Não espanta saber que 89% reprovam Temer. O susto é que 11% aprovariam

Um valor que seria capaz de derrubar diretor de hospital, de escola e até síndico de prédio. Mas, no Brasil do golpe, ele parece soar apenas como título. Mas, nesta aferição, o que realmente espanta é a quantidade de apoio que subjetivamente parece contar o golpista: 11% tais apoiadores, que teriam sido detectados nas redes sociais, devem agir de maneira tão sub-reptícia que são quase imperceptíveis – ou totalmente. Um dado relevante da pesquisa da Veto é que 77% dos internautas não revelam ou demonstram se estão inclinados mais à direita ou esquerda no espectro político. São eles, por óbvio, que definem as eleições.

Segundo tais dados, levantamento da empresa de inteligência digital Veto mostra que durante todo o mês de fevereiro 89% das manifestações relacionadas a Temer no Facebook e Twitter foram negativas para ele Michel Temer independentemente do perfil político do usuário. Em que momento os 11% teriam se manifestado favoravelmente? Quando liquidou com a aposentadoria?

Leia a nota publicada no Portal Vermelho:

O monitoramento levou em conta um universo de 30.000 pessoas usuárias do Facebook e Twitter. A Veto relacionou os comentários dos usuários sobre política e avaliou as páginas e perfis seguidos por eles. Por isso é possível observar para qual polo ideológico esses internautas pendem. Pela análise, quem se encontra mais à direita segue perfis como o de Sergio Moro, Aécio Neves, Jair Bolsonaro e sites anti-PT. Já os que se consideram mais à esquerda seguem o perfil de Lula, Dilma Rousseff, Jean Willys e Ciro Gomes.

A alta rejeição popular de Temer não é novidade. Vem sendo captada pelas pesquisas de opinião tradicionais – 51% consideram o Governo ruim ou péssimo e 10% avaliam a gestão do peemedebista como ótima ou boa, segundo a última pesquisa do Datafolha, realizada em dezembro. O estudo da Veto, entretanto, dá matizes deste descontentamento entre a opinião pública polarizada.

O mesmo levantamento revela que a definição de esquerda e direita assumida publicamente está mais em bolhas nos extremos de cada lado: 8% dos usuários monitorados se afirmam de esquerda, e questionam, por exemplo, a legitimidade do Governo fruto de um impeachment que eles definem como um golpe. Em outra ponta, 15% se apresentam como sendo de direita e não questionam a legitimidade de Temer no poder. Já 77% da amostra de usuários não têm um alinhamento ideológico claro, e tomam posições de acordo com um contexto específico – em 2016 a grande maioria apoiou a saída de Dilma, por exemplo. Este grupo também não questiona a condição de Temer presidente. Porém, 39% dos comentários captados nesse grupo avaliam mal o Planalto por percebê-lo como corrupto ou defensor de corruptos. “A ideia de que o Governo se esforça para impor obstáculos à Lava Jato é muito presente nessa argumentação”, diz o estudo.

O fim da corrupção foi um dos pilares que sustentou o pedido do impeachment de Dilma Rousseff nas ruas e fora delas e por isso a frustração aparece nas redes sociais. “Havia uma expectativa de parcela significativa da sociedade, manifestada nas redes à época do impeachment, de que um governo chefiado por um grupo político diferente do PT poderia trazer mudanças que culminariam em melhores resultados econômicos e práticas executivas pautadas pela ética”, diz a conclusão do levantamento.

Rejeição à reforma da Previdência

Outro fator que vem elevando o grau de críticas a Temer nas redes é a proposta de reforma da Previdência que está em debate no Congresso atualmente. Dentro do bloco dos 77% dos usuários sem definição política aberta, 37% dos comentários repudiam a gestão do presidente por políticas específicas. Ortellado também já detectou posts muito críticos à reforma em ambientes virtuais mais atrelados à direita. “Não sei se é uma tendência geral ou um fato pontual, mas ela está sendo muito mal recebida”, comenta o professor da USP. Ele reconhece que as mudanças previdenciárias estão sendo mais rejeitada que a PEC do teto de Gastos aprovada no final do ano. “Talvez porque a PEC era abstrata e o impacto difuso é no futuro”, completa.

Os internautas com uma bandeira clara (8% à esquerda e 15% à direita) formam bunkers impenetráveis nas redes sociais, enquanto os outros 77% seguem ao sabor dos ventos de acordo com o contexto presente. Tanto a esquerda quanto a direta se fecham em bolhas e não conseguem furar o bloqueio. Para Ortellado, a polarização política cria barreiras morais de rejeição ao campo adversário que impedem a colaboração em pontos de convergência. Ele observa, entretanto, que não é só o descontentamento com as práticas do Governo Temer que une os dois campos. “Nos nossos levantamentos, aparecem também a defesa da saúde e educação públicas e o ambientalismo”, comenta.

Já os que não se assumem nem para um lado e nem para outro fazem parte de um grupo que quer falar de política e se interessa por política, mas não se sente representada por nenhum projeto que se apresenta atualmente. Para os responsáveis pelo estudo, é um quadro muito parecido ao que foi visto durante os protestos de 2013. “O discurso no fim, é o mesmo, sobre um Estado ausente e inoperante. A mesma queixa de 2013”, afirma o relatório. Depois daquele ano, o PT personificou esse Estado ineficiente, o que acabou gerando a pressão das ruas que ajudou a derrubar o Governo Dilma. Agora, Temer é a bola, ou a vidraça da vez. “Ele é o chefe do Executivo e o representante máximo dessa geleia geral que se instalou no Brasil”, conclui.

NdaR – 89% dos internautas repudiam Temer. Destes, só 11% se revelam de esquerda enquanto 77% se dizem neutros ou de centro. Se somarmos(88%) chegaremos a conclusão de que muitos dos golpistas migraram, em seis meses, e agora fazem oposição a Temer na internet. Apoiaram o golpe por impulso infanto-juvenil, irresponsabilidade e movidos pela Globo que é a sua principal fonte de informação. Mas o que espanta mesmo são os 11 restantes que apoiam o Temer. De que planeta vieram pessoas que defendem a aposentadoria a partir de meio século de trabalho, o fim da Saúde e Universidade públicas?

Fonte: Conexão Jornalismo

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