Massacre contra manifestantes em Angola

Policiais atacam manifestantes | Reprodução Redes Sociais

Em 30 de janeiro, um massacre foi liderado pelo governo de João Lourenço em Lunda-Norte, Angola, contra manifestantes que exigiam condições mínimas de vida.

Com cerca de 300 pessoas nas ruas, o protesto foi previamente divulgado e organizado pelo Movimento Protetorado Lunda Tchokwe.

A polícia reprimiu violentamente e ao menos 15 pessoas foram mortas e dezenas de feridas. Dentre os mortos, segundo o movimento denuncia, há muitos idosos, jovens de 18 a 21 anos e supostamente uma criança.

As imagens que circulam nas redes sociais são chocantes e muito sensíveis, e por isso o conteúdo não é divulgado nesta matéria.

Luta por dignidade e independência

A população local reivindica ao governo água e energia elétrica nas casas, além da autonomia e autodeterminação da região.

Tanto a imprensa quanto as autoridades afirmam que a manifestação foi armada e que houve tentativa de invasão a um posto policial. No entanto, o movimento nega e inclusive enfatiza os anúncios prévios do ato seguindo os protocolos legais para a realização de protestos.

Muitas figuras públicas importantes demonstraram repúdio às ações violentas e aos assassinatos dos manifestantes.

O ativista angolano Luaty Beirão comentou em suas redes sociais que “nada indica que a manifestação tenha sido feita com recurso a armas de fogo, o que seria uma novidade naquela que tem sido, há anos, a sua estratégia de advocacia pela autonomia da região”.

A postura do governo tem sido violenta, segundo ele, em diversos outros momentos de violência e repressão. “Preparemo-nos para mais uma peça mal cozinhada para defender os criminosos de farda e os seus mandantes”, arrematou.

A CSP-Conlutas manifesta repúdio ao grave acontecimento que não é inédito e que, infelizmente, oprime por anos a população angolana.

Exigimos a libertação de todos os presos e a prisão imediata dos policiais e autoridades políticas responsáveis pelo massacre. Também fazemos coro à exigência pelo direito a autodeterminação para a população da região, pela derrubada de João Lourenço e do MPLA, que são responsáveis pelo massacre e as repressões policiais às lutas sociais em Angola.

Abaixo [ou aqui, em PDF] é possível ler a moção completa da Central contra o massacre em Lunda Norte:

Repúdio internacional ao massacre no norte de Angola

No dia 30 de janeiro ocorreu um bárbaro massacre em Lunda Norte, Angola.

Cerca de 300 pessoas saíram às ruas para protestar por condições mínimas de vida como água e energia elétrica, itens básicos que a maioria da população da região não tem acesso em suas casas.

A manifestação pacífica com 300 pessoas foi reprimida pela polícia e pelo menos 15 foram mortas. Entre os 15 mortos: oito são mais velhos e possivelmente há uma criança. Sete são jovens entre os 18 e 21 anos.

Há um mês que os organizadores da manifestação, o “Movimento Protetorado Lunda Tchokwe” enviaram comunicado informando as autoridades locais, de Luanda e até algumas embaixadas, sobre a intenção de realizar a manifestação no dia 30 de Janeiro.

A página do Protetorado Lunda Tchokwe no Facebook, desde o princípio do mês de janeiro, que anunciava uma manifestação pacífica em Lunda Norte. Desde sempre denunciou, que era somente uma convocação do seu povo, para manifestar os seus direitos e apelar o governo angolano, a negociar a autonomia daquela região, fruto de um acordo entre aquele povo e o governo colonial português, acordo esse não tido em conta após a “independência” de Angola.

A direção do Protetorado Lunda Tchokwe, já fazia denúncias que a polícia estava a inventar informações que eles teriam armas de fogo, armas brancas, para uma “rebelião social,” coisa que a direção do PLT sempre negou e alertou. No início desta semana, dirigentes da organização foram capturados e detido em suas casas. Policiais locais efetuaram buscas nas residências, dois foram libertos e ainda cinco estão presos.

A população da região luta por autonomia no território, na terra de onde saem todos os diamantes, desde 1975 não há água potável nem energia, os hospitais estão sem medicamentos.

Exigimos a libertação de todos os presos e a prisão imediata dos policiais e autoridades políticas responsáveis pelo massacre.

– Direito a autodeterminação para a população da região!

– Fora João Lourenço e MPLA! Responsáveis pelo massacre e as repressões policiais as lutas sociais em Angola!

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