Moreira e Padilha receberam R$ 13,3 milhões em propina da Odebrecht, aponta PGR

Depois de recuperar dados contidos no sistema de registro de informações do “setor de propinas” da Odebrecht, a Procuradoria Geral da República (PGR) diz ter provas de que os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, receberam, em dinheiro vivo, R$ 13,3 milhões do grupo.

De acordo com a reportagem, Padilha é identificado no sistema como “Fodão”, “Primo” e “Bicuíra”. Moreira é apontado como o “Angorá”, alusão ao apelido dado a ele, de maneira pejorativa, pelo ex-governador Leonel Brizola (PDT). Os repasses foram confirmados por perícias feitas sobre os dados extraídos do chamado sistema Drousys. Segundo o jornal carioca, os dados que comprometem Moreira e Padilha fazem parte da primeira leva de dados periciados, a cargo do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Novos dados serão repassados à nova procuradora, Raquel Dodge.

Um dos relatórios, segundo o Globo, detalha a entrega de R$ 200 mil a Padilha, identificado no caso como “Fodão”, em Porto Alegre, mediante a senha “comida”. Com o codinome “Bicuíra”, de acordo com a reportagem, o atual chefe da Casa Civil foi contemplado com sete pagamentos no total de R$ 1,49 milhão em 2010. Em 2014, outros R$ 4 milhões foram entregues com a senha “sardinha”, conforme o sistema Drousys.

Como “Angorá”, Moreira Franco recebeu sete pagamentos da Odebrecht que totalizaram R$ 7 milhões, conforme o documento da PGR. “Conclui-se, portanto, que os documentos obtidos no Drousys indicam pagamentos no montante de R$ 4 milhões destinados ao codinome ‘Primo’ e R$ 7 milhões destinados ao codinome ‘Angorá’, que, segundo executivos e funcionários da Odebrecht, referem-se, respectivamente, a Eliseu Lemos Padilha e Wellington Moreira Franco.”

Em resposta ao Globo, Eliseu Padilha diz que não tem detalhes sobre a acusação. “Quando lhe for oportunizada sua defesa, o ministro rebaterá as acusações que ainda restarem.” A defesa de Moreira Franco desqualificou o documento: “Toda prova proveniente de uma delação fraudada, de delatores assumidamente criminosos, não merece credibilidade”.

Os dois ministros foram denunciados na semana passada pela PGR ao Supremo Tribunal Federal (STF) por organização criminosa, ao lado do presidente Michel Temer e outros peemedebistas. Em razão disso, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu dois procedimentos contra Moreira e Padilha.

Fonte: Congresso em Foco

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