Novembrada

Por Nahor Lopes.
A Novembrada foi uma grande manifestação contra a Ditadura Militar no Brasil, que aconteceu no município de Florianópolis, no dia 30 de novembro de 1979.Em 1979 o país estava no auge da repressão do regime militar. Várias pessoas presas, torturadas e mortas com o discurso de ordem que se instaurava no país. Naquele ano, o governo de Santa Catarina, chefiado pelo governador Jorge Bornhausen (nomeado pela ditadura, sendo o termo para isso “governador biônico”), anunciou a visita do presidente da república, o general João Baptista Figueiredo. Na preparativa à visita presidencial, até chegou-se a compor um samba em homenagem ao presidente, intitulado Samba da Conciliação, de autoria do compositor Luis Henrique.
A ousadia do presidente foi tamanha: mandou de presente uma placa de bronze em homenagem aos 90 anos da Proclamação da República, referenciando na placa a figura de Floriano Peixoto, patrono da cidade. Porém, o povo possui memória histórica: em 1894, durante a Revolução Federalista, Floriano Peixoto mandou fuzilar centenas pessoas na fortaleza de Anahatomirim (Norte da Ilha), que faziam oposição ao regime republicano, mudando então o nome da cidade de Desterro para Florianópolis.
Mas o DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) não deixou por menos essa agressão moral ao povo. Organizou um protesto contra a ditadura justamente no dia marcado para a visita do presidente: 30 de novembro.
Os estudantes, juntamente com outros militantes de movimentos sociais, ficaram aguardando em frente do Palácio Cruz e Souza (na época sede do governo, hoje um museu), a recepção do presidente pelo governador. O protestou eclodiu fortemente, com cartazes e gritos.
O presidente seguiu com sua comitiva ao bar Senadinho, ali próximo. Porém, o que se viu foram os estudantes cercando o presidente, além de uma rebelião generalizada na cidade. A comitiva do presidente, após fugir dos protestos, foram para a cidade de Palhoça, seguindo depois para Brasília.
Dias depois, algumas pessoas foram presas, dentre elas Marize Lippel, Amilton Alexandre (“Mosquito”), Ligia Giovanella, Lelê de Souza e Adolfo Dias, todos ligados ao DCE catarinense. Porém, devido a manifestação popular, foram soltas no dia 12 de dezembro do mesmo ano.

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