Mulheres maias protegem abelhas da extinção

Via Ciclo Vivo.

Por Natasha Olsen.

No México, um grupo de 200 mulheres maias está trabalhando pela preservação das abelhas sem ferrão da região, que estão ameaçadas de extinção. O projeto #SoyAbejaMaya (#SouAbelhaMaia) acontece há 10 anos na região sul do país e envolve a proteção das abelhas e também do ecossistema local.

Mantido pelo Instituto Educampo, o projeto se mantém por meio do comércio de produtos que vem da apicultura. As mulheres envolvidas recebem capacitação e aprendem a cuidar das abelhas, da sua reprodução e do seu habitat.

Com o mel, é possível produzir sabonetes, shampoo, cremes e talcos. Estes produtos, além do próprio mel, são comercializados por cooperativas parceiras em várias cidades da região.

Empreendedoras que protegem o meio ambiente

A maioria das mulheres maias que integram o projeto não teve a chance de estudar e encontraram no trabalho com as abelhas uma chance de dar melhores oportunidades para suas famílias. O programa de capacitação dura 5 anos.

No site do projeto, o Instituto Educampo defende a preservação das abelhas como parte fundamental da preservação do meio ambiente. “Sem abelhas, não haverá vida”, explicam. “Nossa existência depende da delas, já que elas polinizam um terço dos alimentos que consumimos. As abelhas se encontram em perigo de extinção, como resultado de diversas atividades humanas. Mas ainda podemos mudar isso”.

Agrotóxicos ameaçam abelhas e lavouras no Brasil

Segundo o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, publicado da Anvisa na primeira semana de dezembro de 2019, mais da metade das 4 mil amostras de 14 alimentos vegetais no país contém agrotóxicos. Entre os 51% de alimentos contaminados, o ingrediente ativo mais encontrado foi Imidacloprido, fatal para as abelhas. A substância foi encontrada em 15% dos alimentos analisados e, em 2019, o governo federal autorizou o registro de comercialização de mais 8 produtos à base de Imidacloprido.

Em março deste ano, mais de 500 milhões de abelhas morreram em três Estados brasileiros e o contato com agrotóxicos foi justamente a causa da morte. A morte das abelhas prejudica também a produção das lavouras uma vez que elas são as principais polinizadoras dos ecossistemas e garantem a reprodução de diversas espécies de plantas – cerca de 60% das 141 plantas cultivadas para a alimentação humana e animal no Brasil depende da polinização por abelhas.

Além de afetar as abelhas, estas substâncias também são perigosas para a saúde humana. “Esse tipo de produto que se espalha por toda a planta é muito perigoso, pois lavar o alimento e descacá-lo não é o suficiente para retirar resíduos de agrotóxicos que já circulam dentro da planta”, alerta o vice-presidente da regional sul da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Leonardo Melgarejo.

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