Não há revoltas como essas desde a morte de Martin Luther King, diz ativista dos EUA

Em entrevista ao Brasil de Fato, Nino Brown declara que os Estados Unidos “criou uma tempestade que não pode controlar” – Foto: Michael Ciaglo/ Getty Images via AFP

Por Lu Sudré.

Mesmo com as ameaças feitas pelo presidente Donald Trump, que declarou que chamaria as forças armadas para “dominar as ruas” contra os protestos antirracistas que inflamam os Estados Unidos, manifestações e ações diretas continuaram a acontecer pelo sétimo dia em diversas cidades do país. 

Apesar do toque de recolher determinado em mais de 40 cidades, atos públicos e danos ao patrimônio foram registrados nesta segunda (1º), assim como conflitos entre os ativistas e forças policiais. Lojas e restaurantes foram fechados. Estabelecimentos de grandes marcas foram saqueados e incendiados.

A mobilização que acontece em nível internacional contra a violência policial é uma reação ao assassinato de George Floyd, um homem negro de 40 anos que morreu ao ser asfixiado por um policial no dia 25 de maio.

Após pressão popular, Derek Chauvin, o policial que sufocou a vítima com o joelho e pressionou seu rosto contra o asfalto por mais de 8 minutos, foi detido dias depois do crime e responderá por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Os outros três policiais que participaram da ação ainda estão sob investigação.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Nino Brown, ativista da coalizão Answer, siglas para Act Now to Stop War and End Racism (Agir agora para parar a guerra e acabar com racismo, em português), afirma que não há revoltas tão massivas e intensas nos Estados Unidos desde o assassinato de Martin Luther King Jr., em 1968.

“Os protestos nos mostram que há uma consciência negra e radical que está acordando em todo o país. Mas também, em geral, uma consciência revolucionária e radical da classe trabalhadora que está se espalhando pelos Estados Unidos”, analisa Brown.

A revolta está no ar, as pessoas não têm mais medo. Elas estão contra-atacando

Para o ativista, o toque de recolher e as ameaças do presidente são ineficazes frente à potência do movimento antirracista, que tende a se intensificar.

“Entrará para a história. As revoltas ainda não acabaram. Temos muitos dias pela frente. A polícia continua matando pessoas. Agora, enquanto estamos falando nesse exato momento, eles continuam brutalizando pessoas. E as condições só irão piorar”.

Brown ressalta que os impactos da pandemia do novo coronavírus aprofundam a convulsão social do país, mas que, ainda assim, a população continuará em protesto contra o racismo fundante da sociedade estadunidense, mesmo com a repressão nas ruas e ameças do presidente.

“A revolta está no ar, as pessoas não têm mais medo. Elas estão contra-atacando”, endossa o também integrante do Party for Socialism and Liberation.

Confira a entrevista com o ativista na íntegra. 

Brasil de Fato – O que a brutal morte de George Floyd e os protestos em reação ao assassinato nos mostram sobre a sociedade americana e como a polícia atua no país?

Nino Brown – O que os protestos estão nos mostrando, primeiramente, é que o governo dos Estados Unidos é tão racista que não pode e não quer ao menos punir seus próprios policiais.

O que é interessante sobre esses protestos é que muitas pessoas da classe trabalhadora estão deixando seus medos de lado e realmente começando a lutar contra isso. Em 75 cidades em todo o país houve revoltas. Não vimos revoltas como essas desde 1968, quando Dr. King (Martin Luther King Jr.) foi assassinado.

Vimos uma crescente revolta em 2014, em Ferguson, mas nada tão difundido e nesse nível de intensidade. Os protestos revelam que os Estados Unidos está mais interessado no policiamento e opressão de pessoas negras, cobrindo crimes de seus policiais, do que simplesmente fazer justiça.

E porque o governo americano não quer fazer isso, não pode fazer isso, muitas pessoas estão percebendo que não têm nada a perder a não ser suas correntes.

Nino Brown ao Brasil de Fato: “Entrará para a história, as revoltas ainda não acabaram” / Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

E impressiona que esse movimento tenha tanto corpo mesmo em meio à pandemia. 

