Mariana: 16 executivos da Samarco e 5 da Vale/BHP são denunciados por homicídio com intenção de matar

O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP, causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Inicialmente, a mineradora havia afirmado que duas barragens haviam se rompido, de Fundão e Santarém. No dia 16 de novembro, a Samarco confirmou que apenas a barragem de Fundão se rompeu. Local: Distrito de Bento Rodrigues, Município de Mariana, Minas Gerais. Foto: Rogério Alves/TV Senado
Foto: Rogério Alves/TV Senado

Por Grasielle Castro.

O Ministério Público Federal denunciou 26 pessoas físicas e jurídicas pelorompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), que causou o maior desastre ambiental do País e deixou 19 mortos. Do total, 21 pessoas são acusadas de homicídio qualificado com dolo, que significa que houve intenção de matar. São eles 16 executivos da Samarco e cinco da Vale e BHP, gestores da Samarco.

Os executivos também foram acusados de crimes de inundação, desabamento, lesão corporal e crimes ambientais.

Junto com as empresas, a consultoria VogBR e o o engenheiro Samuel Loures também foram denunciados. São acusados de apresentação de laudo ambiental falso.

Em entrevista coletiva, o procurador da República José Adércio Leite Sampaio disse que “houve sequestro da segurança em busca de lucro”. Ele listou uma série de alertas que foram feitos à Samarco e ressaltou que a empresa sempre dava um jeito de continuar a operação por mais minério em vez de resolver os problemas apontados.

Em nota, a Vale repudiou “veementemente” a denúncia apresentada pelo MPF. Para a empresa, o órgão desprezou “as inúmeras provas apresentadas, a razoabilidade, os depoimentos prestados em quase um ano de investigação que evidenciaram a inexistência de qualquer conhecimento prévio de riscos reais à barragem de Fundão pela Vale por seus executivos e empregados, tenta, injustamente e a todo custo, atribuir-lhes alguma forma de responsabilidade incabível”.

A Vale nega que tenha administrado a Samarco e a barragem de Fundão. Na nota, a empresa reafirmou “o seu profundo respeito e total solidariedade para com todos os impactados pelo trágico acidente havido com a barragem de Fundão, em especial as famílias das vítimas”.

Desastre

A barragem de Mariana rompeu há quase um ano, no último dia 5 de novembro, gerando um tsunami que lama que destruiu o distrito, a fauna e a flora da região.

Além das 19 mortes, a tragédia deixou mais de 600 desabrigados e atingiu mais de 40 cidades da Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo.

Fonte: Brasil Post.

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