Morro dos Cavalos – A Terra sagrada inalcançável!

Por Catiúscia Custódio de Souza.*

A Terra Indígena Morro dos Cavalos, município de Palhoça, litoral de SC, de ocupação tradicional Guarani, está mais uma vez  em questão. Esse pedacinho de terra, e digo isso por realmente ser um pedacinho de terra se compararmos com as terras indígenas demarcadas pelo Brasil a fora que demarca o Território indígena (e não apenas uma ilha cercada por cidades) há décadas vem sendo disputada numa luta desigual entre indígenas, governo, empreendedores e moradores locais.

Nesta disputa imperam o progresso desenvolvimentista do país, a desinformação e ignorância por parte de políticos locais e estaduais, o interesse econômico de advogados, a manipulação e a incitação da violência nas comunidades locais que circundam a Terra  Indígena e, somado a tudo isso, o sensacionalismo barato e a desinformação das mídias locais e estaduais.

Em fim, uma teia de intrigas, interesses e desinformação. É neste contexto que gostaria de prestar algumas informações sobre a demarcação da TI Morro dos Cavalos e a desintrusão dos ocupantes não-indígenas.

Antes de tudo é necessário que a sociedade brasileira, e mais precisamente os catarinenses, tenham conhecimento da história sobre a ocupação e formação do povo e do território brasileiro atual. É recorrente nos meios midiáticos a veiculação de que os indígenas que ocupam o território catarinense são oriundos do Paraguai. Neste sentido, é relevante registrar que o território da etnia Guarani abarca a região conhecida como Bacia do Prata, que ocupa uma área de 4,3 milhões de km² e possui porções das áreas argentinas, bolivianas, brasileiras, paraguaias e uruguaias, além das bacias litorâneas no sul e sudeste do Brasil.

A origem da ocupação indígena deste território é anterior ao “descobrimento” do Brasil, ou seja, ela é anterior a 1500. Mais precisamente, humanos que falam a língua indígena Tupi Guarani estão nesta região há mais de 3.000 anos, tendo contato com europa imperialista a apenas 513 anos. Com estas informações já é suficiente para compreendermos que os chamados índios, bugres, nativos, patrícios, entre outras denominações, são os povos originários de nosso país, os verdadeiros donos desta terra, apesar de a sua própria cosmovisão não acreditar na propriedade privada.

Os empreendimentos colonizadores impactaram e ocuparam o território indígena de forma irregular e arbitrária, conforme  reconhece a Constituição Brasileira de 1988. Neste processo novas vítimas foram criadas, os moradores não-indígenas que hoje se encontram em terras indígenas e que possuem todo o direito de ressarcimento e realocação de suas moradias. Direitos esses que devem ser assegurados e cumpridos pela União e pelos entes federados, no caso da TI Morro dos Cavalos, o Estado de Santa Catarina.

Para melhor compreensão do processo de demarcação desta terra indígena é importante rememorar as suas tramitações até agora. Inicialmente  o processo de demarcação foi iniciado em 1993 que criou o primeiro Grupo Técnico Interistitucional, sob a coordenação do antropólogo Wagner de Oliveira sob a  Portaria n.° 0973/PRES da Funai, de 1/10/93, com a finalidade de identificar e delimitar não somente a TI Morro dos Cavalos, mas uma série de terras indígenas situadas no litoral do Paraná e de Santa Catarina, a partir de reivindicação legítima formulada pelos próprios indígenas. Este Grupo Interistitucional foi constituído pela Funai, no cumprimento de suas obrigações legais, estabelecidas pelos  Estatuto do Índio (Lei 6.001/73), Constituição Federal (Art. 231) e Convenção 169 da OIT (Lei 5.051/04).

Neste sentido, o motivo para demarcação de terras indígenas é propiciar as condições fundamentais à sobrevivência física e cultural dos povos indígenas, em cumprimento ao que é determinado pelo artigo 231 da Constituição Federal. O resultado dos estudos deste Grupo Técnico resultou em uma carta dos índios da região, em 17 de julho de 2000, que contestava o relatório.  Nessa carta, os Guarani diziam que não concordavam com a proposta de limites apresentada no Relatório Antropológico, de 121 ha, pois não atendiam as necessidades dos índios, não compreendiam as áreas de uso tradicional, como determina a Constituição Federal de 1988, bem como reclamavam que o GT coordenado pelo antropólogo Wagner de Oliveira não teria observado o disposto no art. 2°, § 3 do Decreto n.° 1775/96, assinado pelo então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que colocou procedimentos novos para demarcação de Terras Indígenas.