A própria pandemia é um exemplo de racismo e supremacia branca nesse país. O coronavírus só desmascarou o chamado “democrático” Estados Unidos. As mais de 100 mil mortes ocorreram, predominantemente, entre negros, latinos e outras populações não brancas que moram aqui.

Nós vimos como a Guarda Nacional foi e está mobilizada, como a polícia também está mobilizada, de forma rápida, para reprimir [os protestos]. Mas o Estado não se mobilizou de forma rápida para curar as pessoas afetadas pelo coronavírus. Isso é o que precisamos saber sobre a sociedade americana.

Como você avalia as manifestações? Alguns atos são mais radicalizados e chamam atenção em todo o mundo. E há tempos não vemos insurgências como essas. 

Eu me solidarizo 100% a todos os protestos, em todo o país, em todo o mundo. Os protestos nos mostram que há uma consciência, uma consciência negra e radical, que está acordando em todo o país. Mas também, em geral, uma consciência revolucionária e radical  da classe trabalhadora que está se espalhando pelos Estados Unidos.

Os protestos são multinacionais, mas claramente ancorados e fundamentados na classe trabalhadora negra. E é isso que realmente está guiando essa luta pra frente. Um papel de liderança.

O que estamos vendo nos últimos dias é que os protestos estão se espalhando e não estão recuando, apesar do Estado, apesar da opressão. Isso é um ponto importante.

Não é fácil para as pessoas encararem um Estado cruel durante uma pandemia, enquanto a polícia está jogando gás lacrimogêneo, e outros projéteis que podem exacerbar qualquer condição pré-existente que se tenha.

Acreditamos que os protestos devem continuar, crescer de forma massiva. O movimento deve afinar suas demandas políticas. Obviamente, justiça para George Floyd, mas não só para ele. Justiça para os últimos 500 anos de opressão. Vamos continuar lutando até conseguirmos.

Um policial branco reconhecidamente racista e supremacista executou George Floyd, negro de 46 anos / Nicholas Pfosi Reuters

Você citou a questão da resposta do Estado à mobilização, mas queria retomar o assunto. Os manifestantes estão sendo reprimidos de forma contínua. O que isso representa nesse momento?

Representa o fracasso da sociedade americana de dar Justiça para as pessoas negras. Eles não têm solução política, não têm solução econômica e social para nós. Depois de 1865, quando a Guerra Civil acabou e a população negra fugiu das plantações onde era escravizada, nossa vida é muito menos valiosa para a classe dominante.

Eles querem nos ver completamente oprimidos e deixados de lado. O jeito que o Estado está tratando: “isso é o Antifa”, “são agitadores de fora”, é para tirar nossas liberdades civis, para tirar nossos direitos civis básicos, que já são fragilizados.

Quando a polícia reprimiu os atos em Minneapolis, eles estabeleceram o tom que seria para o resto da Nação. Acho que o Estado criou uma tempestade que não pode controlar.

Muitas cidades decretaram toque de recolher e ainda assim as pessoas continuaram nas ruas. Trump autorizou o uso das Forças Armadas para conter os protestos e fez uma série de ameaças que não amedrontaram as pessoas.

Sabemos que, historicamente, quando há repressão, haverá resistência. As pessoas não poderão continuar oprimidas pra sempre. Esses toques de recolher, adotados em mais de 40 cidades, número que provavelmente deve aumentar, tem se provado completamente ineficazes.

O Estado deve prender esses policiais assassinos. Não há nada que eles possam fazer para reverter o fato que eles não estão atuando para dar justiça para a família de George Floyd. Todos os policiais envolvidos são cúmplices.

Mais protestos estão sendo marcados para essa semana e em todo o país. Claramente os toques de recolher não estão funcionando. O problema não é o toque de recolher, é a injustiça e o fracasso de simplesmente garantir que esses policiais assassinos estejam presos.

Você mencionou que os protestos tem protagonismo da classe trabalhadora negra. Mas eles também são multirraciais, certo? Negros, latinos e brancos estão nas ruas juntos?

