Notas fiscais duvidosas integram processo que mantém Lula preso

Correio do Brasil.- As notas fiscais emitidas por empresas, algumas de Curitiba, para justificar a reforma inexistente no apartamento tríplex, no Guarujá, litoral paulista, e servir de base para a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontam para uma fraude processual. Nenhum dos produtos ou serviços cobrados, segundo a Justiça Federal, foi efetivamente entregue.

Militantes do MTST integram o protesto contra a prisão do ex-president Lula
Militantes do MTST ocuparam o tríplex, no Guarujá, e constataram que nenhuma melhoria foi realizada no local que justificasse a prisão do ex-presidente Lula

As notas fiscais foram emitidas pela empresas Talento Construtora, GMV Latino America Elevadores, TNG Elevadores e Kitchens Cozinhas e Decorações. As duas primeiras têm sede na capital paranaense. Sequer os elevadores, a cozinha planejada ou as obras de alvenaria foram entregues, conforme constatou o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ao ocupar o imóvel, na semana passada.

“O complô formado no interior da estrutura judicial para levar a cabo a operação ‘Inquisição’ contra o Lula não teve sequer mínimos cuidados para disfarçar. Quer dizer, o Lula está preso por conta de reforma que não houve, levada a cabo por empresas de Curitiba em um apartamento no Guarujá”, escreve uma internauta.

Lava Jato

“Todas as empresas têm pagina no Facebook. Como não confio no Judiciário, fui pessoalmente questioná-las. Afinal, seja pela emissão de notas falsas, seja pela não entrega de serviços cobrados, é importante tirar isso a limpo. Convido todos a fazerem o mesmo (como tem empresa que já bloqueou as avaliações, a alternativa agora é postar a avaliação pelo Google)”, acrescenta.

Ainda na publicação, são transcritos trechos da sentença do juiz Sérgio Moro, titular da Operação Lava Jato.

“381. Os custos da reforma atingiram R$ 1.104.702,00 e incluíram a instalação de elevador privativo no apartamento triplex, cozinhas, armários, readequação de dormitórios, retirada da sauna, ampliação do deck da piscina e até compra de eletrodomésticos. (…)

Elevador

Ipsis Literis do processo contra Lula

Ipsis Literis do processo contra Lula. Clique na imagem, para aumentar

385. Ali se encontram a Nota Fiscal 423, no valor de R$ 400.000,00, emitida em 08/07/2014, a Nota Fiscal 448, no valor de R$ 54.000,000, emitida em 18/08/2014, a Nota Fiscal 508, no valor de R$ 323.189,13, emitida em 18/11/2014. Todas elas foram emitidas contra a OAS Empreendimentos e têm por objeto “execução de obra de construção civil, localizada no endereço Rua General Monteiro de Barros, 638, Vila Luiz Antônio, Guarujá, SP”. Total de cerca de R$ 777.189,00.

?386. Também ali encontram-se planta para reforço metálico do térreo do apartamento triplex, cobertura; no Edifício Mar Cantábrico, a Nota Fiscal 8542 emitida, em 15/09/2014, pela GMV Latino America Elevadores contra a Tallento, no valor de R$ 798,00; relativamente à venda de óleo para elevador.

Três paradas

A Nota Fiscal 8545, emitida, em 16/09/2014, pela GMV Latino America Elevadores contra a Tallento, no valor de R$ 47.702,00, relativamente à venda de elevador; a Nota Fiscal 103, emitida, em 20/10/2014, pela TNG Elevadores contra a Tallento, no valor de R$ 21.200,00; relativamente a serviços de instalação de elevador, com três paradas; na “obra solaris, Guarujá”. Esses serviços e obras contratadas pela Tallento foram incluídos nos preços cobrados desta para a OAS Empreendimentos. (…)

?389. Além da reforma realizada pela Tallento Construtora no apartamento 164-A, a OAS Empreendimentos contratou a Kitchens Cozinhas e Decorações para a colocação de armários e móveis na cozinha; churrasqueira, área de serviços e banheiro, no montante de R$ 320.000,00”.

“No mesmo processo, porém, os laudos da perícia da PF no triplex do Guarujá, atestam que o apartamento estava abandonado e que nunca foi ocupado. As notas fiscais referentes a instalação de elevador inexistente provam que foram forjadas”, acrescenta a professora paulista Mara Rocha.

Fraude

“Não existe elevador dentro do apartamento e nem área gourmet. Mesmo quando Lula afirma que não é proprietário. Inicialmente D. Marisa (Letícia, primeira-dama já falecida) pagou algumas cotas do apartamento, ainda na planta e desistiu da aquisição; por considerá-lo inadequado para a família.

“Mesmo quando o registro de propriedade encontra-se no nome da OAS. Enfim, a verdade aparece. Mesmo assim, apesar de todas as evidências Sergio Moro mantém Lula preso; num processo fraudulento dos quais ele é o principal articulador”, acrescentou.

Moro aceitou que o processo fosse baseado em uma notícia veiculada no Jornal Nacional; da Rede Globo. A matéria citava as referidas notas fiscais como suposta prova do envolvimento do ex-presidente no caso do tríplex.

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