Dessa forma, reivindicavam a criação de um novo Grupo Técnico para identificação da TI Morro dos Cavalos.  A partir disto, iniciou-se um novo estudo que resultou em um novo relatório coordenado pela Dr. Maria Inês Ladeira  que fora publicado no Diário Oficial da União em 18 de dezembro de 2002, no entanto a assinatura da Declaração pelo Ministro da Justiça só veio em 18 de abril de 2008.

morro cavalos

Atualmente, portanto, demarcação física foi concluída, apesar de indígenas terem denunciado que os marcos da FUNAI e Ministério da Justiça foram depredados, assim como foram retiradas Placas de sinalização dos limites da TI Morro dos Cavalos. Isso caracteriza crime contra patrimônio público federal e a Polícia Federal está averiguando. O próximo passo é o pagamento de benfeitorias consideradas de boa-fé, num total de 69 das 77 catalogadas, tendo em vista que, destes, maricultores não passam de 10 famílias, que segundo informações da FUNAI, já há articulação com Ministério da Pesca e INCRA para realocá-los, alguns outros usam suas residências na Enseada do Brito para veraneio e vivem em outros municípios, e ainda há os moradores da região, que receberão por suas benfeitorias em valor corrigido, da medição realizada pela FUNAI em 2010.

Por quê tanto se fala deste processo? Há muitos interesses na região de Morro dos Cavalos. Mas quais?

A região é protegida por montanhas, banhada pela baia sul da Ilha de Santa Catarina, e atrai interesses marítimos para instalação de marinas, hotéis, pousadas, restaurantes, especulação imobiliária, entre outros. Há também as nascentes de água potável, que já são exploradas na região de Santo Amaro da Imperatriz. Como era Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, os interesses particulares agiam contra o Parque. Ao ser declarada Terra Indígena, os mesmos interesses particulares voltam-se agora contra a FUNAI/MJ.

Ainda, há acusações de que indígenas e FUNAI tenham se investido em demarcar Morro dos Cavalos com interesses na duplicação da BR 101. Outra confusão midiática, tendo em vista que toda população catarinense quer ver o trecho sem longas filas, inclusive os indígenas. O fato é que o DNIT definiu o traçado menos impactante sendo a instalação de dois túneis, evitando assim que a Ponta do Morro dos Cavalos se transforme numa ilha ambiental eterna. Desde a década de 1960 a BR 101 isolou a Ponta do Morro dos Cavalos e animais que vivem num lado, não conseguem ir para o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, vice versa. Assim, dois túneis evitariam desastres ambientais e, ainda, é a opção indígena já declarada há anos. Agora o processo está na mesa da Presidenta Dilma Rousseff, que quer ver as obras prontas e o trânsito resolvido, já inclusive incluindo recursos no PAC.

Diante destes esclarecimentos, espero sinceramente que a população se conscientize e respeite os direitos indígenas e que os entraves sociais e econômicos oriundos da demarcação da TI Morro dos Cavalos se resolvam de forma politizada e amistosa para que  cidadãos indígenas e não indígenas não arquem com prejuízos que remontam a séculos de exploração e colonização a serviço do capital.

*Catiúscia Custódio de Souza é Historiadora e Mestranda em Sociologia Política PPGSP/UFSC.

13 COMENTÁRIOS

  1. essa historiadora é umas das melhores pessoas estudada e informada na verdadeira história do brasil
    portanto essa pessoa que escreve o contrario infelizmente tem que dar uma aula sobre a história do brasil.Que conterteza está no tempo do tratado de tordesilha.É isso aí CATIÚSCIA