É algo lindo de se ver. A classe trabalhadora multinacional e multirracial junto, lado a lado. Em Atlanta, onde o escritório da CNN foi ocupado, vimos bandeiras mexicanas, a bandeira do movimento negro nacional sendo hasteada. Em New Jersey, em Nova York, Los Angeles, diversos grupos e o MST estão se juntando contra o terror policial.

Estamos vemos diferentes formas de união daqueles que estão na base da sociedade. São os 99%. Temos negros, brancos, latinos nas ruas todas as noites.

Eu queria sublinhar que, principalmente, a classe negra trabalhadora tem proporcionado uma liderança chave nesse movimento. Isso tem sido respeitado e é uma lição que temos aprendido na última década de luta, mostrando que vidas negras importam.

População de Minneapolis ocupa as ruas em memória de George Floyd / Foto: Kerem Yucel/AFP

É muito importante. Primeiramente porque a mídia mainstream tenta enquadrar o problema da opressão aos negros como um fenômeno americano. E sabemos que isso não é verdade. As pessoas negras são oprimidas em todo o mundo onde existem, resultado do imperialismo.

As pessoas negras existem nesse país como uma colônia doméstica. Uma nação dentro de outra nação, da forma que os palestinos existem. Como os caxemires existem.

Nós não nos identificamos, não é prudente nos identificar com essa nação opressora e dizer: “Somos americanos”. Se fossemos americanos, não estaremos vivendo o inferno que vivemos agora.

Somos parte do sul global. Somos parte das pessoas que são colonizadas globalmente no Brasil, na Ásia, na África, na Austrália, em todo o mundo. 

O fato de que essa luta está se espalhando ao redor do planeta mostra, primeiramente, que nossos ancestrais, pessoas pobres, da classe trabalhadora e colonizadas, são os mesmos. E, em segundo lugar, que a pandemia e o sistema mostra que não é um problema de um país isolado. É problema de um sistema capitalista global que nasceu baseado no racismo e no genocídio.

As pessoas estão reconhecendo isso. Apenas quando derrotarmos esse sistema internacionalmente, podemos ter justiça de verdade.


População se manifestou contra violência policial também em Barcelona, na Espanha / Michael Ciaglo /Getty Images via AFP

Há diferença de tratamento por parte dos policiais entre pessoas negras e brancas que estão protestando nesse momento?

Desde que os Estados Unidos foi fundado como país. Desde 1700, quando os Estados Unidos empregaram homens brancos para policiar e escravizar pessoas negras. Por centenas de anos, há essa lógica de que qualquer pessoa branca, seja um policial ou não, qualquer homem branco, tem autoridade e legitimidade para agir com violência contra pessoas negras.

Há um link histórico com quando esse país foi fundado. Pensaram: “Não temos tantas pessoas para capturar negros. Vamos armar homens brancos para que se tornem parte de nosso Estado supremacista branco”.

Vimos protestos em Michigan, Kentucky, Carolina do Norte, onde pessoas brancas armadas estão protestando, pedindo que o comércio seja reaberto, assim como o governo. Conscientes do fato de que são trabalhadores negros e latinos que estão morrendo em sua maioria, são a maior taxa de óbitos.

Reabrir a economia realmente significa reabrir os portões do inferno para nossa população. Nos jogar diretamente no fogo, só para que eles possam ter um corte de cabelo, para que possam ter vidas normais.

Os Estados Unidos são bem similar ao Brasil. Ambos temos presidentes cruéis, que estimulam esses racistas a agirem com violência contra as pessoas negras, contra indígenas. Não há diferença, além das particularidades culturais e de língua.

Qual o papel das pessoas brancas em meio dessa convulsão social antirracista?

As questões dos papéis são respondidas pela história. O papel histórico de brancos progressistas e radicais nesse país tem sido rejeitar alianças com opressores, rejeitando lealdade a branquitude, dizendo: “vou cortar as amarras políticas que tenho com a classe dominante, com a supremacia branca”, intencionalmente, e não apenas em palavras mas em ações, como John Brown fez.

