México: Fuga e extradição de um ex-governador, história de uma cleptomania apaixonada

Por Ana Rosa Moreno, México, para Desacato.info.

Tradução de Elissandro Santana.

Dos criadores de “Assassinando aos ativistas-jornalistas da Colônia Narvante” e “A quimioterapia de meu filho era somente agua destilada”, chega às suas telas, em 3D, para todo o mundo, “Fuga e extradição de Javier Duarte, história de uma cleptomania apaixonada”.

Nesta ocasião, ao escrever este artigo para o Portal Desacato, coincidentemente, como em uma novela mexicana,  roubam milhões de pesos mexicanos, tem perseguição e uma doença que atormentará o cínico protagonista da narrativa.

Javier Duarte, ex-governador do estado de Veracruz, México, entrou para a lista de governadores famosos, mas não por uma administração honesta e transparente, que levasse ao progresso o bonito estado de Veracruz. Em sua administração ocorreu o assassinato de dois ativistas e uma foto jornalística (e possivelmente mais assassinatos de jornalistas e ativistas dos direitos humanos), a transformação de um estado turístico em um narco estado, desparecimentos, covas clandestinas, enriquecimento ilícito, compra de medicamentos piratas, falsificações de exames de HIV, calote ao equivalente de 355 milhões de reais à Universidad Veracruzana, o que ocasionou o cancelamento de projetos de pesquisa. Esta lista é pequena e estou omitindo outros crimes macabros.  Não posso descartar que o ex-governador de Veracruz tenha atuado sozinho, pois é claro que há cúmplices.

As autoridades mexicanas acusam Javier Duarte como responsável por crime organizado e lavagem de dinheiro. Convocaram-no a comparecer à Procuradoria Geral de Justiça e, embora o ex-governador afirmasse em cadeia nacional que iria e não fugiria, em 14 de outubro de 2016, entrou em um helicóptero e fugiu como um rato assustado.

Sua rota de fuga, de acordo com o Centro de Investigação e Segurança Nacional (CISEN), foi a seguinte: embarcou em Xalapa, Veracruz, mudando constantemente de rumo, passou pela Cidade do México, depois voltou a Veracruz e chegou a Coatzacoalcos, parecendo um filme de fuga ao estilo Hollywoodiano. Chegou a reunir-se com vários de seus colaboradores e em 17 de outubro se confirmou que agora viajava por terra a Coatzacoalcos, Veracruz, a Tuxtla Gutiérrez, Chiapas e, ao que tudo indica, se hospedou com o sogro. Da casa do sogro viajou para Tapachula, Chiapas, e de lá, à cidade guatemalteca de Tecún Umán para, finalmente, transladar-se por helicóptero à cidade da Guatemala.

Em Chiapas, um dos colaboradores da Duarte foi preso, pois portava documentação falsa e viajava até a Guatemala. Obviamente, o ex-governador fugitivo também levou documentação falsa para cruzar as fronteiras sem contratempo.

O CISEN, vestindo a camiseta da turma do bem, junto com as autoridades guatemaltecas, fez uma mega varredura pelo terreno para investigar os parentes próximos do ex-governador que vivem em Chiapas e foi assim que concluiu que o fugitivo estaria entre Guatemala e Belize. Javier Duarte tentou fretar aviões particulares pagando em dinheiro para fugir, porém não conseguiu.

Mas esta história de perseguições ao estilo gato e rato teve fim em 3 de agosto quando  Javier Duarte foi capturado em um hotel de luxo,  “La Riviera de Atitlán”, no município de Panajachel, departamento de Sololá. Elementos do Escritório Central da Interpol na Guatemala e da Polícia Nacional Civil da Guatemala realizaram esse feito. A pista que levou ao seu paradeiro foi um voo privado do México para a Guatemala por Duarte, José Armando Rodríguez Ayache e pelos filhos do ex-presidente da Veracruz.

A PGR, levando em conta os critérios internacionais aplicáveis, solicitou ao Procurador-Geral da República da Guatemala que realizasse a operação de captura da Duarte em conjunto com a Polícia Nacional Civil, através da divisão da Interpol na Guatemala.

Duarte foi preso e transferido para os tribunais guatemaltecos para julgamento, onde foi informado de que estava preso para extradição. A PGR apresentou o pedido da Secretaria de Relações Exteriores para que, por via diplomática, se apresentasse ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guatemala. Em resposta ao pedido, o Primeiro Tribunal Penal de Primeira Instância da Guatemala emitiu o pedido que foi executado ontem e Javier Duarte aceitou sua extradição.