  2. O autor abaixo, “Sílvio Coelho dos Santos” é citado como fonte para diversos trabalhos científicos fraudulentos oriundos da UFSC. Refiro-me aos trabalhos ditos científicos oriundos da nova geração de pesquisadores (história e antropologia) da UFSC que por predileção necessitam dizer, para se autoafirmarem, “sou doutor(a)” ou mestres em história ou antropologia. Como disse, estes novos doutores mal caráteres que são, indígnos de sequer pertencerem a uma instituição de pesquisa, mentem ao se referirem aos autores que discorreram sobre o tema indígena em Sta. Catarina. VEJA ABAIXO DOIS EXEMPLOS:
    -Silvio Coelho dos Santos, UFSC – 1978-:“Os Guarani estão dispersos em pequenos grupos por vários postos indígenas e, também, por núcleos urbanos. Os que vivem junto aos postos indígenas somam 878 indivíduos. Os grupos desassistidos pelo órgão oficial não têm aldeamentos permanentes. Perambulando de um lugar para outro, esses grupos ora estão na periferia de Porto Alegre, ora nas vizinhanças de Florianópolis ou Curitiba. Todas as informações que logramos reunir indicam que esses contingentes Guarani pertencem ao grupo Mbüa, oriundos do noroeste da Argentina, do Paraguai e sul do Mato Grosso, sua região tradicional. Esses contingentes não são remanescentes da antigas populações Guarani que, à época da descoberta, ocupavam o litoral do sul do Brasil”.

    “Através dos processos migratórios, Índios Guarani originários da Argentina e do Paraguai, como Sr.Augusto, foram inicialmente para o Paraná e o Rio Grande do Sul e lá souberam da existência de uma extensa área de Mata Atlântica dentro de um Parque no litoral catarinense, no caso o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro”. (Sobre a necessidade de Terras para os Índios Guarani do litoral de Santa Catarina: Estudo a Partir do Caso Massiambu. Maristela D. Honczaryk Farias. Trabalho de Conclusão de Curso – UFSC.

  3. Minha cara “historiadora, mestranda”, deveria sim, ir mais a fundo de sua análise e procurar a verdade das tais demarcações que vem sendo feita no Brasil e não é uma questão de devolver a terra aos indigenas, porque se assim fosse voces, historiadores, antropologos, mestrandos e defensores da causa, ja teriam devolvidos suas terras aos proprios, defendem porque estão estão bem instalados em seus apartamentos, sitios, casas e mansões, bem longe das demarcações, não iram perder nada com isso, ou melhor só
    se salientar a respeito sem vivenciar o fato e a realidade dura de perder sua casa e morar na rua ai é fácil ficar gritando seus ideais!! deixem de demagogia e procurem se informar ou melhor comprem terras dentro das demarcações isso seria o melhor que possam fazer e sentir na pele, sem mais palavras p/ expressar o pensamento de quem esta vivenciando a “realidade”e não somente o que passa em alguns jornais!!

