Mauricio Macri e o tsunami do Poder Judiciário

Por Débora Mabaires, Buenos Aires, para Desacato.info.

Tradução: Elissandro Santana, para Desacato.info. (Port./Esp.)

O destino do Brasil é o destino da América Latina. Aqueles de nós que vêem as ações ilegais do juiz Sergio Moro por Luiz Inácio Lula da Silva, vemos um espelho das ações do impiedoso juiz assassino Cláudio Bonadío na Argentina com Cristina Fernández de Kirchner.

Causas judiciais inventadas com base em recortes de jornais ou suposições de “arrependidos” ou delações premiadas são hoje a espada de Dâmocles sobre as cabeças dos povos.

Os juízes não são eleitos pelos cidadãos, são eleitos pelo poder econômico. Essa é a principal razão pela qual o destino de nossos povos sempre acaba sendo ordenado pela vontade das corporações econômicas e financeiras.

O subsolo popular é abalado pelo terremoto da injustiça, que hoje tem seu epicentro em Curitiba, mas se replica em Buenos Aires.

Esta semana, o Congresso da Nação tentou desafiar o ministro das Finanças, Luis Caputo, para investigar a enorme aquisição da dívida externa, a taxas prejudiciais ao nosso país e com a circunstância agravante de ter sido ele mesmo o comprador desses títulos com um fundo de investimento chamado Noctua Partners, baseado no covil fiscal das Ilhas Cayman.

Enquanto na Argentina, em várias declarações jornalísticas, Luis Caputo disse que não tinha nenhuma conexão com esse fundo neste momento. Noctua Partners comunicou a participação direta e acionária do funcionário à Securities and Exchange Commission (SEC) – que é o equivalente a Comissão Nacional de Valores Mobiliários do nosso país.

Dos títulos de dívida emitidos pelo governo de Mauricio Macri, R$ 16.830.000 foram comprados pela Noctua Partners com um prazo de 100 anos. E como se isso não bastasse, uma garantia patrimonial do Estado; isso quer dizer que dentro de um século, quando o país não puder pagar por eles, a família do Ministro que emitiu a dívida e comprou, manterá alguma propriedade do Estado, que poderia ser um porto, uma empresa, um prédio ou um Parque Nacional.

Nas explicações que o ministro Luis Caputo deu aos legisladores, ele reconheceu ser um testa de ferro e continuou afundando quando disse: “A questão offshore não é um crime, é como um cofre: o que você tem dentro da caixa pode ser declarado ou não, isso não significa crime.”.

O presidente do bloco de deputados da Frente para a Vitória, Agustín Rossi, respondeu: “Seu dinheiro se mistura com o dinheiro sujo do mundo e você disse que o offshore é legal. Ele será legal, mas é usado para a corrupção, e, desta forma, claramente está evadindo impostos”. Na Argentina e em qualquer outro país do mundo, a evasão é um crime, embora o ministro das Finanças, Luís Caputo, primo de Nicolás Caputo, “irmão de alma”, e amigo de Maurício Macri, queira que acreditemos que não.

Oportunamente e, infelizmente, quando os legisladores mais incisivos tiveram que interpelá-lo com a documentação em mãos, a deputada Gabriela Cerruti, do bloco de oposição Frente para a Vitória, fez um pequeno tumulto sobre um papel que o ministro lhe enviara com uma recriminação sutil por ter envolvido suas filhas, menores de idade, em uma entrevista na televisão; o que deu o pé necessário para que o ministro se retirasse do Congresso, com a ajuda de outro legislador que se supõe oponente, senador José Maians presidente da comissão que deveria lhe ter impedido que se retirasse. Este senador também é da Frente para a Vitória.

A mídia rapidamente replicou o escândalo do “papel” e, assim, diluiu a seriedade das declarações do devedor serial de nosso país, que já assumiu mais dívidas em dois anos do que a ditadura havia tomado em 7 anos.

Enquanto no Brasil a prisão de “Lula” Da Silva estava sendo gestada, na Argentina, a mídia começou a pressionar para prender Cristina Fernández de Kirchner; e nas sombras, Mauricio Macri, através de seu Ministro da Justiça e do Procurador, que também indicou ilegalmente, revelaram o procurador federal Juan Pedro Zoni.

A imprensa colocou a ênfase no promotor que estava investigando um caso para o benefício multimilionário que o governo Mauricio Macri tenta conceder ao Correio Argentino, à empresa de Mauricio Macri e sua família.

Em troca, ela, a imprensa, tenta silenciar que o promotor Zoni imputou ao ministro das Finanças, Luis Caputo, a emissão de dívida de 100 anos.

Ao mesmo tempo, unificaram os dois processos judiciais contra eles, o das empresas offshore sem declaração e o da dívida emitida aos 100 anos, no tribunal do juiz Julián Ercolini, marido do secretário do Ministro da Justiça, Germán Garavano. O juiz Ercolini também é um visitante freqüente da Embaixada dos Estados Unidos.

O uso do Poder Judiciário para dilacerar a democracia é uma prática comum em nosso continente.

Eles fazem as leis; eles colocam os juízes; os promotores; evadir impostos; eles saqueiam o país; eles nos endividam e levantam o dedo falando sobre moralidade.

Nada disso seria possível sem vedar os olhos do povo e sem os traidores que os encobrem.