Javier Duarte foi transferido em 4 de agosto para a Cidade do México como um rockstar da corrupção; ele apareceu flertando e arrogante diante das câmeras. “Chegou meu Uber!”. Estas foram as palavras dele ao chegar a viatura policial.

“Javier Duarte de Ochoa foi requerido pela ordem de apreensão em 14 de outubro, pelo juiz do Distrito Especializado no Sistema Penal Acusatório do Centro de Justiça Penal Federal na Cidade do México, com resistência no Centro de Reclusão Norte, nos registros do processo penal número 97/2016, por sua provável responsabilidade na comissão de Crime Organizado e Operações com Recursos de Origem Ilegal”.

Os levo ao segundo momento deste filme, que certamente os deve ter mordendo o travesseiro. Javier Duarte já está no México e agora deve passar por várias audiências, onde, de acordo com o grau de seus crimes, deverá ir para a prisão, mas não acreditamos que isso acontecerá.

Esqueci de acrescentar que as acusações que a PGR fez contra Javier Duarte também foram feitas contra oito de seus cúmplices, dos quais os mandados de prisão já foram emitidos. Entre eles, estão as irmãs Elia e Nadia Arzarte Peralta, que foram listadas como acionistas de uma empresa envolvida na triangulação de recursos públicos, a Consocio Brades. O advogado José Juan Janeiro Rodríguez foi quem concordou em cooperar com as autoridades, fornecendo informações. Javier Nava Soria está ligado à suposta rede de operações com recursos de origem ilícita do ex-governador. Moisés Mansur, Rafael Gerardo Rosas Bocardo, Santa Bartolo Acuña e Miguel Velásquez Nieva estão em condição de fugitivos. E o advogado Alfonso Ortega López, que trabalhou por anos sob as ordens de Javier Duarte e os fornecedores de nomes para a criação de empresas fantasmas no México e nos Estados Unidos para facilitarem a movimentação de recursos econômicos.

A esta história lhe falta algum sabor e isto o deu o advogado de Javier Duarte, que argumenta que seu cliente sofre de cleptomania, porque o ex-governador, que fez desaparecer jornalistas e ativistas, sofreu um trauma na infância que ainda o atormenta e é por isso que ele tem essa compulsão incontrolável para roubar. Porque ele não precisa disso, já que possui um salário milionário e uma aposentadoria segura. O advogado aponta que a cleptomania é uma grave desordem reconhecida pela própria Organização Mundial da Saúde.

E como fim inesperado, porque é assim que são os filmes mexicanos, ninguém os entende. Um juiz federal concedeu-lhe a suspensão final contra dois mandados de prisão emitidos pelas autoridades locais. Javier Duarte foi salvo das sentenças por abuso de autoridade, violação de um dever legal, desfalque, influência do tráfego e coalizão. Não se esqueça deste nome: Sandra Leticia Robledo Magaña, juíza do Primeiro Distrito em Amparo Criminal da Cidade do México, quem, com os olhos fechados e ignorando os antecedentes de Javier Duarte, deu a suspensão final. Isso significa que Javier Duarte não será preso em Veracruz e será julgado pelas autoridades da Cidade do México.

Mas isso não termina porque este filme nos dá uma pausa para nos prepararmos para o que está por vir: Javier Duarte enfrenta um processo criminal federal por crime organizado e lavagem de dinheiro cujo período de investigação adicional de seis meses e sua próxima audiência serão realizados em janeiro de 2018.

Organizações de direitos humanos exigem que Duarte também seja julgado pelo assassinato de Rubén Espinosa, Nadia Vera, Yesenia Quiroz e de outras duas mulheres (as pessoas que têm o comando para assassinar e de que contam com provas importantes) exigem que não se esqueçam dos desaparecidos durante a administração do ex-governador.

Infelizmente, já é sabido o possível desfecho da história: o ex-governador que, durante a administração, cometeu crimes contra a humanidade, também entrará para a lista de antigos governadores criminosos que foram inocentados pelas autoridades.


Fuga y extradición deun exgobernador, historia de una cleptomanía apasionada

Por Ana Rosa Moreno, Méxicio, para Desacato.info.