John Brown sacrificou sua vida para libertar escravos africanos. Esse é o tipo de solidariedade que precisamos das pessoas brancas hoje. Que coloquem seus corpos, suas mentes e corações nessa luta. Muitas pessoas usam a expressão aliados, e como revolucionário, eu rejeito esse conceito de aliados. Eu preciso de companheiros.

Eu preciso de pessoas que esteja nessa luta porque precisam ser livres. Eles não estão lutando pela minha liberdade, eles também precisam ser libertados. Não é um favor que me fazem. Eu não preciso de favores, preciso de solidariedade. As pessoas brancas precisam se dar conta desse fato, internalizar isso, reconhecer que eles devem destruir o sistema. Oprimir e colonizar as pessoas faz parte desse espiral.

Se não querem participar dele, devem estar do lado certo da história e se juntar ao proletariado global.

Tem circulado aqui no Brasil, fotos de pessoas brancas que fizeram barreiras entre os policiais e ativistas negros que estavam nas manifestações. Isso realmente está acontecendo nas manifestações ou é algo isolado?

Eu diria que é cada vez mais comum. Não acontece em todos os lugares, cada cidade é diferente. Talvez em algumas cidades maiores, onde há mais histórico de lutas e solidariedade multinacional.

Mas, em algumas instâncias, essa tática tem se mostrado um pouco infantilizante, do tipo “precisamos de pessoas brancas para nos proteger”. O que me faz voltar ao que disse antes: Não precisamos de protetores. Precisamos de camaradas. De pessoas que lutem conosco, ombro a ombro. Essas pessoas precisam dar um passo atrás e pegar nos braços das pessoas negras e outras populações não brancas;

O que acontece é que eles [brancos] não podem nos proteger. É muito dependente deles. Nós precisamos construir nosso próprio poder com a solidariedade deles.

Acredita que a ofensiva de Trump contra os manifestantes irá continuar?

Estamos em um ano presidencial, acho que isso conta muito. A legitimidade e reputação dele está em jogo, levando em conta o fracasso contra a covid-19. O fracassos do chamado “presos e contrapesos” nesse país. E recessão econômica. Também o fato que cada vez mais os jovens estão voltados para o socialismo e Trump tem feito uma campanha inteiramente reprimindo o socialismo. Dizendo que a América nunca será um país socialista, ridicularizando Bernie Sanders.

Ele disse que vai identificar Antifa como uma organização terrorista mas Antifa é a palavra encurtada para antifascista. É um guarda chuva que inclui todos aqueles que odeiam o fascismo, não é uma organização.

Donald Trump classificou protestos como “terrorismo doméstico” / AFP

Isso é um indicativo de que Trump está tentando agradar e fomentar a sua base dizendo para culparem os radicais, as pessoas de fora, a esquerda radical, os socialistas e anarquistas. “Não é o fato de que eu estou fazendo uma má gestão essa crise econômica e essa crise de saúde pública. Vou culpar outras pessoas”.

Isso também é mantido pelo fato de que Joe Biden não está sendo visto em lugar nenhum. O candidato do partido democrata não tem destaque. O que é muito emblemático em relação ao partido em tempos como eles, eles estão calados, em silêncio, ou tentando desradicalizar o movimento e redirecioná-lo a outra forma, para legitimar sua classe política.

Eu acho que Trump continuará tentando nos calar. Sua legitimidade está em jogo, é um ano de eleição, isso se tivermos eleição. Para Trump, todos os problemas parecem um prego porque a única ferramenta que ele tem é um martelo.

Qual a perspectiva para o movimento negro nos Estados Unidos com essa mobilização? Os protestos irão crescer ainda mais?

Ainda é cedo para dizer, citando até mesmo a revolta em Ferguson em 2014, aconteceu em ondas. O primeiro protesto durou 12 dias consecutivos. Depois desses 12 dias, houve um período e depois outra semana de protestos. A polícia matou outra pessoa, e aí os protestos se estenderam. A revolta de Ferguson veio em ondas e estamos no sexto dia de protestos no país. Se continuar, assim como os protestos de Ferguson, vamos ter uma massivo crescimento de consciência política. O espaço político estará mais aberto para ideias radicais em meio ao coronavírus.