  4. Sra. Catiúscia Custódio de Souza, sugiro-lhe a leitura da seguinte bibliografia, a disposição no acervo da UFSC, para que a Sra. venha a público investida de com título de historiadora ou Mestranda comentar aspectos da historiografia e demografia dos povos autóctones do sul do Brasil e do Paraguai: A INTEGRAÇÃO DO ÍNDIO NA SOCIEDADE REGIONAL
    A FUNÇÃO DOS POSTOS INDÍGENAS EM SANTA CATARINA. Sílvio Coelho dos Santos – 1970. UFSC; A NOVA HISTÓRIA DE SANTA CATARINA 4º ed.rev.ampl.
    Sílvio Coelho dos Santos – 1998. TERCEIRO MILÊNIO.; AS LENDAS DA CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DO MUNDO COMO FUNDAMENTOS DA RELIGIÃO DOS APAPOCÚVA.; Curt Nimuendaju Unkel.Tradução de: Charlotte Emmerich & Eduardo B. Viveiros de Castro HUCITEC – 1987; ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA CULTURA GUARANI. Egon Schaden – 1962 – DIFUSÃO EUROPÉIA DO LIVRO; BOTOCUDO UMA HISTÓRIA DE CONTATO – Alexandre Machado Namem – 1994 – UFSC.; ESTRATEGIAS DE DESARROLLO RURAL EN LOS PUEBLOS GUARANIÉS – (1609-1767)- Rafael Carbonell – 1992.; SOCIEDAD ESTATAL QUINTO CENTENARIO – BARCELONA. – HISTORIA DA COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL VOL VI – Serafim Leite, S.I. – 1945 – IMPRENSA NACIONAL.; HISTÓRIA DE SANTA CATARINA – 2º Edição Revista e Atualizada. – Oswaldo R. Cabral-1970. – IBIRAQUERA A HISTÓRIA DE UM LUGAR UM MOVIMENTO SINGULAR E UNIVERSAL. Maria de Lourdes Avellar – 1993 – Dissertação de Mestrado
    UFSC. ; ÍNDIOS DO BRASIL – Julio Cezar Melatti – 1980. – H UCITEC. ; INDIOS E BRANCOS NO SUL DO BRASIL – A Dramática Experiência dos Xokleng – Silvio Coelho dos Santos – 1973 – EDEME.; NOTAS PARA A HISTORIA CATHARINENSE. – Lucas Alexandre Boiteux – 1912. MUSEU HISTÓRICO E GEOGRÁFICO CATARINENSE. – O GUARANI – Uma bibliografia etnológica – Bartolomeu Melià,Marcos Vinícius de Almeida Saul, Valmir Francisco, SANTO ÂNGELO: CENTRO DE CULTURA MISSIONEIRA, 1987.; OS CARIJÓS LÁ NAS RAIZES – Theobaldo Costa Jamundá – 1987. INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA. ; OS GRUPOS JÊ EM SANTA CATARINA – Silvio Coelho dos Santos – 1963. – UFSC. ; OS TRINTA POVOS GUARANIS – Arnaldo Bruxel – 1977. PROJETO URUGUAI. Equipe responsável:
    Prof. Dr. Silvo Coelho dos Santos – Prof. Dr. Paul Leslie Aspelim –
    ELETROSUL-UFSC – 1978. ; SANTA CATARINA NO SÉCULO XVI – Separata do volume II dos Anais do Primeiro Congresso de História Catarinense.; Lucas Alexandre Boiteux-1950. IMPRENSSA OFICIAL. ; SOBRE A NECESSIDADE DE TERRAS PARA OS ÍNDIOS GUARANI DO LITORAL DE SANTA CATARINA. Maristela D. Honczaryk Farias – Trabalho de Conclusão de Curso – UFSC – 1997. ; TRAGÉDIAS EURO XOKGLENG E CONTEXTO – Dorvalino Eloy Koch-2002. TRATADO DESCRITIVO DO BRASIL EM 1587. Gabriel Soares de Sousa
    Edição castigada pelo estudo e exame de muitos códices manuscritos existentes no Brasil, em Portugal, Espanha e França, e acrescentada de alguns comentários por Francisco Adolfo de Varnhagen. EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO URÍ WÃXÍ – ESTUDOS INTERDISCIPLINARES DOS KAINGANG. Lúcio Tadeu Mota; Francisco Silva Noelli; Kimiye Tommasino (Org.) EDITORA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – 2000. VIAGEM PELAS PROVÍNCIAS DA SANTA CATARINA (1858)- Robert Avé-Lallemant – ITATIAIA – 1980. ; VINTE LUAS-Viagem de Palmier de Gonneville ao Brasil 1503-1505. ;leila Perrone-moisés – COMPANHIA DAS LETRAS.; A IDENTIDADE ÉTNICA NA DINÂMICA SOCIAL DOS GUARANIS NHANDÉVA – Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Sociais. Rosa Maria Coutinho – 1994.

    Todos os títulos acima contradizem seu comentário. Não pense a Sra. que esta discutindo este tema com pessoas despreparadas, tampouco venha a público se sustentar em seu título de historiadora para propor patranhas que muito envergonha o pesquisador ético compromissado com a nossa vasta e registrada memória histórica.

  5. Quando trata-se de vidas humanas, realizar uma simples pesquisa no google é muito simplista. O pesquisador, se de fato for um pesquisador, ele vai a campo, ele conversa com as pessoas a fim de compreender a realidade social a qual essas pessoas estão inseridas. Isso requer sair dos laboratórios das universidades e inserir-se na realidade dos fatos. A mera copia de documentos é uma atitude até mesmo ultrapassada e questionável, uma vez que estes (documentos) já foram comprovados a ineficácia por estudiosos que conhecem a realidade e não estão ganhando nada com ONGs nem tão pouco com projetos de pesquisas. Não basta ter títulos acadêmicos, é necessário ter a sensibilidade e humildade para compreender o lugar do outro. Essa sensibilidade não é somente levantar uma bandeira sem princípios éticos, de modo que basta analisarmos a denúncia do índio Milton Moreira para se ter uma ideia do que se passa com essa tribo implantada, no Morro dos Cavalos. É certo que os índios são seres humanos tanto quanto nós (eu disse: tanto quanto nós!) brancos que colonizamos o Brasil. Tal afirmativa não requer, de modo algum, afastar-se da responsabilidade histórica que nossa pátria tem com seus nativos. No entanto, tendo em vista que existe uma dívida que fez com que a cultura e identidade indígena fosse fortemente prejudicada, é valido questionar a razão que leva a Funai (órgão responsável pela proteção indígena) a não viabilizar os direitos dos 41 índios representados pelo Milton Moreira e a querer com tanta veemência esses tantos hectares de terras para outras pessoas, índios ou não. Isso requer analisarmos as circunstâncias pela ótica também do bom senso, não me refiro ao senso comum. Agora, vale prestar atenção na situação, de fato alarmante, que o índio Milton Moreira e os demais índios, com foco especial nessas crianças (que estão abandonadas pelo órgão que deferia lhes proporcionar proteção) estão vivenciando; de forma que a sociedade realmente compreenda esta triste e lamentável realidade. Me questiono, por que estes defensores da demarcação de terras não mencionam os 41 índios que sobrevivem, na Praia de Fora, abandonados pelo Estado.