De los creadores de “Asesinando a los activistas-periodistas de la colonia Narvante” y “La quimioterapia de mi hijo era solo agua destilada”, llega a sus pantallas en 3D para el todo mundo “Fuga y extradición de un exgobernador, historia de una cleptomanía apasionada”.

En esta entrega para el Portal Desacato hablaremos de una historia en la que, casualmente, como en las telenovelas mexicanas, hay robo de millones de dinero, persecuciones y una enfermedad que atormentará a nuestro protagonista y mucho pero mucho cinismo.

Javier Duarte, ex gobernador del estado de Veracruz, Mexico, ha entrado a la lista de gobernadores famosos pero no por haber realizado una administración honesta y transparente que llevara al hermoso estado jarocho al progreso, sino porque en su administración nos dejó el asesinato de dos activistas y un fotoperiodista (y posiblemente más asesinatos de periodistas y activistas de derechos humanos), la trasformación de un estado turístico a un narcoestado, desapariciones forzadas, fosas clandestinas, enriquecimiento ilícito, compra de medicina pirata, falsificación de exámenes de VIH. Dejó de pagar 2 mil millones de pesos a la Universidad Veracruzana, lo que ocasionó la cancelación de proyectos de investigación. Esta lista es pequeña y estoy omitiendo otros crímenes macabros. No podemos descartar que el exgobernador veracruzano actuara solo; es claro que hay cómplices pero el Gobierno y las televisoras nacionales solo están sobre él por delitos administrativos y no por los crímenes de lesa humanidad que cometió en su mandato.

Las autoridades mexicanas acusan a Javier Duarte por su presunta responsabilidad en los delitos de crimen organizado y lavado de dinero. Se le llamó a comparecer ante la Procuraduría General de Justicia y, aunque el exgobernador aseguró en cadena nacional que lo haría y no se fugaría, el 14 de octubre del 2016 se montó a un helicóptero y huyó cual ratón asustado.

Su ruta de escape de acuerdo al Centro de Investigación y Seguridad Nacional (CISEN) fue que abordó en Xalapa, Veracruz. Cambiando constantemente de rumbo paso por la Ciudad de México, regresó a Veracruz donde llego a Coatzacoalcos, donde, al parecer tipo película de escape hollywodense, llegó a reunirse con varios de sus colaboradores y el 17 de octubre se detectó que ahora viajaba por tierra de Coatzacoalcos, Veracruz, a Tuxtla Gutiérrez, Chiapas y, al parecer, se hospedó con su suegro. De la casa de su suegro viajó a Tapachula, Chiapas, y de Tapachula, a la ciudad guatemalteca de Tecún Umán para finalmente trasladarse en helicóptero a la ciudad de Guatemala.

En Chiapas uno de los colaboradores de Duarte fue arrestado: portaba identificaciones falsas y viajaba hacia Guatemala. Obviamente también el exgobernador prófugo portaba documentación falsa para pasar por las fronteras sin trabajo.

El CISEN, portando la playera de los buenos junto con las autoridades guatemaltecas, hizo un mega barrido por el terreno investigando a sus familiares cercanos que viven en Chiapas y fue así como concluyeron que nuestro prófugo andaba entre Guatemala y Belice. Javier Duarte intentó rentar aviones privados y pagarlos en efectivo para huir un poco más lejos, pero no lo logró.

Pero esta historia de persecuciones al estilo el gato y el ratón da su fin el 3 de agosto cuando Javier Duarte es capturado en un hotel de lujo, “La Riviera de Atitlán”, en el municipio de Panajachel, departamento de Sololá. Elementos de la Oficina Central de Interpol en Guatemala y la Policía Nacional Civil de ese país lograron tal hazaña. La pista que dio con su paradero fue un viaje en vuelo privado de México a Guatemala realizado por el concuñado de Duarte, José Armando Rodríguez Ayache y los hijos del exmandatario de Veracruz.

La PGR, tomando en cuenta los criterios a los internacionales aplicables, solicitó a la Fiscalía General de la República del Guatemala realizar el operativo de la captura de Duarte en conjunto con la Policía Nacional Civil por conducto de su división de Interpol en Guatemala. Duarte fue arrestado y trasladado a los juzgados de Guatemala para su audiencia, donde se le informó que se encontraba retenido con fines de extradición. La PGR presentó la solicitud de la mano de la Secretaría de Relaciones Exteriores para que , por vía diplomática, se presentara ante el Ministerio de Relaciones Exteriores de Guatemala. En atención a la solicitud, el Juez Primero de Primera Instancia Penal de Guatemala libró la orden que fue ejecutada ayer y Javier Duarte acepto su extradición.

