Museu Victor Meirelles homenageia os 118 anos de falecimento do artista com lançamento de livro

Na data em que se completam 118 anos da morte de Victor Meirelles de Lima (1832 – 1903), 22 de fevereiro de 2021, o Museu Victor Meirelles e a Profa. Dra. Mara Rúbia Sant’Anna (UDESC) homenageiam o artista lançando o livro O Jovem Victor Meirelles: tempos, traços e trajes. Disponível nas versões impressa e digital, o livro contou com o apoio do MVM e do Museu Nacional de Belas Artes (Ibram/MTur). Nas páginas, a autora Mara Rúbia aborda a coleção “Estudo de Trajes Italianos”, realizada no século XIX pelo consagrado pintor oitocentista, com o objetivo de analisar as relações discursivas entre os registros artísticos dos trajes tradicionais de uma região, considerando os processos de memória social e as narrativas visuais neles contidos.

A publicação é resultado do estágio de pós-doutoramento desenvolvido junto ao Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da UFRJ, cujo projeto “Olhares românticos entre cores e traços: Victor Meirelles e o Estudo de Trajes Italianos, 1853-1859” foi financiado pelo CNPq. Também envolve recursos da UDESC e da FAPESC. Após o estágio, mais dois anos foram dedicados à pesquisa em acervos no Rio de Janeiro, Florianópolis, Paris e Roma. A pesquisa é formada por 170 obras, sendo 104 pranchas coloridas, pertencentes aos Museus Victor Meirelles e ao Nacional de Belas Artes e de alguns colecionadores particulares, completadas por mais 66 registros catalográficos de desenhos em preto e branco e de tamanhos e títulos diversos.

Estudo de Traje Italiano. Victor Meirelles, Aquarela sobre papel, 30,7 x 21,2cm. Circa 1853/1857. Acervo Museu Victor Meirelles (MVM 0054).

O livro se divide em três partes: “Ainda na sala”; “Casa a dentro” e “Através das janelas”, com um total de sete capítulos, sendo dois na primeira parte, três na segunda e dois na terceira, mais a conclusão. Segundo a autora, todos os capítulos estão a serviço do objetivo geral do trabalho, que é dar complexidade à singeleza da obra Estudo de Trajes Italianos de Victor Meirelles, fazendo-a reverberar nas condições das narrativas visuais produzidas e nas memórias concatenadas sobre o vestir e o humano para o Ocidente. As edições físicas serão doadas para bibliotecas de instituições públicas. O conteúdo digital, na íntegra, pode ser baixado gratuitamente no site do Museu Victor Meirelles a partir do dia 22 (https://museuvictormeirelles.museus.gov.br).

Saiba mais

A autora

Mara Rúbia Sant’Anna nasceu em Laguna/SC, 1969. Licenciada em História (UFSC, 1990), Mestre em História do Brasil (UFSC, 1996), Doutora em História (UFRGS, 2005). Realizou pós-doutoramento na Université de Strasbourg (2012) e EBA-UFRJ (2017). É autora dos livros O velho no espelho (2000), Teoria de moda (2007/2009), Elegância, beleza e poder (2014), Sociabilidades coloniais (2016), Império: uma civilização nos trópicos (2019), além de inúmeros artigos e capítulos desenvolvidos a partir dos temas de predileção: aparência, poder, imagem, publicidade, moda e ensino superior. Dirige desde 2005 o Laboratório de pesquisa “Moda, Artes, Ensino e Sociedade”, filiado ao CNPq e faz parte do corpo docente permanente do Centro de Artes/UDESC.

Sumário

PREFÁCIO

O Jovem Victor Meirelles: tempos, traços e trajes de Mara Rubia Sant’ Anna

Preâmbulo ou Átrio

Introdução: De um projeto ao percurso

1ª parte – Ainda na sala

Capítulo 1 – A formação do artista no século XIX – a permanência da tradição

1.1 A formação acadêmica

1.2 Normas vigentes

1.3 O aprendizado em Roma

1.4 O aprendizado em Paris

1.5 Inspirações tangenciadas

Capítulo 2 – Narrativas de tradição

2.1 Em busca de uma tradição

2.1.1 Por uma vereda

2.1.2 Ilustradores de trajes do século XIX

2.2 Trajes, moda e história

2.3 Romantismo e a produção da memória social do vestir

2ª parte – Casa a dentro

Capítulo 3 – Rastros escritos: Victor Meirelles de Lima

3.1 Escritos de testemunhas

3.2 Escritos comemorativos

3.3 Escritos acadêmicos

3.4 Escritos de revisão e crítica

Capítulo 4 – Rastros de manchas: os trajes italianos de Meirelles em pranchas coloridas

4.1 A coleção

4.1.1 Quantidade, distribuição por acervos, denominação e origem da coleção

4.1.2 Dimensões

4.1.3 Técnicas e materiais

4.1.4 Autoria, datação, títulos e local de realização

4.2 As pranchas

4.2.1 Ambiência e objetos

4.2.2 Posição e flexão das figuras

4.2.3 Tipos humanos representados quanto ao gênero e a faixa etária

4.2.4 Tipologia de trajes, cores, formas e acessórios do vestuário representados

A – Gênero feminino

B – Gênero masculino

Capítulo 5 – Rastros de linhas: os trajes e outros rabiscos de Meirelles

5.1 A coleção

5.1.1 Os acervos

5.1.2 As denominações dos registros catalográficos

5.1.3 Dimensões e materiais

5.1.4 A datação e o local

5.2 Os desenhos

5.2.1 Ambiência e posicionamento das figuras

5.2.2 Representações de objetos e condições sociais e de gênero

5.2.3 Trajes e tendências de moda

A – Gênero feminino

B – Gênero masculino

3ª parte – Através das janelas

Capítulo 6 – O visto e o sentido

6.1 Desmontar os estudos, olhando pelas vidraças

6.2 Remontar os estudos a partir da luz da janela

6.2.1 Materiais, técnicas e temáticas

6.2.2 Trajes

6.3 Move-se o olhar, desmonta-se o ângulo, o sentido se vê

Capítulo 7 – O silêncio dos estudos

7.1 A irmandade

7.2 Dos sussurros aos indícios

7.3 A voz do autor em meio aos silêncios das irmandades

Últimas Linhas e Traços

Referências

Lista de Figuras

Lista de Quadros

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