Milhares de trabalhadores ocupam Brasília contra políticas econômicas de Paulo Guedes

Ato em defesa da soberania nacional e por mais empregos percorreu a Esplanada dos Ministérios nesta quarta-feira (30).

Foto: Divulgação/Seeb-SP

Por Cristiane Sampaio.

Milhares de trabalhadores de diferentes categorias, entre bancários, metalúrgicos, petroleiros, professores e servidores federais, participaram nesta quarta-feira (30) de um ato na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), em defesa das estatais brasileiras, da soberania nacional, do serviço público de qualidade e de mais empregos.

O ato foi organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), com apoio de outras centrais sindicais e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Um dos nomes mais criticados durante a manifestação foi o do ministro Paulo Guedes, da Economia, responsável por uma política de desestatizações e cortes no investimento público no Brasil.

Secretária-Geral da CUT, Cármen Foro fez uma avaliação positiva do ato. Segundo ela, a classe trabalhadora acumulou uma série de derrotas nos últimos anos, com a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência, e hoje há consenso de que o alvo central das manifestações contra o governo Bolsonaro deve ser a política econômica.

“Esse é o primeiro ato com a perspectiva de denunciar essa política econômica do governo, que tem levado as pessoas à miséria, à volta da fome no país, à desestruturação de tudo aquilo que é público”, afirmou.

“Esse ato simboliza um sinal forte, inclusive para a América Latina, de que nós estamos juntos e queremos derrubar o projeto neoliberal que se implanta na região”, acrescentou, em referência às mobilizações populares no Chile e no Equador e à derrota eleitoral do presidente Mauricio Macri na Argentina.

Juventude

Arthur Roriz, de 20 anos, é estudante de Psicologia da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e saiu de Ituiutaba (MG) de ônibus com outros 36 manifestantes para protestar nesta quarta em Brasília.

Movido, segundo ele próprio, por um “espírito de luta”, ele lembrou os avanços dos governos Lula (PT) na democratização do acesso à universidade e ao pensamento crítico, lamentou o desmonte da Petrobras e disse que o ato é uma resposta aos interesses estrangeiros que tentam se apropriar das riquezas do país.

“Eu acredito que o Paulo Guedes seja somente um fantoche, para poder passar as nossas estatais para as mãos de multinacionais”, disse.

A concentração começou por volta das 10h, em frente ao Teatro Nacional. De lá, os manifestantes caminharam pela Esplanada dos Ministérios e gritaram palavras de ordem em frente aos ministérios de Minas e Energia, responsável pelo futuro do petróleo; da Educação, responsável pelo programa “Future-se” e por cortes de investimentos em todos os setores; e o da Economia, que tem orientado a política de privatizações e de desmonte dos bancos públicos e de fomento.

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