koldo Campos Sagaseta. 

A esquerda abertzale deve olhar para a realidade, dizem os cegos; a esquerda abertzale deve dar explicações, declaram os mudos; a esquerda abertzale deve ouvir as nossas exigências, afirmam os surdos. E assim será até que a esquerda abertzale se decida a dar passos, insistem os mancos.

Não vou seguir com esta apologia das variadas discapacidades que acumula o Estado espanhol, mas até sou generoso quando presumo que, assim seja mancando ou de relance,  tenha assumido alguma tímida iniciativa,  tenha adotado alguma discreta medida no sentido de contribuir à imprescindível normalização da vida no País Basco.

Nem sequer o cumprimento de suas próprias leis penitenciárias.

Muito pelo contrário, ante os revezes eleitorais de seus mais genuínos representantes, tudo o que lhe ocorre ao Estado espanhol é institucionalizar a fraude; ante o descrédito alcançado por suas políticas econômicas e sociais, o único que pretende é exacerbar a repressão; ante o clamor popular que demanda respostas que façam possível a resolução do conflito basco, tudo o que propõe é o silêncio, na vã pretensão de que seu imobilismo siga consumindo o tempo e acabe fechando as portas a um processo de paz que continua tendo na esquerda abertzale o seu único interlocutor.

Por isso tem encontros onde não cabe o absentismo nem podemos nos permitir ausências; por isso tem dias em olhar para outro lado, mais que uma opção é um crime; e por isso, também, no próximo sábado todos os caminhos, todos os olhares, convergem em Bilbao.

Tradução: Projeto Palavra Viva.

La cita es en Bilbao

Cronopiando por Koldo Campos Sagaseta.

La izquierda abertzale debe mirar la realidad, dicen los ciegos; la izquierda abertzale debe dar explicaciones, declaran los mudos; la izquierda abertzale debe oír nuestras exigencias, afirman los sordos. Y así ha de ser hasta que la izquierda abertzale se decida a dar pasos, insisten los cojos.

No voy a seguir con esta apología de las surtidas discapacidades que acumula el Estado español pero hasta soy generoso cuando presumo que, así sea cojeando o de reojo,  haya asumido alguna tímida iniciativa,  haya adoptado alguna discreta medida en el sentido de contribuir a la imprescindible normalización de la vida en el País Vasco.

Ni siquiera el cumplimiento de sus propias leyes penitenciarias.

Muy al contrario, ante los reveses electorales de sus más genuinos representantes, todo lo que se le ocurre al Estado español es institucionalizar el fraude; ante el descrédito alcanzado por sus políticas económicas y sociales, lo único que pretende es exacerbar la represión; ante el clamor popular que demanda respuestas que hagan posible la resolución del conflicto vasco, todo lo que propone es el silencio, en la vana pretensión de que su inmovilismo siga consumiendo el tiempo y termine cerrando las puertas a un proceso de paz que sigue teniendo en la izquierda abertzale al único interlocutor.

Por ello hay citas a las que no les cabe el absentismo ni ausencias que podamos permitirnos; por ello hay días en que mirar para otro lado, más que una opción es un delito; y por ello, también,  el próximo sábado todos los caminos, todas las miradas, convergen en Bilbao.

Foto: Bilbao. Tali Feld Gleiser.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.