    Para melhor compreensão da realidade a qual brancos e índios, ou melhor esses seres humanos, estão inseridos, sugiro a leitura dessa matéria: http://desacato.info/2013/03/a-demarcacao-de-terras-e-a-injustica-contra-os-invisiveis/

  6. Os leitores do portal Desacato devem ficar atentos com os denuncistas baratos e detentoras de “FATOS” que postam aqui suas alegações mentirosas com o único intuito de produzir uma opinião pública equivocada e manipulada pela falácia; que se fazem passar por cidadãos críticos e descomprometidos, quando na verdade representam os grupos que lutam para expulsar os Guaranis de suas terras.

    Basta realizarmos uma breve pesquisa no Google para descobrirmos o porque destas pessoas que nada entendem de Guaranis ou antropologia dispararem tão raivosamente suas metralhadoras giratórias contra os índigenas, antropólogos, agências governamentais e universidades federais.

    É realmente lamentável ver a forma grosseira com que eles ignoram os quase 100 anos de pesquisa científica séria com os Guarani para, levianamente, taxarem os indígenas de Paraguaios aliciados, dizerem que suas terras não são tradicionais e considerarem os pesquisadores e intituições federais envolvidas como fraudadores.

    Meus parabéns à pesquisadora Catiúscia de Souza pela coragem de tocar na ferida e trazer o drama dos Guaranis da TI Morro dos Cavalos à tona. A ação furiosa que presenciei aqui é prova cabal de que a pressão enfrentada pelos Guaranis é realmente alarmante e merece vir ao conhecimento da sociedade.

    • Com certeza, queremos que isso venha a tona, inclusive estamos pedindo uma CPI DA FUNAI JA, para estes assunto realmente seja esclarecido e todos inclusive vcs, defensores, consigam ver além do que está sendo posto na mídia, pela Funai. A verdade sempre tem dois lados, lembrem bem disso.

  7. http://www.antropowatch.com.br/

    Através de levantamento bibliográfico e documental de origem – ANTROPOWATCH – revela e denuncia a fraude antropológica, os mentores e o modus operandi aplicada aos indígenas Guarani do Paraguai assentados na costa catarinense
    1992 – 2011

    A preservação cultural, valores humanísticos e morais cedem lugar aos interesses particulares, quando indígenas paraguaios doutrinados para a negação da cultura de origem, em detrimento da simulação comportamental de povos autóctones brasileiros extintos no século XVII, passam a ilustrar teses, relatórios e pareceres antropológicos institucionais fraudados.

    Conhecendo os primeiros movimentos desta imigração incentivada, demonstrados nas discussões subsequentes, o leitor terá acesso aos conceitos antropológicos iniciais fraudados, oficializados através das plataformas administrativas institucionais: Ong/CTI – Centro de Trabalhos Indigenistas, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, FUNAI e DNIT.

    O DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, em Brasília, figura neste contexto promíscuo como agente passivo para o repasse de verbas pretensamente em favor dos indígenas, mediante projetos de duplicação da Br 101 fraudados em seus aspectos antropológicos.

    D o w n l o a d – OS GIGOLÔS DE ÍNDIOS – Contextualização da fraude antropológica e vínculos: FUNAI/Ong-CTI/UFSC/DNIT.
    Em constante atualização.

