O dia após o golpe

Por Elaine Tavares.

O Senado, como a Câmara, votou pelo afastamento da presidenta, sem que houvesse qualquer indício de crime por parte dela. Isso é golpe. Rompimento das regras da própria democracia burguesa. Estamos, a partir de agora, sob um governo que não tem legitimidade. Independentemente dos erros e da decisão de conciliação de classe por parte do PT – coisa que sempre criticamos – o que acontece, concretamente é um golpe. Negar isso seria desonestidade com aqueles que nos leem desde há tempos. Assim como Zelaya foi deposto em Honduras, acusado de querer ouvir o povo e Lugo foi deposto no Paraguai, acusado de responsabilidade sobre um massacre de camponeses, aqui também se concretiza o golpe, com acusações pífias. Mas, a luta segue. Com Dilma, sem Dilma, com Temer ou qualquer outro, a classe trabalhadora sabe que ainda tem longa jornada até um tempo de libertação.

A vida é assim: esquenta e esfria
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem!

Guimarães Rosa

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