Mobilização em São Miguel do Oeste/SC! 08 de março.

Por Claudia Weinman, para Desacato. Info.

Mobilização será realizada na próxima terça-feira, dia 08 de março, em São Miguel do Oeste/SC. Concentração das organizações inicia as 9h da manhã, na praça Walnir Bottaro Daniel.

Terça-feira, dia 08 de março, o povo ocupará as ruas novamente em São Miguel do Oeste, para uma grande “festa”. Nesta marcha coletiva, camponeses e camponesas, operários e operárias, celebram e também denunciam, questionam e consolidam pautas, sonhos, construções. O Dia Internacional da Mulher não se veda a flores e presentes, mas é período que despontam mobilizações em todo território, onde mulheres e homens, com responsabilidade sobre o planeta, redesenham a história e rememoram os companheiros e companheiras que foram mortos pelo avanço conservador, explorados/as que sangraram depois de entregar toda sua força de trabalho aos efervescentes Capitalistas, desumanos, assassinos, inimigos do povo.

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Neste dia 08 de março, organizações devem estar reunidas em São Miguel do Oeste/SC

Entre as falas que explicam a necessidade do povo seguir em marcha nas ruas, está a das mulheres, que desejam construir pautas junto as lutas coletivas para avançar no processo de construção de uma outra sociedade. “Nós mulheres, dos movimentos e pastorais sociais, não queremos receber flores se estas não estiverem acompanhadas de luta, de propostas, de liberdade”.

Em um cenário de ‘crise social’ que desde 1500 mata os povos, envenena a produção, contamina a água, de ‘crise econômica’, de venda do território, riquezas e pessoas, as organizações desejam, como parte daqueles/as que movem toda essa estrutura, que sustentam o império, a quebra do Capitalismo, a ruptura desse sistema que não serve para equanimidade, que jamais se voltará a classe empobrecida, pois este mesmo sistema, se mantém por meio da luta de classes, da opressão e da exploração da mais-valia, entre tantas outras formas que alimentam seus fartos bolsos e mesas todos os dias.

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Militantes devem percorrer o centro do município em marcha

Em São Miguel do Oeste/SC, esta grande mobilização acontecerá, com a presença de diversos movimentos populares, Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Pastoral da Juventude Rural (PJR). “Será um momento de chamar a atenção da sociedade mais uma vez, para esta pauta coletiva, em defesa da alimentação saudável, da permanência de homens e mulheres no campo com dignidade, de falar que a violência contra as mulheres persiste e algo urgente precisa ser efetivado”, ressaltou o companheiro do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Taiti Felipe Zambenedetti.

A companheira do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Joana Sebben, destaca também que o dia 08 é uma data histórica para todas as mulheres e para a sociedade como um todo. “Surge com a luta das mulheres Socialistas que buscavam relações de igualdade, de oportunidade entre homens e mulheres. Enfrentamento contra a exploração que a classe trabalhadora e em especial as mulheres eram submetidas. É uma data onde se rememora a luta por salários justos, redução da jornada de trabalho, pelo fim da violência”.

Os militantes das organizações populares e pastorais pontuam que antes mesmo da sociedade caracterizar os companheiros/as na mobilização como “Fascistas”, termo utilizado por diversos migueloestinos na mobilização de março de 2015, é necessário entender que trata-se de militantes da “Esquerda Socialista, que lutam por revolução”.

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Juventudes da PJMP e PJR também levarão suas pautas para as ruas

As juventudes da PJMP e PJR, ainda mencionam que entre tantas pautas que serão levadas para as ruas neste 08 de março, estão todas as ameaças e atemorizações que este coletivo tem sofrido nos últimos tempos, como forma de denúncia e repúdio. Também as bandeiras deverão evidenciar a insatisfação com a falta de compromisso na demarcação das terras indígenas. A xenofobia, extermínio das juventudes, violência contra mulher e tantas outras indignações que serão expostas para a  comunidade Migueloestina, para que saibam, uma vez mais, que o ‘partido’ destas organizações é a vida, que a causa é a soberania dos povos, é a alimentação sem veneno, é a vida acima do capital e do lucro.

E assim também, o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Mulheres Trabalhadoras Urbanas (MMTU), bem como diversos movimentos que compõe a Via Campesina e as organizações urbanas, devem levar suas pautas para as ruas neste 08 de março, mostrando todas as suas inquietações, cobrando justiça e também posicionamento dos governos diante da venda do pré-sal, da morosidade com o crime cometido contra Mariana (MG), entre outros pontos.

É neste contexto que as bandeiras devem conduzir a marcha, empunhadas por militantes do Oeste e Extremo-oeste Catarinense que não esperam encantamento e nem mesmo apreciação carinhosa da sociedade migueloestina e de uma parte da mídia local que se mostra golpista e conservadora, mas, exigem e demarcam respeito pela livre manifestação, pela democracia que ainda se vive. “Estabelecemos que a rua é o espaço onde o povo deve estar, reivindicando, apropriando-se como pessoas que querem viver, que já presenciaram tempos onde a Ditadura Militar e seus períodos sombrios impediam o povo de exteriorizar as contrariedades ao sistema vigente. Portanto, em nosso livre direito de erguer nossas faixas e mencionar nossas inquietudes, é que fizemos esse grande chamamento para a nossa marcha, organizada, pela terra e pela vida que nela está, para que neste 08 de março, o povo possa colorir cada pedaço deste chão, na grande festa pela liberdade! Até a vitória”.

 

 

 

 

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