Mil cidades brasileiras estão com dificuldades no abastecimento de oxigênio

Com agravamento da pandemia, municípios temem que fornecedores não deem conta da demanda

Reprodução Revista Fórum

Ao menos 1.068 municípios do país estão preocupados com o estoque limitado de oxigênio e alertam para o risco de desabastecimento nos próximos dias. Levantamento do jornal Folha de S.Paulo aponta que os gestores temem que a continuação do aumento da curva de casos de covid-19 criará entraves junto a fornecedores.

O balanço do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) alerta que o total de municípios com dificuldades pode ser ainda maior, pois não foram todas as cidades que responderam ao questionário.

O principal problema apontado pelos gestores é a dependência de cilindros de oxigênio, modelo visto como de maior dificuldade de fornecimento, e apontado por 87% dos municípios como principal estrutura de armazenamento.

Parte dos estados e o Ministério da Saúde adotaram medidas emergenciais e distribuíram cilindros extras, o que amenizou a situação. Porém, o secretário-executivo do Conasems, Mauro Junqueira, alerta que o problema é nacional e a situação pode agravar. “Como o número de pacientes ainda cresce, há risco”, disse à Folha.

Falta de oxigênio pelo Brasil

O secretário de Saúde de São Bernardo do Campo, Geraldo Reple Sobrinho, também presidente do Cosems-SP, afirma que a situação melhorou no estado, mas ainda preocupa. “São Paulo tem uma grande capacidade de produção. O problema é a logística. Com aumento dos casos, as empresas precisam trocar os cilindros várias vezes. Imagina fazer isso a uma cidade a mais de 50 quilômetros de distância”, explicou.

No Mato Grosso, o consumo de oxigênio aumentou em 300% e o Ministério da Saúde forneceu 340 novos cilindros. O presidente do Cosems-MT, Marco Antônio Felipe, diz que os municípios do estado não conseguem ter estoque e há cidades que ficam quase 800 quilômetros da distribuidora.

Os gestores afirmam que a maioria dos estados possui estoques, mas com a demanda em alta por conta do agravamento da pandemia, os fornecedores não conseguirão suprir a demanda. Segundo a Folha, eles alertam que “tem dias que não há cilindros suficientes para serem abastecidos, e tem dias que o fornecedor não tem estoque de entrega” ou que “há dificuldade de manter o estoque”.

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