O coletivo ucraniano Borotba analisa a situação no país: governo de ultraliberais e nazistas

ucraniaUcrânia – Borotba – [Tradução do Diário Liberdade] No meio de umha situação convulsa e de conflito interimperialista, achamos de interesse para as nossas leitoras e leitores oferecermos a tradução de um dos mais recentes posicionamentos de um coletivo situado na esquerda revolucionária ucraniana.

O governo de ultraliberais e nazistas

O nosso país irá enfrentar em breve uma crise económica aguda – perto de um colapso económico completo, hiperinflação e empobrecimento em massa.

Sob tais circunstâncias, a classe dominante vai pôr em jogo unidades paramilitares nazistas, enquanto acusa como necessários bodes expiatórios os ‘moskali’ (nome depreciativo para os russos) e ‘titushki’ (nome depreciativo para partidários pró-governo). Assim, os “patriotas” vão desencadear uma guerra contra todos eles. É por isso que a luta anti-fascista deve ser a principal tarefa para hoje.

Recentemente, um novo governo foi apresentado na Ucrânia. À sua cabeça , o primeiro-ministro A. Yatzenuk, qualificou-no como “governo kamikaze “. Vai durar só até as eleições planejadas para 25 de maio. Simplesmente aceitaria as condições predatórias de empréstimo do FMI para desmoronar imediatamente como uma vítima do seguinte colapso económico. Esta é uma boa razão para as figuras-chave da oposição liberal-nacionalista não entrarem neste governo. Contudo, como previsto, este governo “kamizake” acha-se sob o controle total da coalizão de ultra-liberais e neonazistas. O cargo de vice-primeiro-ministro e um ministério foram dados a membros do partido ‘Svoboda’ – Sych e Mochnyk. Além disso, S. Kvit, um nazista confesso e ex-oficial da organização nazi ‘Trizub de Stepan Bandera’ recebeu o Ministério da Educação Pública. Enquanto chefe da Academia Kyiv-Mohyla ele era, com justiça, odiado pelos estudantes que por lá passavam. A posição de vice-chefe do Conselho de Segurança Nacional e Defesa foi oferecido ao líder do ultra-nacionalista “Sector Direita”, A. Yarosh.

O regime de golpistas revelou o seu carácter autoritário e semi-fascista. Alguns projectos de lei sobre a proibição das actividades do partido comunista foram recentemente propostos no Parlamento.

O mais provável é que tal “proibição” seria uma cobertura legal para as actividades ilegais de quadrilhas neonazistas destinadas a matar comunistas e desencadear massacres . O presidente “em funções” da Ucrânia, A. Turchynov, convocou jornalistas e ditou-lhes como comentar os acontecimentos actuais “de forma correcta”. Os jornalistas desleais com o novo poder recebem ameaças dos gangues neonazistas.

Militantes armados do Sector Direita e outros gangues nazistas acudiram com rapidez a regiões do sudeste da Ucrânia. Eles vão pegar no poder violentamente lá, contra a vontade da maioria do Povo.

Algumas provocações também acontecem na Crimeia. Nós testemunhamos a mobilização de nacionalistas tártaros e radicais islâmicos. Ao mesmo tempo, algumas organizações nacionalistas russas prepararam-se para declarar a união da Crimeia com a Rússia. Algumas pessoas desconhecidas assaltaram o parlamento da Crimeia. Estamos convencidos de que a maioria dos crimeenses têm juízo avondo e podem organizar de forma efectiva a resistência aos fascistas e, ao mesmo tempo, não vão entrar nas provocações e deixar transformar a península da Crimeia numa zona de violência étnica.

Assim, no contexto da mobilização de massas, os activistas do sindicato “Borotba” e do Centro de Resistência Anti-Fascista, apresentamos os seguintes lemas:

Não para defender o poder que se rendeu, mas sim para construir a auto-organização do Povo.

Não para acender conflitos étnicos e de língua, mas sim para defender os valores do internacionalismo e da amizade dos povos.

A única solução para a crise criada pelos oligarcas, funcionários e políticos, é a criação de uma sociedade socialista.

Depois do anúncio da mobilização anti-fascista, recebemos centenas de cartas oferecendo participação e assistência activa. A nossa sede pode não ser capaz de responder a toda a gente de forma imediata, mas entraremos em contacto com todos e todas e tentaremos implica-los na nossa causa comum.

Hoje, os e as nossas camaradas de toda a Ucrânia usam tácticas de resistência para levar a cabo a agitação: desenhando graffitis, distribuindo folhetos, etc. Nós certamente iremos enviar a quem nos quiser ajudar tudo aquilo que for necessário para continuar a agitação.

Une-te à luta!

Fonte: Diário Liberdade.

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