O The New York Times fez um artigo dizendo: todos são socialistas agora. Porque as pessoas precisam de renda pra viver durante a covid-19. Precisam de casas pra viver. Precisam de acesso à saúde. Tudo isso está se acentuando na mente das pessoas.

Ativistas em Minneapolis continuam em protesto, uma semana após o assassinato de George Floyd / Foto: Chandan Kandam/AFP

Elas estão pensam: “Há milhões de pessoas desempregadas nesse país. O governo está falhando, o presidente está enganando as pessoas”. Todas as armadilhas democráticas e máscaras estão caindo.

Penso que estamos em tempos animadores porque a revolta está no ar, as pessoas não têm mais medo. Elas estão contra-atacando. A perspectiva é esperançosa. Mas ainda temos que nos preparar para ela. Como revolucionários, temos que nos preparar.

Não é uma mudança espontânea mas mudanças progressivas. Temos que nos preparar.

Como a classe média estadunidense está recebendo esses atos mais radicalizados?

A classe média dos Estados Unidos é muito vasta e complexa. Temos a classe média que tem vivido uma descensão social, os padrões de vida tem caído muito. Como eles não possuem consciência política, eles culpam a comunidade imigrante, culpam os negros, culpam as pessoas oprimidas no geral.

São os mesmos homens brancos armados que protestaram [a favor da reabertura econômica]. Grande parte deles é da classe média. Historicamente, o fascismo tem base na classe média.

O fascismo não é um movimento da classe trabalhadora e sim das classes médias.

Temos também a classe média branca e liberal, que rapidamente diz: “Vidas negras importam”, “Nós apoiamos pessoas negras”, mas quando se trata de fundamentalmente mudar esse país, quando se trata de dar verdadeiro poder político para a população negra, é quando essa classe média branca liberal e recua e busca o establishment novamente. Como o partido democrata.

E por último, há os negros da classe média. E como eles não poderiam apoiar as revoltas? A maioria da classe trabalhadora desse país é negra.

Então eles estão se colocando contra a violência policial, contra o racismo, mas também procuram por ganhar mais segurança econômica e social, se acomodando com o sistema capitalista. Estão entre essas duas posições.

Manifestações estão sendo reprimidas continuamente nos Estados Unidos / Foto: Roberto Schimitd/AFP

Para nós, a classe trabalhadora é a única que pode definir a temperatura, ser a base do movimento. Se a classe trabalhadora está organizada, a classe média pode absorver elementos progressivos. Mas se não estamos organizados para agregá-los, eles irão, provavelmente, virarem-se ao fascismo, pro reformismo ou liberalismo.

Essa insurgência entrará para a história? Trará resultados futuros?

Absolutamente. Sempre nos lembramos de 1968. Sempre nos lembramos da Revolta de Ferguson, um histórico e importante movimento da população negra. A história está sendo feita. Haverá uma luta pela narrativa, levando em conta que movimentos liberais vão tentar se inserir no movimento e darem uma narrativa a partir da perspectiva deles, a partir de suas perspectivas liberais.

Entrará para a história. As rebeliões ainda não acabaram. Temos muitos dias pela frente. A polícia continua matando pessoas. Agora, enquanto estamos falando nesse exato momento, eles continuam brutalizando pessoas. E as condições só irão piorar.

A história está sendo feita. E muitas pessoas devem vir para o lado certo da história. Serão anos cruciais. O século 21 mudou como vemos o mundo: Depois dos 11 de setembro, as coisas nunca foram as mesmas. Depois da crise econômica global de 2008, as coisas nunca mais foram as mesmas. E agora, com o coronavírus, não há mais o normal. O normal foi jogado pela janela. Tudo derreteu e virou ar.

Como dizemos, toda história é a história da luta de classes. E a história que vemos agora é repleta de luta de classe.

Edição: Rodrigo Chagas.

Fonte: Brasil de Fato.

 

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