Javier Duarte fue trasladado el 4 de agosto a la Ciudad de México como todo un rockstar de la corrupción, se le vio coqueto y altanero antes las cámaras, ¡Ya llego mi Uber!, fueron sus palabras al llegar al vehículo policial que llegó por él.

“Javier Duarte de Ochoa es requerido por la orden de aprehensión en su contra el 14 de octubre, por el Juez de Distrito Especializado en el Sistema Penal Acusatorio del Centro de Justicia Penal Federal en la Ciudad de México, con residencia en el Reclusorio Norte, en los autos de la causa penal número 97/2016, por su probable responsabilidad en la comisión de los delitos de Delincuencia Organizada y Operaciones con Recursos de Procedencia Ilícita.”

Pasemos al segundo momento de esta película que seguramente los tiene mordiendo la almohada. Javier Duarte ya está en México y ahora debe pasar por varias audiencias donde, de acuerdo al grado de sus delitos, serán los años que estará en cárcel, cosa que no creemos que ocurra.

Olvidamos agregar que las acusaciones que la PGR realizó con Javier Duarte también se realizaron contra ocho de sus cómplices de quienes ya se giraron órdenes de aprehensión. Entre ellos tenemos a las hermanas Elia y Nadia Arzarte Peralta, quienes figuraban como accionistas de  una empresa involucrada en la triangulación de recursos públicos, Consocio Brades. El abogado José Juan Janeiro Rodríguez  quien accedió a cooperar con las autoridades aportando información. Javier Nava Soria, vinculado en la presunta red de operaciones con recursos de procedencia ilícita del exgobernador. Moisés Mansur, Rafael Gerardo Rosas Bocardo, Santa Bartolo Acuña y Miguel Velásquez Nieva están en calidad prófugos. Y el  abogado Alfonso Ortega López, quien trabajó por años bajo las órdenes de Javier Duarte y sus prestanombres para la creación de empresas fantasma en México y Estados Unidos y facilitar el movimiento de recursos económicos.

A nuestra historia le falta algo de sabor y este lo ha agregado el abogado de Javier Duarte quien argumenta que este sufre de cleptomanía, porque según su defensor, nuestro exgobernador, quien, además, le da por mandar a desaparecer a periodistas y activistas, sufrió un trauma en su niñez que lo atormenta todavía y por eso tiene esa compulsión incontrolable de robar, porque no tiene necesidad con su sueldo millonario y su segura jubilación. El abogado señala que la cleptomanía es un trastorno grave que la misma Organización Mundial de la Salud reconoce.

Y como final inesperado, porque así son las películas mexicanas, nadie las entiende. Una juez federal le otorgó la suspensión definitiva en contra de dos órdenes de aprehensión giradas por autoridades locales. Javier Duarte se salvó de las sentencias por abuso de autoridad, incumplimiento de un deber legal, peculado, tráfico de influencia y coalición.

No olviden este nombre, Sandra Leticia Robledo Magaña, jueza Primero de Distrito en Amparo Penal de la Ciudad de México quien, con los ojos cerrados y haciendo omiso a los antecedentes de Javier Duarte, obsequió la suspensión definitiva. Esto significa que Javier Duarte no será recluido en Veracruz, sino que quedará bajo las autoridades de la Ciudad de México.

Pero esto aquí no acaba, porque nuestra película nos da un descanso para prepararnos para lo que se viene: Javier Duarte enfrenta un proceso penal federal por los delitos de delincuencia organizada y lavado de dinero, cuyo periodo de investigación complementaria de seis meses y su próxima audiencia se realizará en enero de 2018. Organizaciones de derechos humanos exigen que Duarte también sea juzgado por el asesinato de Rubén Espinosa, Nadia Vera, Yesenia Quiroz y las otras dos mujeres (las personas que el mando asesinar y de los cuales se cuentan con pruebas importantes) y también exigen que no olviden a los desaparecidos durante su administración. Lamentablemente, conocemos el posible final de la historia, en la que el exgobernador que durante su administración cometió crímenes de lesa humanidad también entrará a la lista de los exgobernadores criminales que salieron ilesos de las autoridades.

 

Foto: Especial

 

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