Mauricio Macri y el tsunami del Poder Judicial

Por Débora Mabaires, Buenos Aires, para Desacato.info.

El destino de Brasil es el destino de Latinoamérica. Quienes vemos el accionar ilegal del juez Sergio Moro para con Luiz Inácio Lula Da Silva vemos un espejo del accionar del juez asesino impune Claudio Bonadío en Argentina para con Cristina Fernández de Kirchner.

Causas judiciales inventadas en base a recortes periodísticos o supuestos “arrepentidos” son hoy la espada de Damocles sobre la cabeza de los pueblos.

Los jueces no son elegidos por los ciudadanos, los elige el poder económico. Esa es la principal razón por la cual el destino de nuestros pueblos siempre termina siendo ordenado por la voluntad de las corporaciones económicas y financieras.

El subsuelo popular se sacude por el terremoto de la injusticia, que hoy tiene su epicentro en Curitiba, pero replica en Buenos Aires.

Esta semana, el Congreso de la Nación intentó interpelar al ministro de Finanzas, Luis Caputo, para investigar la descomunal toma de deuda externa, a tasas perjudiciales para nuestro país y con el agravante de haber sido él mismo el comprador de esos bonos con un fondo de inversión llamado Noctua Partners con base en la guarida fiscal de las Islas Caimán.

Mientras en Argentina, en diversas declaraciones periodísticas, Luis Caputo decía que él no tenía ninguna vinculación con ese fondo en este momento, Noctua Partners comunicó la participación directiva y accionaria del funcionario a la Securities and Exchange Commission (SEC) – que es el equivalente de la Comisión Nacional de Valores de nuestro país.

De los bonos de deuda emitidos por el gobierno de Mauricio Macri, 5 millones de dólares fueron comprados por Noctua Partners con un plazo de vencimiento de 100 años. Y como si fuera poco, una garantía patrimonial estatal; es decir que dentro de un siglo, cuando el país no pueda pagarlos, la familia del ministro que emitió la deuda y la compró va a quedarse con algún bien del Estado, que podría ser un puerto, una empresa, un edificio, o un parque nacional.

En las explicaciones que el ministro Luis Caputo brindó a los legisladores reconoció ser testaferro y continuó hundiéndose al decir: “El tema de las offshore no es delito. Es como una caja de seguridad: lo que uno tiene adentro de la caja lo puede tener declarado o no, eso no lo convierte en delito“.

El presidente del bloque de diputados del Frente Para la Victoria, Agustín Rossi, respondió:  “El dinero suyo se mezcla con el dinero sucio del mundo y usted ha dicho que las offshore son legales. Serán legales pero se usan para la corrupción, claramente como mínimo están evadiendo impuestos” . En Argentina y en cualquier otro país del mundo, evadir impuestos es un delito, aunque el ministro de Finanzas Luis Caputo, primo de Nicolás Caputo,  “hermano del alma” y amigo personal de Mauricio Macri, quiera hacernos creer que no.

Oportuna y lamentablemente, cuando los legisladores más incisivos debían interpelarlo con documentación en la mano, una diputada Gabriela Cerruti, del bloque opositor Frente para la Victoria, armó un pequeño alboroto por un papel que el ministro le había hecho llegar con una sutil recriminación por haber involucrado a sus hijas, menores de edad, en una entrevista televisiva, lo que dio el pie necesario para que el ministro se retirara del Congreso, con la ayuda de otro legislador que se supone opositor, el senador formoseño  José Mayans, presidente de la comisión que debería haberle impedido que se retire. Este senador también es del Frente para la Victoria.

Los medios de comunicación, rápidamente, replicaron el escándalo del “papelito”, y así, diluyeron la gravedad de las declaraciones del endeudador serial de nuestro país, quien ya tomó más deuda en dos años de lo que la Dictadura había tomado en 7 años.

Mientras en Brasil se gestaba el encarcelamiento de “Lula” Da Silva, en Argentina, los medios de comunicación empezaron a presionar para encarcelar a Cristina Fernández de Kirchner; y en las sombras, Mauricio Macri a través de su ministro de Justicia y el Procurador que también nombró de manera ilegal, relevaron al fiscal federal Juan Pedro Zoni.

La prensa puso el énfasis en que el fiscal que investigaba una causa por el beneficio multimillonario que el gobierno de Mauricio Macri intenta concederle al Correo Argentino, empresa de Mauricio Macri y su familia.

En cambio, silencian que el fiscal Zoni había imputado al ministro de Finanzas, Luis Caputo, en la causa iniciada por la emisión de deuda a 100 años.

Al mismo tiempo, unificaron las 2 causas judiciales en su contra, la de las empresas off shore sin declarar y la de la deuda emitida a 100 años, en el juzgado del Juez Julián Ercolini, el esposo de la secretaria del Ministro de Justicia Germán Garavano. El juez Ercolini es, además, un asiduo visitante a la Embajada de los Estados Unidos.

El uso del Poder Judicial para lacerar la democracia es práctica habitual en nuestro continente.

Hacen las leyes; ponen los jueces; los fiscales;  evaden impuestos;  saquean al país;  nos endeudan y levantan el dedo hablando de moral.

Nada de esto sería posible sin vendarle los ojos al pueblo y sin los traidores que los apañan.

Revisión: Tali Feld Gleiser, para Desacato.info.

Debora MabairesDébora Mabaires é cronista e mora em Buenos Aires.

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