Nova York retoma restrições; nova onda de Covid-19 afeta EUA e Europa

Nos EUA, alguns estados e cidades começaram a recomendar a seus habitantes que permaneçam em casa

Nova York (Foto: Daniel Slim/AFP)

Nova York, a maior cidade dos Estados Unidos, obrigará bares e restaurantes a fechar às 22h a partir desta sexta-feira 13 para enfrentar a segunda onda de Covid-19, que afeta com força o país, assim como a Europa.

O número de pacientes com o novo coronavírus hospitalizados nos Estados Unidos é o mais elevado desde o início da pandemia, com mais de 65.000 pessoas, de acordo com o Covid Tracking Project. O vírus já provocou 242.621 mortes no país, de acordo com o balanço da Universidade Johns Hopkins.

Diante da ausência de regras nacionais do governo federal de Donald Trump, as autoridades locais começam a impor restrições em seus territórios.

No estado de Nova York, o governador Andrew Cuomo anunciou que todos os estabelecimentos autorizados a vender bebidas alcoólicas, incluindo bares e restaurantes, terão de fechar às 22h.

Alguns estados e cidades começaram a recomendar a seus habitantes que permaneçam em casa.

Este é o caso de Chicago – terceira maior cidade dos Estados Unidos em termos de população -, que pediu a seus 2,7 milhões de moradores que permaneçam em suas residências, com algumas exceções: seguir para o trabalho, escola, ou alguma atividade atividade considerada essencial. A medida é recomendada, mas não coercitiva.

“Cada um de nós deve dar um passo adiante e ‘Proteger Chicago’ agora mesmo, ou 2020 pode ir de mal a pior”, afirma um comunicado divulgado pelo site oficial da cidade.

Mais de 10.000 pessoas infectadas pelo novo coronavírus morreram nas últimas 24 horas no mundo, segundo um balanço de quinta-feira da AFP. Quase metade (4.961) dos óbitos (10.010) foi registrada na Europa; 1.868, na América Latina e Caribe; e 1.330, nos Estados Unidos.

No início da semana, surgiram notícias promissoras sobre o desenvolvimento de uma vacina dos laboratórios Pfizer e BioNTech, mas a possível solução não chegará a tempo de evitar outras dezenas de milhares de mortes.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta sexta-feira que qualquer “avanço científico” feito na corrida pela vacina da Covid-19 possa beneficiar a todos os países rapidamente.

“Nunca na história a pesquisa de vacinas avançou tão rápido”, comemorou Tedros Adhamon Ghebreyesus no encerramento da reunião anual da agência.

“Devemos demonstrar a mesma rapidez e o mesmo espírito de inovação para tentar fazer com que todos os países se beneficiem desse avanço científico”, ressaltou.

As previsões apontam que as primeiras vacinas devem estar disponíveis, talvez, no fim do ano nos Estados Unidos, e no primeiro trimestre de 2021 na Europa, de acordo com a diretora do Centro Europeu para o Controle de Doenças (ECDC), Andrea Ammon.

Hotéis para pacientes na Itália

A Covid-19 matou pelo menos 1.294.539 pessoas em todo planeta desde que o escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) na China informou o início da doença no fim de dezembro de 2019, segundo um balanço da AFP atualizado nesta sexta-feira com base em números oficiais.

Mais de 52,7 milhões de casos foram diagnosticados desde o início da pandemia, com 33,9 milhões considerados curados.

Na Europa, um sinal de esperança veio da Alemanha, onde o instituto de vigilância sanitária Robert Koch mencionou na quinta-feira os “primeiros sinais” de melhora na curva de infecções.

“A curva está sendo achatada”, disse o diretor do instituto, Lothar Wieler, ao mesmo tempo em que advertiu contra qualquer relaxamento no comportamento dos cidadãos.

Outros países continuam com números alarmantes e, durante toda a semana, anunciaram novas medidas para tentar conter o avanço da pandemia.

Confinada desde o sábado, a Grécia decretou um toque de recolher adicional a partir desta sexta-feira, entre 21h e 5h. Os deslocamentos serão autorizados apenas por razões de trabalho, ou de saúde.

Portugal ampliou na quinta-feira a área afetada pelas restrições. A Eslovênia proibiu quase todas as reuniões durante duas semanas, e a Hungria anunciou um confinamento parcial durante ao menos 30 dias.

Na França, onde um paciente com coronavírus é hospitalizado a cada 30 segundos, o primeiro-ministro descartou uma flexibilização do confinamento durante ao menos outros 15 dias.

O aeroporto Roissy-Charles-de-Gaulle de Paris abriu um centro de testes para passageiros procedentes de países classificados como de “zona vermelha”, que precisam de resultado negativo no exame para entrar na França.

Na Itália, que superou a marca de um milhão de casos, o governo reservou 15.000 camas de hotel para pacientes de Covid-19 em todo país.

O Reino Unido, país mais afetado da Europa, superou na quarta-feira 50.000 mortes. Espanha e França superaram 40.000 vítimas fatais.

Em um planeta que multiplica as restrições de viagens, uma figura está isenta: Papai Noel usa máscara e pode viajar pelo mundo inteiro, graças a sua permissão de deslocamento, afirmou na quinta-feira o primeiro-ministro italiano em sua página do Facebook, para tranquilidade das crianças de seu país que temiam pelos presentes de Natal.

E, na América Latina, o Chile autorizou nesta sexta-feira a entrada de turistas pelo aeroporto de Santiago, no qual será necessário apresentar o resultado de PCR negativo e declaração juramentada, juntando-se assim ao número crescente de países da região que reabriram suas fronteiras aéreas, como o Peru, Costa Rica, Argentina, Equador, Bolívia, Brasil e Venezuela.

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