Por Orlando Balbás, de Cumaná, Venezuela, para Desacato.info
A descapitalização do país, a reduzida reserva internacional que não supera os quinze bilhões de dólares, a inflação incessante que asfixia a população venezuelana, se une à liberação dos preços em alimentos de consumo diário e outros bens. A gravidade do assunto está na resposta tardia a uma crise econômica, reconhecida pelo governo nacional depois do triunfo da direita em 6 de dezembro de 2015.
A situação é de uma gravidade insustentável, a imprevisão e corrupção permitem que ante uma baixa dos preços do petróleo em nível internacional, a Venezuela transite uma debacle por falta de divisas. Muito tarde se empreendeu a tarefa de acelerar a produção alimentar, seguimos no hiperinflacionário, tal como asseveram alguns expertos em economia de direita e esquerda.
O empobrecimento da chamada classe média e os profissionais é inocultável, todos os preços dos alimentos, vestidos, calçados e lazer, estão inalcançáveis para os que dependem de um salário, mesmo que esse esteja por cima do mínimo. A quinzena vira pó.
As medidas econômicas aplicadas desde o Estado são tão neoliberais como as que foram assumidas em 1989, pelo Presidente Carlos Andrés Pérez e por Rafael Caldera no fim dos anos 90. Geram a falência de centenas de pequenas empresas e aprofundam a pobreza, mas, capitalizam mais os donos do grande capital, fazendo mais ricos aos ricos e mais pobres aos pobres. Descapitalizar uma nação que recebeu imensas quantidades de bilhões de dólares, implica, sem muita volta, que houve malversação de fundos, acabaram com o erário.
“Aonde vai parar esta coisa companheiro?”
A oposição tem em suas mãos a Assembleia Nacional, de onde ativarão o referendo, a emenda constitucional ou pedirão a renúncia do Presidente. Que fica para o povo? Lutar por suas conquistas, por um governo popular em favor das maiorias despossuídas e não de um setor privilegiado da sociedade, trabalhar pelo país, olhar para a produtividade, contribuir a desenvolver e transformar a sociedade, à Venezuela.
Versão em português, Raul Fitipaldi, de América Latina Palavra Viva – Traduções, para Desacato.info
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