Mensagens hackeadas serão destruídas, diz Moro

Foto: Marcelo Camargo

As mensagens capturadas pelo grupo de hackers preso pela Operação Spoofing serão destruídas pelo Ministério da Justiça. A informação foi repassada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, que também teve o celular invadido.

“O ministro Moro informou durante a ligação que o material obtido vai ser descartado para não devassar a intimidade de ninguém”, revelou Noronha nesta quinta-feira (25), logo depois de confirmar que recebeu uma ligação de Moro informando que o seu nome aparece na lista das autoridades hackeadas.

Garantindo estar tranquilo por não ter nada o que esconder, Noronha ressaltou que “as investigações sobre o caso são de responsabilidade da Polícia Federal, a quem cabe responder sobre o caso”. Procurada pela reportagem, a Polícia Federal, contudo, disse que não comenta investigações em curso como esta.

Nesta quinta-feira, foi confirmado que o grupo também tentou invadir o celular da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), e ministros do Supremo Tribunal Federal também figuram na lista dos mais de mil alvos dos hackers. Antes disso, já havia sido informado que os hackers invadiram os celulares do presidente Jair Bolsonaro, dos ministros Sergio Moro e Paulo Guedes.

Polícia Federal

Em nota divulgada na noite desta quinta, após a declaração de Moro, a Polícia Federal afirmou que “caberá à justiça, em momento oportuno, definir o destino do material, sendo a destruição uma das opções.

A corporação também disse, porém, que, por enquanto, “o conteúdo de quaisquer mensagens que venham a ser localizadas no material apreendido será preservado, pois faz parte de diálogos privados, obtidos por meio ilegal”. A Polícia Federal ressaltou, contudo, que “as investigações que culminaram com a deflagração da Operação Spoofing não têm como objeto a análise das mensagens supostamente subtraídas de celulares invadidos”.

The Intercept

Nesta quinta-feira, também circularam informações de que um dos hackers presos pela Operação Spoofing admitiu, em depoimento, que cedeu as mensagens extraídas dos celulares invadidos para o site The Intercept, que há mais de um mês divulga diálogos atribuídos a Moro e ao procurador Deltan Dallagnol. Segundo a Folha de São Paulo, o hacker cedeu as mensagens de forma anônima e gratuita ao site.

No Twitter, o editor do The Intercept, o jornalista Glenn Greenwald, não confirmou a fonte das mensagens que vem publicando, mas repercutiu a decisão de Moro de destruir o material obtido pelos hackers. “Desde o início, Moro e Deltan fizeram todo o possível para impedir que as pessoas vissem as provas de que nosso material é autêntico – incluindo apagando de seus próprios telefones sem salvar (!) – e agora estão fazendo isso. Como isso não é suspeito?”, escreveu Greenwald.

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