Ocupa MinC.- Nas últimas semanas temos vivido um sem fim de acontecimentos que necessitam esclarecimentos e apontamentos – A onda fascista instaurada na cidade de Florianópolis. Com o eclodir das Ocupações contra a PEC 55 (antiga 241) e a Reforma do Ensino Médio e Lei da Mordaça, temos observado ataques cada vez mais diretos a livre manifestação e posicionamento político. Atualmente na cidade estão Ocupadas: Reitoria da UDESC, CFH da UFSC, IFSC – Centro; Colégio Aplicação/UFSC e Escola Estadual Simão Hess em estado de Ocupação. Todas as ocupações autonomamente mobilizadas e respaldadas por suas assembleias estudantis.
No último dia 31, um ativista do MBL passou a fotografar indiscriminadamente o rosto de algumas pessoas específicas presentes no CTC quando o grupo de estudantes proferia o grito de luta “racistas, fascistas não passarão” em protesto ao ocorrido na virada antirracista e aos ataques nazistas na sala do Quilombo da mesma Universidade. Em ato que seguiu passando pelos Centros da UFSC chamando os estudantes para somar aos movimentos de Ocupação, a perseguição se manteve, dirigindo a câmera para o rosto dos manifestantes. Em dado momento colaboradora da Mídia Independente DESACATO realizava seu trabalho, quatro pessoas pró MBL, cercaram um grupo de manifestantes, a colaboradora do Desacato foi ajudar a separar e foi verbalmente agredida iniciando uma discussão quando foi questionado sobre a motivação da perseguição e a indevida foto. Não tendo resposta que justificasse sua ação foi pedido que apagasse as imagens, outros estudantes intervieram na ação, colocando a mão sobre a lente da câmera evitando que novas imagens fossem captadas. Não bastasse o transtorno causado no campus da UFSC em momento posterior o tal fotógrafo, velho conhecido por colaborar com a polícia federal entregando nome de estudantes militantes e ativistas que foram indiciados juntamente com docentes no episódio conhecido como Levante do Bosque, publicou num tal Jornal Livre.com, canal de desserviço do MBL, vídeo com imagens dos estudantes além das imagens captadas sem autorização. A redação que se segue as imagens são completamente distorcidas e inventadas, já que em nenhum momento o mesmo foi agredido.
Os dias se seguem com mais ações totalitárias como nota do docente do curso de Engenharia Mecânica da UFSC – bastante conhecido por seus posicionamentos problemáticos – criminalizando os movimentos de ocupação e incitando a violência com palavras, misóginas, racistas e violentas, ou intervenção de um adepto durante uma assembleia na reitoria da UFSC que toma voz no microfone apenas para insultar os demais estudantes com a frase “hipócritas, vão trabalhar e estudar seus inúteis”. Fora a perseguição de certos indivíduos na Ocupa UDESC, fotografando rosto de estudantes sem autorização e destratando meninas com o mais baixo da misoginia. Além do caso de racismo por parte de uma coordenadora do MBL de Florianópolis, que na mesma tática, começou a filmar pessoas que estavam participando de uma atividade da Ocupação. As meninas que estavam na linha de frente para impedir a filmagem eram negras, a tal coordenadora grita dizendo que estava sofrendo racismo reverso. Chamou a polícia, alegando ser ameaçada pela Ocupação, mais tarde lançando uma entrevista para o mesmo portal de desserviço do MBL o Jornal Livre.com distorcendo e inventando fatos que não aconteceram sobre o ocorrido; a organização da Ocupação possui provas de que ela está mentindo.
Ontem novamente o MBL volta atacar se autopromovendo como defensor e articulador de desocupações em escolas, juntamente com seus simpatizantes. Durante ato de estudantes do colégio de Aplicação em frente à Escola Estadual Simão Hess que vem sendo mantida trancada pela direção num sistema de cerceamento dos estudantes pró-ocupação, bem como incitando pais e professores a assinarem termos de responsabilidade contra a Ocupação, numa tática esdrúxula de coerção, mostrando despreparo e autoritarismo em relação à luta dos estudantes. Uma das lideranças da gangue MBL, filmou indiscriminadamente e sem autorização os estudantes que realizavam o ato. E ao contrário do que promove em sua página o que se vê é apenas a provocação dele incitando algumas estudantes e negando-se a dizer que pertence ao MBL, quando questionado que mídia independente representava. Hoje, adeptos do grupelho perseguem e gravam determinados professores do Simão, mesmo durante atividades pessoais dos mesmos.
Tais ações nos oferecem um panorama complexo dos levantes totalitários “o surgimento de estruturas de poder voltadas para uma forma total de dominação, que não se detêm nem mesmo diante da tarefa monstruosa de eliminar populações inteiras, para fazer triunfar ideias abstratas e crenças na superioridade de raças e de ideologias.” Como tão bem versou Hannah Arendt. É preciso estar atento e forte, mesmo diante de tanta violência e discurso de ódio produzido e espalhado por este Movimento – MBL que se diz em prol da liberdade, mas está o tempo todo cerceando a dos outros, com perseguições, difamações e mentiras.
Repudiamos rigorosamente toda exposição de qualquer estudante presente nas ocupações, amparados pelo Código Civil que diz: Da publicação contrária à vontade nasce o dever de indenizar, tal fato independe do estado de desconforto aborrecimento ou constrangimento que é causado pela publicação da fotografia de alguém. “Consumada a ofensa ao direito à imagem, deve o infrator ressarcir os prejuízos sofridos pelo titular do direito à imagem, buscando a reparação do dano causado. Essa reparação far-se-á através da indenização pecuniária”.No mesmo sentido preconiza o Código Civil Brasileiro no seu artigo 159: “aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imperícia, violar direito ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”.
Repudiamos todas as ações que visem criminalizar os movimentos de Ocupação através da difamação, incitação ou agressão aos seus participantes. Lembrando que estes são a força imprescindível de luta neste país entregue as ações de desmanche do Estado. Que todo levante secundarista e universitário é autônomo, suprapartidário, pacífico e organizado. Com integridade em ações de emancipação, reflexão e mobilização sobre as políticas de austeridade impostas pelo desgoverno golpista. Nos manteremos em luta, ocupando ruas, escolas, universidades e tomando todas as medidas cabíveis em respostas aos fascistas de plantão.
Seguem links das notas em apoio as Ocupações que já passam de 1100 em todo Brasil.
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