  8. para fato fato, sí, mejor no pierdas más tiempo. tenés que aprender a leer, a entender lo que leés, a analizarlo críticamente y entonces sí podrías hacer un comentario. e assim por diante com todas as “fontes” que vc “consulta”.

    para o promotor josé, gostaria saber onde ele estudou antropometria.

    para joca, qué harás si resulta que “tus” guaraníes vinieron del otro lado (de la frontera)?

    y para seu manoel, que no es indio y sí morador y por lo tanto parte interesada…no será que sí estaban pero no los veías, que estaban invisibilizados por la sociedad y hasta por su propio miedo? porque ha sido así no sólo en el brasil sino en cada uno de nuestros países, como pasó también con los quilombolas… quién querría ser humillado, maltratado y hasta morir por declarar su identidad. ahora sí, gracias a gente como la autora de esta nota, se organizan y recuperan el orgullo de ser originarios.

  9. Só para começar, a terra não é tradicional, FATO.
    Não é um pedacinho que a FUNAI quer demarcar, são 20 milhões de metros quadrados, FATO.
    E realmente as ONG’s impedem o progresso do país, FATO!

    são tantos os fatos e as inverdades na sua materia que não vou perder tempo escrevendo para vc ^^

  10. Querida Catiúscia ,leia a matéria que postei abaixo, eu sou uma moradora da Enseada ,e voce só escreveu equivocos em relação a nossa comunidade ,deveria ir mais fundo e ver a história verdadeira ,e não falo só dessa matéria que pus para você ler. E te convido para visitar nossa comunidade e de levar para conhecer nossos anciões ,ai sim você pode interpretar do modo correto antes de se basear em fraudes e mentiras .
    E termino de fazendo uma resposta ,Qual é a nossa etnia ? Querem espunsar todos os BRASILEIROS do Brasil.

    “A Funai tenta demarcar área de Santa Catarina para
    índios paraguaios, enquanto os do Brasil morrem de fome”- Matéria de
    José Edward, da Serra do Tabuleiro(SC)- Revista Veja 2007.
    No período do descobrimento, o litoral de Santa Catarina era habitado por índios carijós, subgrupo do povo guarani. Escravizada pelos colonizadores portugueses, a etnia foi considerada extinta em meados do século XVII, segundo os registros dos historiadores. Essa versão não foi contestada até 1993, quando a Fundação Nacional do Índio (Funai) adotou a tese – controvertida – de que ainda havia remanescentes dos carijós. A fundação se baseou num estudo publicado dois anos antes pela antropóloga Maria Inês Ladeira. Ela defende que alguns dos carijós teriam se refugiado no Paraguai, onde seriam chamados de embiás. Depois que o trabalho foi divulgado, dezenas de embiás paraguaios (e alguns argentinos) sentiram-se legitimados para invadir o parque ecológico da Serra do Tabuleiro, nas imediações de Florianópolis. Os índios se instalaram no Morro dos Cavalos, um dos pontos mais acidentados da região. Invasão consumada, a Funai planeja transformar o local em reserva indígena. Para brasileiro pagar e paraguaio e argentino usufruir.
    Muito escarpada, a região é considerada imprestável tanto para a agricultura quanto para moradia. Mas ganhou valor econômico porque o Morro dos Cavalos fica à margem da Rodovia BR-101, que atravessa a maior parte do litoral brasileiro e está sendo duplicada. A pista adicional cortará a área que a Funai quer converter em reserva para os embiás. Com base nisso, a fundação determinou que o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) construa túneis sob o Morro dos Cavalos para não incomodar os hermanos invasores. A obra foi orçada em 150 milhões de reais. Mais: por exigência da Funai, o Dnit terá de pagar uma indenização aos embiás. Ou seja, os paraguaios (e alguns argentinos) serão compensados já por uma reserva que ainda não foi criada. Como o território que a Funai pretende demarcar está dentro de um parque ecológico estadual, o processo acabou na Justiça. O Ministério Público catarinense tenta impugnar a demarcação. Na opinião de seus integrantes, Maria Inês Ladeira produziu uma fraude e a Funai embarcou nela. “Os carijós tinham características físicas e culturais distintas das dos embiás e estão extintos”, afirma o promotor José Eduardo Cardoso.
    Segundo Cardoso, a antropóloga baseou a tese no depoimento de uma única família de paraguaios que chegou a Santa Catarina nos anos 60. Em um trecho do trabalho, ela chega a sugerir que alguns carijós teriam permanecido escondidos no Morro dos Cavalos desde o século XVII. Diz Manoel João de Souza, morador da região: “Acho que eles eram invisíveis. Estou aqui há 87 anos e só vi o primeiro índio nos anos 90”.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.